Menino de 6 anos com dificuldade de aprendizagem e desatenção

Análise de Caso Clínico

“Menino de 6 anos com dificuldade de aprendizagem e desatenção”

A partir da compreensão do grupo, faça um resumo do caso (três a quatro parágrafos).

Fernando é um menino que faz parte de um núcleo familiar composto por sua mãe Juliana de 34 anos, auxiliar administrativa e seu pai Cláudio de 37 anos, militar. A renda familiar era em torno de meio a um salário mínimo por integrante desse núcleo familiar, moravam na região metropolitana da capital do estado. O menino estava no 1º ano do ensino fundamental numa escola pública.

Segundo os pais de Fernando ele já havia problemas na escola anterior onde fez a educação infantil por ter problemas de socializar com os colegas. Relataram que na nova escola ele havia melhorado um pouco, a professora da escola atual refere que durante a explicação para os alunos, ele não compreendia o que era requisitado e só entendendo quando a explicação era feita individualmente. Por esse motivo ele entrou para o serviço de avaliação psicológica pela escola.

A gestação de Fernando foi de risco e ele acabou nascendo com 36 semanas, e por esse motivo tomou complemento alimentar junto à amamentação durante a internação, sorte suspensa na alta pela médica. A mãe amamentou até os três meses, pois teve depressão pós-parto. Apesar de tudo o menino teve o desenvolvimento dentro do esperado e até os 5 anos ele não conviveu com outras crianças, tendo contato só com sua irmã Caroline de 15 anos que tinha muito ciúmes dele por ele ser tratado como um bebê, mas eles mantinham uma boa relação.

O garoto tinha que ser fiscalizado para realizar suas atividades do dia a dia e a mãe sempre acaba realizando as tarefas para ele, assim foi relatado pelos pais do

menino. Também comentaram que Fernando dormia na cama com a mãe e o pai dormia em um colchão no chão. No entanto, sete meses antes da avaliação psicológica, Fernando iniciou a psicoterapia, e estava recebendo encorajamento para dormir sozinho e a família vinha incentivando a sua independência e o próprio menino não estava mais querendo ser tratado como um bebê.

Na escola Fernando era agitado, agressivo, desatento e indisciplinado, por esses motivos a instituição orientou os pais a procurar avaliação pediátrica, neurológica, psicológica, psicopedagógica e fonoaudióloga. A avaliação neurológica e fonoaudióloga não constataram nenhum prejuízo, mas orientam qualquer alteração retornar e a psicopedagoga sugeriu um possível transtorno do espectro autista.

No que se refere à solicitação da demanda de avaliação e a partir do relato da anamnese, quais são os objetivos da avaliação psicológica?

Após a descrição do comportamento do Fernando pelos pais e pela escola sendo um menino com dificuldade de convivência com os colegas, dificuldades na explicação em sala de aula, era agitado, agressivo, desatento, indisciplinado, dificuldade de executar tarefas do dia a dia, dormir com a mãe ainda, os pais facilitaram a vida dele e o tratavam como um bebê. Fazendo-se necessário a avaliação psicológica para dimensionar a complexidade cognitiva e emocional do Fernando, observando as dificuldades de aprendizagem focando na inteligência e na atenção, entre outros elementos do ambiente no qual o menino está inserido.

Quanto à entrevista de anamnese realizada com os pais/responsáveis da criança, que outras questões poderiam auxiliar na melhor compreensão da história do avaliando, (sinalize o objetivo da inserção de cada nova questão)?

A anamnese é um recurso com objetivo de uma possível conexão entre aspectos da vida do avaliado e problemas apresentados. A avaliadora poderia ter explorado mais esse método que é fundamental para avaliação. Ela deveria ter avaliado com mais afinco a história pré e perinatal, o alcance dos marcos do desenvolvimento que é de extrema importância para avaliar as condições de saúde física e mental da mãe durante a gestação e após o nascimento do bebê é possível intercorrências na gravidez (quedas, acidentes;). As informações do pós parto também são muito relevantes.

O desenvolvimento de Fernando foi muito pouco explorado e questões importantes como capacidade linguística, motora, cognitiva, sociais, emocionais e adaptativas. Em relação à linguagem poderia ter questionado sobre se ele balbuciou, que idade falou as primeiras palavras, qual qualidade da fala. Tem também os marcadores motores apurando se engatinhou, em que idade caminhou, se teve problemas na manipulação de objetos ou locomoção e quando teve controle dos esfíncteres diurno e noturno. As habilidades cognitivas de aprender coisas novas, criatividade, qualidade das brincadeiras. As interações emocionais iniciais do bebê e a reciprocidade com os cuidadores. Poderia ter feito a observação no seu ambiente natural em casa ou na escola, seria de grande valia para buscar uma possível conexão da vida do paciente com os problemas apresentados.

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