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Muito Além do Peso

Por:   •  19/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  5.648 Palavras (23 Páginas)  •  293 Visualizações

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Muito Além do Peso

O documentário “Muito além do peso” (Brasil, 2012), dirigido por Estela Renner, relata à epidemia de obesidade infantil, um terço das crianças brasileiras apresenta excesso de peso, a obesidade infantil, sem dúvida, é um problema de saúde pública que merece uma abordagem ampla e interdisciplinar na discussão de duas causas e consequências.

Segundo o documentário a obesidade começou nos Estados Unidos depois da Guerra Mundial. Antes as pessoas preparavam seus próprios alimentos, mas depois da guerra vieram muitas tecnologias como: geladeiras, caminhões, e alimentos processados que precisavam ser investidos de forma rentável. E começando pelos EUA e se espalhando por todo o mundo, os alimentos industrializados foram tomando conta de todos independente de classe social ou cultural. Chegando aos lugares mais longínquos da terra.

A obesidade atinge de forma alarmante as crianças e por consequência teremos uma geração obesa.

O documentário conta com uma série de depoimentos de especialistas do Brasil e do exterior em variadas áreas de conhecimento, além de uma extensa lista de profissionais consultados, segundo eles a obesidade é uma das maiores pandemias modernas, as crianças apresentam sintomas de doenças de adultos. O excesso de peso ocasiona estresse, depressão, câncer, artrite e trombose, colesterol alto, triglicerídeos, cansaço, dores nas pernas, problemas na visão e na audição e doenças nos membros inferiores podendo sofrer amputações, segundo especialistas.

Em diversas cenas do documentário as crianças só se alimentam de produtos industrializados como: batata frita, salgados, bolachas, chips, bebidas como suco artificiais e refrigerantes. A obesidade se faz presente em todos os lares do mundo onde essa alimentação artificial e industrializada se encontra. Os profissionais advertem que os nossos filhos irão viver 10 anos a menos por causa da alimentação.

No decorrer do documentário a preocupação de diversos profissionais de saúde, que buscam a solução para a obesidade principalmente nas crianças. Alguns deles atribuem a falta de atividade física, aos brinquedos cada dia mais voltados para a tecnologia, ás crianças passam mais de 5 horas na TV, fatores que aumentam ainda mais a obesidade, porque a criança consome mais caloria do que perde. O problema se tornou tão sério que as crianças não reconhecem as frutas e legumes, mais não perde o nome e os sabores dos alimentos industrializados que oferecem alto índice de gordura e açúcar.

O documentário expõe, de forma crítica, porém realista a influência desleal da indústria de alimentos e bebidas em decisões do governo e também no dia a dia da população, o que a mídia transmite, e sua gigante influência na cabeça das pessoas.

Percebe-se o aumento do consumo e onde todos procuram achar o causador e vai dando nome para se encontrar a forma de reduzir a realidade. Diversas propagandas, onde as crianças têm como babá a TV como disse um especialista, mais os diretores de marketing defendem: dizendo que é o Governo responsável, pois é ele que fiscaliza que determina a quantidade e a qualidade de proteínas e calorias, porém o Governo atribui à sociedade e diz que não á nada a fazer se os pais deixam se influenciar pelos seus filhos, outro especialista discorda e diz que é covardia culpar os pais, pois muitos deles passam quase semanas fora de casa.

E enquanto se estende a discussão as empresas investem cada vez mais em propagandas e o Governo diz que investe na educação alimentar mas a ANVISA (Agência de Vigilância Alimentar), mostra gráficos sobre obesidade, mas tem o apoio da Coca-Cola, o Ministério da Saúde que recebe um título do McDonald’s, o qual se torna patrocinador das Olimpíadas, há uma grande contradição. O que se percebe no documentário é que todos buscam o culpado e todos são corresponsáveis pelas questões alimentícias.

O Governo que por sua parcela oferece para as escolas merendas todas industrializadas, e não se nota espaço para educação física nas mesmas e disciplina voltada para educação alimentar e apoiam empresas que produzem alimentos industrializados.

As empresas por sua vez só estão preocupadas nas questões que são rentáveis, investem em propagandas, marketing e brinquedos que atraem o público infantil. As famílias que se deixam ceder aos caprichos dos filhos, a perda dos valores familiares, onde antes a família se reuniam na mesa, as famílias deixaram com que a TV e os computadores tirassem esse valor tão importante. O prazer de cozinhar foi muito abordado no documentário, e o que chamou a atenção foi à desestruturação familiar, onde existem muitas mães solteiras que trabalham o dia inteiro e os filhos só dispõe dessa alimentação como disse uma mãe: “que eu saio para trabalhar, mais levo a certeza que meus filhos estarão bem alimentados.”

Uma pediatra relatou que há 20 anos se tratava de crianças desnutridas, hoje inverteu a situação, são crianças muito acima do peso, onde o desmame é precoce e as mães fazem leite artificial, e cada dia mais acham que criança gordinha é saudável. Assim chega-se à conclusão de que a realidade da obesidade depende de todos para ser mudada, desde a família buscando seus valores e cultura, ao Governo que prestem serviços de qualidade sem deixar que a busca pelo poder aquisitivo tire o foco de uma sociedade, as escolas que tenham todas as possibilidades possíveis para atender a prioridade que a sociedade clama. E as empresas como disse o especialista o poder está em nossas mãos, pois é o dinheiro que elas querem e que elas dependem, portanto devemos optar por empresas que ofereçam produtos de qualidade e que sejam saudáveis.

Lembrando que quem trabalhas nessas empresas são pais e mães com os mesmos problemas e muito infelizes com a situação. Os pais têm o poder de lidar com essa situação.

Obesidade infantil - aspectos psicológicos envolvidos na causa e suas consequências.

A obesidade é hoje considerada uma doença crônica, multifatorial, caracterizada pelo excesso de gordura acumulado nos tecidos adiposos. Pode ser um produto da vulnerabilidade genética e de condições ambientais. É fator de risco para patologias graves, tais como diabetes, complicações cardiovasculares e hipertensão. No que se refere a complicações psicológicas, a obesidade pode causar sofrimento, depressão, dificuldades na interação social e queda na qualidade de vida. Atualmente é considerada um problema de saúde pública justificada pelo aparecimento crescente de crianças e adolescentes obesos, o que tem preocupado os profissionais e pesquisadores da área da saúde.

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