Minorias Psicológicas - Kurt Lewin - resumo
Por: Roger Loeblein • 27/9/2016 • Abstract • 1.537 Palavras (7 Páginas) • 3.014 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MINORIAS PSICOLÓGICAS
Campinas
2016
UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MINORIAS PSICOLÓGICAS
[pic 1]
Campinas
2016
- RESUMO
Quando o assunto é Psicologia Social, é impossível que o nome de Kurt Lewin não seja lembrado. Psicólogo alemão e judeu, quando obrigado a se refugiar nos Estados Unidos, graças à Segunda Guerra Mundial, Lewin focalizou sua atenção para as humilhações, discriminações e injustiças que ocorreram com seu grupo étnico - fato que o traumatizou sob muitos aspectos. A reflexão e obra de Lewin, a partir de tais estudos, ganha novas perspectivas, e abrangem não só a discriminação judaica, como também outros grupos, ao passo que também repensa e redefine o que seria o objeto de seus estudos.
Inicia-se então uma diferenciação entre as concepções psicológicas e demográficas sobre o termo “minorias”. Enquanto, na concepção demográfica, o termo minoria se dirige àqueles grupos que representam maior quantidade de membros, uma minoria psicológica é aquela que possui menos estruturas e, desta forma, está à mercê de outro grupo. Uma minoria percebe-se como em um estado de tutela, quando o assunto é o destino de seu próprio grupo. Também usada por Lewin e outros sociólogos e psicólogos sociais são os termos de minoria discriminada e minoria privilegiada – Neste último, se dirige às maiorias psicológicas, menores em números de membros, porém maiores em participação social, políticas, etc.
Kurt Lewin publica 4 estudos sobre a psicologia dos judeus: Psycosociological problem of a minority group, When facing danger, Bringing up the jewish child e Self hatred among jews. É feita uma análise dos três últimos, com que podem ser tiradas algumas reflexões e conclusões.
Em When facing danger, Lewin propõe a reflexão sobre a discriminação judaica. Como uma minoria consegue sobreviver em um contexto de perseguição como o da Alemanha nazista? O fato visível que ocorre com uma minoria é de que ela não é reconhecida, mas tolerada. Em alguns casos de perseguição na história, mortes judaicas aconteceram simplesmente pelo fato de que as pessoas eram judias. As mudanças sociais apenas ocorrem por interesse político da maioria psicológica. Desta forma, o antissemitismo tem como fundamento sempre que se manifesta o caráter de bode expiatório.
No segundo trabalho, Kurt Lewin compara a educação de uma criança judaica à de uma criança adotada. Uma das características que traz como componente circunstancial para o desenvolvimento é do campo dinâmico que a pessoa gera, enquanto cresce. Enquanto cria tal campo, as concepções da criança vão se estabelecendo conforme os tabus, interditos e mitos que se constroem na sua formação de aspirações e entendimento social. A criança, assim como a criança adotada, deve ter consciência do grupo à que faz parte e ser conscientizada das relações de discriminação que sofre ou sofrerá, seus pais devem lhe ensinar que o que constitui o grupo não são as semelhanças e diferenças, mas sim sua interdependência.
O último estudo, tido como o mais importante, retrata a autodepreciação entre os judeus. Tal fenômeno é também entre vários outros grupos minoritários. Em muitos desses casos, o indivíduo acaba gerando uma revolta em relação ao grupo que constitui, devida as discriminações que sofre. Para prevenir tal fato, é recomendado que os pais eduquem os filhos de forma a valorizar os traços positivos que compõem o grupo.
Sobre as considerações sobre grupos minoritários, Kurt Lewin publica o estudo Cultural Reconstruction, o qual enuncia uma tese fundamental e três teses derivadas. A tese fundamental é formulada para tornar inteligível o que Lewin considera como constantes dos grupos minoritários. Ao invés de opor o social do psíquico, ele o dissocia – As minorias são sociais em sua origem, estruturas e evolução. Assim a sobrevivência dos grupos minoritários pode apenas ser garantida através da conscientização.
No que diz respeito à origem das minorias, Lewin admite que sua própria existência depende apenas da boa vontade da maioria. Como já foi descrito anteriormente, a minoria ganha uma função de bode expiatório de acordo com as necessidades e frustrações da maioria a que depende.
As estruturas minoritárias podem ser divididas em duas, de forma que em uma forma mais central encontram-se grupos solidificados que aderem às instituições, costumes e tradições, identificam-se com positivamente de tudo que é tipicamente próprio ao seu grupo. Por outro lado, os grupos periféricos são aqueles que não suportam as barreiras psicossociais da discriminação. Segundo Lewin, é nesses grupos de sucesso em que aparecem as figuras de maior sucesso dentro das minorias; de uma forma ilusória, esperam que tais barreiras diminuam a sua distância para com a maioria.
Com relação à dinâmica dentro de uma minoria, é proposta a interação entre duas forças: uma centrípeta, reforçadora dos costumes e identidade minoritária; uma centrífuga, desafeiçoando o indivíduo de seu próprio grupo e criando o desejo de assimilação à maioria.
A minoria constituída pode ser divida também de duas formas: as unidades articuladas de maneira orgânica e as unidades aparentes e artificiais. Na primeira forma, os vínculos são estreitos e é percebido em termos de valência positiva, enquanto na segunda os vínculos são fracos e não podem ser considerados argumento para formar um grupo, assim, possui uma valência negativa.
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