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Introdução ao Psicodrama Moreniano e suas bases filosóficas

Por:   •  9/2/2016  •  Resenha  •  1.585 Palavras (7 Páginas)  •  1.073 Visualizações

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Psicodrama (1)

Introdução ao Psicodrama Moreniano e suas bases filosóficas

  • É fiel á abordagem filosófica fenomenológica-existencial;
  • O modelo psicodramático está inserido no  Projeto Socionomico de Jacob Levy Moreno – Criador do Psicodrama e cujo propósito mais amplo é o da investigação das relações interpessoais.

  • Na obra Moreniana dá-se ênfase ás noções de:
  • Intersubjetividade;
  • Corporeidade;
  • Liberdade;
  • Ação;
  • Filosfia do momento;
  • Encontro existencial eu-tu.

  • Antecipa-se á análise existencial, Desvalorizando - o “ falar sobre” a existência, em favor – Da vivência e da experimentação.
  • Estava preocupado com o “ sentido da realidade” e com a criação de um método sociopsicoterapêutico que estivesse mais próximo “da vida mesma”.

IMP  O Psicodrama  Representa uma viragem da intervenção psicoterapêutica individual – Para o tratamento em grupo, da terapia com métodos puramente verbais para um tratamento no qual a ação (e o corpo) têm um lugar central, bem como os papeis de cada um.

  • Moreno considera que o seu percurso de vida, é como a evolução do Psicodrama, considerando sempre a Espontaneidade e a Criatividade - como natureza primordial.

Utilizando a reconstrução espacial e temporal como ponto de partida para as dramatizações:

  • Permite estudar simultaneamente os vínculos multipessoais e suas influências conjuntas, ao contrário de um relato verbal linear  Em que vínculos, personagens e factos ocorridos são exclusiva e sucessivamente descritos, dificultando a compreensão da estrutura e do todo.
  • Para o nascimento e desenvolvimento do Psicodrama e do Sociodrama, Moreno inspirou-se fundamentalmente nos jogos das crianças e no teatro e na sua própria religião (Massidismo).

  • 1 de Abril 1921  Moreno realiza a 1º sessão oficial de Psicodrama. (Viena)
  • Podendo resumir-se em 5 pontos as suas propostas:
  • Palco aberto com visibilidade de qualquer ponto do auditório (Palco circular);
  • Eliminação do dramaturgo e do texto escrito;
  • Participação do auditório (todos são autores e atores);
  • Improvisação: tudo é improvisado;
  • Tudo corre no “aqui” e “agora” da apresentação.

Instrumentos do Psicodrama

  • Protagonista;
  • Diretor;
  • Ego Auxiliar;
  • Auditório;
  • Cenário.

Dinâmica da Sessão

  • Aquecimento ou Coarming up
  • Corresponde ao conjunto de procedimentos que intervêm na preparação do organismo para a açao.
  • Aquecimento específico;
  • Aquecimento inespecífico.

  • Dramatização
  • Com a ajuda do director, o protagonista pode então encenar stuaçoes, personagens ou outros, que mobilizam os afetos correspondentes, ao mesmo tempo que interage com o(s) ego(s) auxiliar(es), que por sua vez representam e recriam os papeis complementares, e com quem vai estabelecendo vínculos.

  • Comentários (ou encerramento)
  • É o momento de expressar os sentimentos e impressões evocadas durante a ação.

Contextos

  • Contexto Social  Corresponde ao extra-grupo, ao “lá de fora”, á estrutura social do individuo ou á chamada “realidade social” para Moreno;
  • Contexto Grupal  É constituído pelo grupo em si;
  • Contexto Dramático  Corresponde a toda a cena produzida pelo protagonista e diretor. Neste contexto, são desempenhados/interpretados diferentes papéis num permanente “como se”, em que se interage de forma particular, e onde tudo é possível e reversível (tempo, espaço etc).
  • Ainda relativamente aos diferentes contextos, de acordo com Rojas-Berúdez:
  • A dinâmica que se gera entre os vários contextos, por intermédio dos indivíduos é do  Tipo Espiral – Os indivíduos procedentes do contexto social trazem consigo os problemas gerados nesse meio, expõem-nos no grupal e tratam-nos no dramático; retornam ao contexto grupal e daí ao social.
  • IMP  Assim as mudanças produzidas no contexto dramático e elaboradas no grupal introduzem mudanças progressivas no social.

  • O objetivo de Moreno, e tendo em conta as correntes filosóficas que o influenciaram, sempre foi construir um processo terapêutico, cujo modelo fosse a própria vida “ a vida mesma” integrando todas as suas condições, começando pelas universais, isto e incluir:
  • Tempo;
  • Espaço;
  • Realidade;
  • Cosmos.

Principais conceitos - Introdução

  • Utilizando a reconstrução espacial e temporal como ponto de partida para as dramatizações, Permite  Estudar simultaneamente os vínculos multipessoais e suas influências conjuntas (importância da participação corporal), Ao contrário de um relato linear: Em que vínculos, personagens e factos ocorridos são exclusiva e sucessivamente descritos, dificultando a compreensão da estrutura e do todo.

