Matrises do pensamento em psicanálise
Por: paulfrank • 19/11/2016 • Trabalho acadêmico • 2.948 Palavras (12 Páginas) • 287 Visualizações
Para responder as questões 1 e 2 utilize o material escrito do seminário de Lacan e também o texto O Inconsciente (cap. VII, GARCIA-ROZA, 2009).
1. Lacan é considerado o grande inspirador da Escola Francesa de Psicanálise e se propôs a fazer a releitura da obra de Freud. No entanto, utilizou de outros pensadores para explicar suas teorizações. Um deles é o lingüista Ferdinand de Saussure com o conceito de signo lingüístico.
- Conceitue signo e as duas partes que compõem sua unidade:
R: Para Lacan Signo é o que representa algo para alguém. O signo não implica o aparecimento do significado, porque colocar em cena um sentido é função do significante.
Significante: É a forma escrita, ou a forma falada do signo.
Significado: É o conceito, aquilo que se sente quando se usa aquela determinada palavra.
- Explique a famosa frase de Lacan: “o inconsciente está estruturado como uma linguagem”
R: O inconsciente tem uma estrutura de linguagem, mas seus efeitos manifestam-se no terreno da língua, no da linguagem falada.
2. Freud aponta dois mecanismos básicos de funcionamento do Inconsciente: a condensação e o deslocamento, que são encontradas em todas as formações do inconsciente. Lacan assimila esses mecanismos a figuras de linguagem.
- Quais são essas figuras de linguagem? Explique seu funcionamento correlacionando aos mecanismos de Freud:
R: Real, Simbólico e Imaginário.
O termo real, empregado como substantivo por Jacques Lacan, introduzido em 1953 e extraído, simultaneamente, do vocabulário da filosofia e do conceito freudiano de realidade psíquica, para designar uma realidade fenomênica que é imanente à representação e impossível de simbolizar. Utilizado no contexto de uma tópica, o conceito de real é inseparável dos outros dois componentes desta, o imaginário e o simbólico, e forma com eles uma estrutura. Designa a realidade própria da psicose (delírio, alucinação), na medida em que é composto dos significantes foracluídos (rejeitados) do simbólico.
Simbólico, termo extraído da antropologia e empregado como substantivo masculino por Jacques Lacan, a partir de 1936, para designar um sistema de representação baseado na linguagem, isto é, em signos e significações que determinam o sujeito à sua revelia, permitindo-lhe referir-se a ele, consciente e inconscientemente, ao exercer sua faculdade de simbolização. Utilizado em 1953 no quadro de uma tópica, o conceito de simbólico é inseparável dos de imaginário e real, formando os três uma estrutura. Assim, designa tanto a ordem (ou função simbólica) a que o sujeito está ligado quanto a própria psicanálise, na medida em que ela se fundamenta na eficácia de um tratamento que se apoia na fala.
Imaginário, derivado do latim imago (imagem) e empregado como substantivo na filosofia e na psicologia para designar aquilo que se relaciona com a imaginação, isto é, com a faculdade de representar coisas em pensamento, independentemente da realidade. Utilizado por Jacques Lacan a partir de 1936, o termo é correlato da expressão estádio do espelho e designa uma relação dual com a imagem do semelhante. Associado ao real e ao simbólico no âmbito de uma tópica, a partir de 1953, o imaginário se define, no sentido lacaniano, como o lugar do eu por excelência, com seus fenômenos de ilusão, captação e engodo.
- Quais são as formações do inconsciente?
R: Simbólico e Imaginário.
Para responder as questões 3, 4 e 5, utilize o material escrito do seminário de Lacan e também o texto O Sujeito e o Eu (cap. IX, GARCIA-ROZA, 2009).
3. Uma das grandes contribuições de Lacan é o seu estudo sobre o estágio do espelho. Explique o que é o estágio do espelho e em que momento do desenvolvimento ele aparece? Qual a sua importância para a constituição do sujeito?
R: Situado entre os 6 e os 18 meses. "Estádio do Espelho" ordena-se essencialmente a partir de uma- experiência de identificação fundamental, durante a qual a criança faz a conquista da imagem do seu próprio corpo. A identificação primordial da criança com esta imagem irá promover a estruturação do “Eu” terminando com a vivência psíquica singular designada por Lacan como “fantasma do corpo esfacelado”, pois a criança experimenta o seu corpo como alguma coisa dispersa. O estádio do espelho é a constituição do eu, da identidade, da distinção entre o eu e o outro, limite do nosso corpo em relação aos outros corpos, e o próprio corpo da realidade, borda do corpo. O eu é constituído, se estabelecendo por meio de uma relação. A criança sai do estádio do espelho já como esboço do sujeito.
4. Lacan utilizou um conceito do antropólogo estruturalista Lévi-Strauss para explicar o Édipo e a passagem do Imaginário ao Simbólico. Que conceito é esse? Explique:
R: De acordo Roudinesco e Plon (1998), termo imaginário, derivado do latim imago (imagem) e empregado como substantivo na filosofia e na psicologia para designar aquilo que se relaciona com a imaginação, isto é, com a faculdade de representar coisas em pensamento, independentemente da realidade. Utilizado por Jacques Lacan a partir de 1936, o termo é correlato da expressão estádio do espelho e designa uma relação dual com a imagem do semelhante. Associado ao real e ao simbólico no âmbito de uma tópica, a partir de 1953, o imaginário se define, no sentido lacaniano, como o lugar do eu por excelência, com seus fenômenos de ilusão, captação e engodo.
5. Lacan assinala que o Édipo é um processo que acontece em 3 tempos: quais são eles? Explique cada uma desses tempos.
R: Frustação: Ser ou não ser o falo. A frustação é o âmbito por excelência da reinvindicação, com a ressalva de que neste caso nenhuma possibilidade de satisfação pode ser encontrada, a falta é um dano imaginário, em contrapartida, o objeto da frustração é totalmente real.
Privação: Ter ou não ter o dom. Na privação, é a falta que é real, Lacan designa esta falta de objeto como um buraco no real. O objeto da privação é um objeto simbólico.
Castração: Ter ou não ter o falo. Na castração, a falta que ela interpela é uma falta simbólica. A falta é, antes de mais nada, uma dívida simbólica. O objeto faltante é radicalmente imaginário e em nenhum caso, pode ser um objeto real (DOR, 1989).
Em qual momento do Édipo acontece a Lei do Pai (Nome do Pai)? O que é essa lei e o que ela representa?
No momento de castração. O pai imaginário impõe a castração, sendo o privador da mãe. A identificação da criança com este pai é fálica e estritamente imaginária. Dessa forma, pela mediação do pai imaginário, é possível o pai real ser investido como pai simbólico.
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