LIGA NORTE-RIOGRANDENSE CONTRA O CÂNCER CURSO DE PSICOONCOLOGIA
Por: Marianna Menezes Silvino • 24/2/2021 • Trabalho acadêmico • 2.121 Palavras (9 Páginas) • 177 Visualizações
LIGA NORTE-RIOGRANDENSE CONTRA O CÂNCER
CURSO DE PSICOONCOLOGIA
TURMA 2013
AVALIAÇÃO III MÓDULO
Marianna Menezes Silvino
Rejane da Silva Nunes
RELATÓRIO
Natal – RN
2013
1. apresentação da Atividade
Na aula do dia 17 de setembro de 2013, foi passada à turma a última atividade avaliativa do curso que consistiria na realização de Entrevista à paciente com câncer, mediante sorteio dos campos (CECAN. HLA ou Policlínica) e pacientes em diferentes estágios e com diferentes tipos de cânceres e tratamentos, a fim de levar ao conhecimento dos integrantes do curso de Psicooncologia na Liga, a maior diversidade possível de casos, posto que não seria possível a todos, acompanhar presencialmente essa possibilidade.
Após a realização da entrevista, esta seria apresentada aos demais colegas, fazendo-se uma breve alusão à teoria vista ao longo do curso, em sala de aula.
Por fim, a exigência de um relatório articulando os aspectos trazidos pelo entrevistado e percebidos pelo entrevistador com a teoria vista no decorrer do curso e/ou pesquisa em periódicos de grande circulação e demais bibliografias de fontes confiáveis e reconhecidas.
2. Caracterização da Clínica
O Hospital Dr. Luiz Antônio (HLA) é a primeira sede da LIGA, tendo sido fruto da iniciativa de um grupo de profissionais da saúde, que criou o hospital na data de 17 de julho de 1949, na antiga Casa de Recolhimento, só passando a se chamar HLA em 1961. Não obstante sua fundação na década de 40, a Psicologia iniciou suas atividades apenas em 1993. (LIGA)
É a unidade de atendimento exclusivo aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), disponde de 109 leitos de internação, centro cirúrgico com quatro salas e consultórios de várias especialidades (cabeça e pescoço, clínica médica, ginecologia, endocrinologia, otorrinolaringologia, dermatologia, urologia, proctologia e cirurgias gerais), além de sala para pequenas cirurgias, serviço de imagem, laboratórios de análises patológicas, tudo com o suporte da equipe multidisciplinar da Liga. (LIGA)
Recebe também internações por intercorrências do tratamento, além de ser a unidade de Cuidados Paliativos.
3. Entrevista Articulada com a teoria
A entrevistada, E.I.S. (iniciais), tem 27 anos, vive em união estável, é nascida em São José do Campestre, embora residente em Natal, católica, possui como escolaridade a 4ª Série do Ensino Fundamental e por ocupação o trabalho de Empregada Doméstica.
Quando Indagada acerca de seu cuidador (acompanhante), respondeu prontamente que seu único cuidador é Deus. Segundo Geronasso e Coelho (2012), momentos de crise e dor podem paralisar o sujeito, sobretudo em situações onde se sintam impotentes ante o que se lhes apresenta. Isso, entretanto, não se constitui em regra, posto que existem os que, de alguma maneira, conseguem superar, ou por um forte vínculo com o mundo em que vivem ou através de sua própria fé, se constituindo a religião em um suporte.
Em relação ao histórico da doença, disse que, de início, há mais ou menos um ano, percebeu um “entalo” ao engolir e uma mudança na voz. Procurou, então, um médico, achando que não teria grandes complicações. Foi realizada uma punção da tireóide e, em seguida, iniciado um tratamento com Puran T4. No dia 16/09/13 realizou uma cirurgia, com os procedimentos deTireoidectomia Total e Linfadenectomia Cervical. A Tireoidectomia Total consiste na retirada total da glândula tireoidiana e a Linfadenectomia consiste no procedimento de ressecção dos linfonodos correspondentes as cadeias de drenagem do órgão acometido pelo tumor no intuito de evitar metástases. No caso da paciente a Linfadenectomia foi cervical, isto é, houve a ressecção dos linfonodos cervicais (do pescoço), em razão do seu tipo de câncer. Na data de 20/09/2013 recebeu alta, retornando para casa, entretanto, teve que voltar ao hospital no dia seguinte (21/09/2013) em razão de um quadro de hipocalcemia, bastante comum em pacientes submetidos à tireoidectomia, uma vez que junto à glândula tireóide, existem as glândulas paratireóides, que em geral são em número de 4 e são responsáveis pela produção de um hormônio (PTH) que regula o nível de cálcio no sangue. Após uma tireoidectomia, pode haver uma diminuição temporária ou definitiva da função destas glândulas, levando à queda dos níveis de cálcio no sangue (hipocalcemia), com a apresentação de sintomas como: formigamentos nas mãos, nos pés, ao redor dos lábios e nas orelhas que podem evoluir para cãimbras. (HC Barretos).
Sobre suas relações familiares, disse residir com o companheiro e dois filhos pequenos. Relatou que sua relação com os pais e irmãos não é boa, atribuindo essa realidade aos fatores distância/convivência, mas que, mesmo assim, realizava visitas a família de mês em mês. No que pertine ao convívio familiar próximo, referiu brigar muito com o esposo, nos 13 anos em que são casados. Quanto aos filhos, disse possuir uma boa relação, sendo mãe presente, exigente, cuidadosa, não obstante ache que deveria ser mais carinhosa e que isto só pôde enxergar através do seu processo de adoecimento. Através dessa fala, é possível constatar uma mudança nos modos de agir de pacientes acometidos pelo câncer, vez que estes tendem a rever prioridades na vida, em especial no que se refere a suas relações sociais de amizades, familiares e de trabalho. Com isso, passam a ter mais tempo para cuidar de si, o que acaba por melhorar sua qualidade de vida. (GERONASSO e COELHO, 2012)
“O ‘problema’ me fez enxergar mais um pouquinho da vida; a doença tá me abençoando com isso” (sic)
“quero enxergar onde eu errei” (sic)
Da família disse não haver recebido apoio, que eles não se importaram, não se dispuseram a lhe acompanhar durante todo o processo, embora pense que, talvez eles nem saibam ao certo o que ela tem. Quanto ao seu esposo, de início, alude que ele não levou a sério, o que lhe causou, à princípio, irritação e desespero, pensando em como ficariam seus filhos. Que o apoio recebido foi da família
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