  • O psicodrama Aposta na reestruturação dos contextos e dos vínculos, pois por via da dramatização coloca o indivíduo no “seu meio”.

  • Inicialmente, Moreno definiu o psicodrama como um método para indagar a verdade da alma - através da ação.
  • Esta forma de expressão, algo teatral, não recorria a textos pré- redigidos, mas antes a argumentos que se inscrevem no quotidiano vivido por cada um dos seus atores/personagens.

Encontro

  • Conjuntura especial da relação eu-tu onde há entrega total, com plena capacidade de inversão de papéis.
  • A filosofia do encontro alude, assim, 
  • Quer a uma vivência simultânea, “bi-empática”, impulsionada por uma resposta espontânea a uma situação;
  • Quer à ideia de uma troca criativa imediata no “aqui e agora”, que nos reporta para o conceito de momento.

Momento

  • Trata-se de averiguar a relação atual, as correntes afetivas tal como estão a ser transmitidas e captadas no aqui e agora do momento presente;
  • Investigação das características do relacionamento interpessoal dos indivíduos envolvidos em determinada situação, tal como ela está a ocorrer;
  • Moreno afirma ser seu objetivo: considerar a história como parte do momento e não o momento como parte da história.

Espontaneidade e criatividade

  • Espontaneidade é um dos conceitos centrais do modelo.
  •  Do ponto de vista moreniano, espontaneidade é definida operacionalmente como “um desafio ao protagonista a responder, com um certo grau de adequação, a uma nova situação ou, com uma certa medida de novidade, a uma antiga situação”[pic 1]

                 Oposição à conserva cultural- Ausência de criatividade e espontaneidade

Moreno descreve a espontaneidade como  Uma forma de energia não conservável que deve ser gasta à medida que emerge.

  • Quando associada à criatividade o seu resultado é  Imprevisível, produzindo algo que não é preexistente, algo que não estava lá antes, e, por vezes, totalmente não relacionado com eventos anteriores.

  • “A vida fica menos pesada se nos deixarmos guiar por essa energia momentânea (espontaneidade), que nasce simultaneamente do nosso corpo, da nossa história individual e da nossa liberdade”

  • Se o século XIX procurou o “menor” denominador comum da humanidade  O inconsciente;
  • O século XX descobriu ou redescobriu seu “maior” denominador comum  Espontaneidade e Criatividade.

Tele

  • Significa, a capacidade discriminativa de perceber a realidade como ela é, sem que as nossas personagens internas interfiram demasiado ou provoquem um ruído que a distorça;

  • Moreno defendia o conceito de tele como o conjunto de processos percetivos que permitem a perceção e interpretação correta (real) dos outros e do ambiente envolvente.

  • Tele é um fator fundamental subjacente à real perceção do outro, como que uma empatia recíproca e,
  • “É, uma experiência interpessoal e não o sentimento ou emoção de uma só pessoa;
  • Constitui a base emocional da intuição e da introvisão. Surge dos contactos de pessoa a pessoa e de pessoa a objeto, desde o nível do nascimento em diante, e desenvolve gradualmente o sentido das relações interpessoais.
  • O processo tele é considerado  O principal fator para determinar a posição de um indivíduo no grupo.

Catarse de integração 

  • Momento de especial intensidade em que o protagonista está prestes a desfazer-se das suas barreiras;
  • Clarificação intelectual e afetiva das estruturas psíquicas que impedem o desenvolvimento de papéis psicodramáticos e sociais, abrindo novas possibilidades existenciais associadas à expectativa de um “novo crescimento”;
  • O indivíduo passa a ser não apenas o que era antes, mas integra novas perspetivas, transformando-se em algo que não fora até então.

Conceito de doença

  • Conceito tradicional de doença  Algo que o indivíduo contém (conceito das doenças orgânicas e transportado para as doenças psíquicas);
  • Conceito moreniano de doença  Algo que contém o individuo (e lhe impede a espontaneidade).

Nascimento 

  • Moreno rejeitava a ideia de considerar o nascimento como um acontecimento traumático.
  •  Em termos psicodramáticos:
  • O nascimento corresponde a um ato voluntário, em que a criança “salta” de uma matriz - a matriz uterina - para uma outra (matriz social).
  • Trata-se, como refere Moreno, da “passagem de um universo placentário para o universo familiar, onde a esperam novos crescimentos e novas passagens”.

Acting-out

O conceito de acting-out significa:

  • A concretização em atos de pensamentos e experiências internas, como se de um curto-circuito entre ideias, fantasias e ações se tratasse.
  • Ao trazer esta expressão para o psicodrama, Moreno quis significar com ela o “passar para fora aquilo que está dentro do paciente”.

Átomo social 

  • Configuração social das relações interpessoais que se desenvolvem desde o momento do nascimento;
  • O átomo social, núcleo de todos os indivíduos com quem a pessoa se relaciona, tem uma tele-estrutura característica e uma constelação em permanente mudança.

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