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O Acompanhamento Terapêutico sob o olhar de Dom Quixote

Por:   •  29/6/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  705 Palavras (3 Páginas)  •  251 Visualizações

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O Acompanhamento Terapêutico sob o olhar de Dom Quixote

Utilizando um referencial psicanalítico winnicottiano, refletiremos sobre a prática do Acompanhamento Terapêutico (doravante simplesmente AT). Na companhia de Dom Quixote, Sancho Pança, Rocinante e ruço, teórica e conceitualmente, exemplos clínicos de acompanhantes e psicanalistas irão explicitar a relação acompanhado-acompanhante. Winnicott contribui bastante no manejo clínico. Este, consiste nas intervenções, no enquadre ou no cotidiano de um sujeito, visando a simbolização de uma questão existencial e/ou o desenvolvimento de alguma questão psíquica. Além disso, aspectos deste desevolvimento, a partir das funções ambientais necessárias para que uma subjetividade se constitua satisfatoriamente, serão percorridos dentro de uma perspectiva evolutiva, desde as mais básicas e fundamentais até aquelas significativas depois que o sujeito trilhou todo um percurso.

Devo esclarecer-vos que não encontrareis com rigor ou detalhes a história da loucura na cultura ocidental, pois o foco deste trabalho é o AT. Em sua breve história, o surgimento do AT está diretamente ligado ao tratamento das psicoses. Entretanto, temos observado nos últimos anos, cada vez mais, uma ampliação deste tipo de trabalho para intervenções nos campos da deficiência mental, drogadição, alcoolismo, terceira idade, em casos de recusa e/ou contra-indicação de terapia em consultório, entre outros. Para o momento, basta sabermos que  a forma de interação, concepção ou tratamento da loucura se transformou ao longo dos séculos. Existiu um período em que ela fazia parte do convívio social, seguido de outro em que o confinamento foi a principal forma de tratamento dos ditos “loucos”. Estes, hoje em dia, voltam gradualmente à convivência com suas famílias e comunidades.

Percebeu-se ao longo do tempo que as terapias tradicionais, quer individual, grupal ou familiar e os remédios não eram suficientes em determinados casos.  Historicamente, a prática do AT é herdeira do movimento antipsiquiátrico inglês, da psiquiatria democrática italiana e da psicoterapia institucional francesa. O AT surgiu no início da década de 70 em Buenos Aires. Na Argentina, muitos psicanalistas estiveram ligados aos hospitais psiquiátricos e dessa forma criaram novas funções para os agentes de saúde mental. Tais funções foram denominadas auxiliares psiquiátricos (ou atendentes terapêuticos). À medida em que o trabalho foi se dando mais na rua, na casa do paciente e deixando a instituição psiquiátrica, surgiram as denominações amigo qualificado e, posteriormente, acompanhante terapêutico.

Tal processo teve influência no Brasil, onde a ideia do auxiliar psiquiátrico passou por Porto Alegre, na Clínica Pinel e depois chegou ao Rio de Janeiro, em especial na Clínica Vila Pinheiros. Porém, na década de 70, com o declínio e fechamento das comunidades terapêuticas, como alternativa à internação, os auxiliares psiquiátricos continuaram sendo solicitados. Esse trabalho foi se solidificando, surgindo então a terminologia acompanhante psicoterapêutico. Em São Paulo, características um pouco diferentes, ao menos no Instituto “A Casa”, foram trazidas por uma psicanalista argentina que fazia parte do grupo que implantou o hospital-dia em 1979.

Após alguns anos, o termo acompanhamento surgiu para melhor expressar uma função que implica uma ação, uma intervenção junto a outro sujeito. Em geral inicialmente atrelada a estudantes de psicologia, ciências sociais e medicina, a atividade do AT passou a ser exercida também por psicólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais. Na atualidade, o tratamento aproximou-se do dia-a-dia, considerando as possibilidades terapêuticas das atividades e vivências do sujeito ora cuidado. Também com o objetivo de fundamentar esta visão que vos apresento esta afamada pessoa, Dom Quixote de la Macha, relatando suas andanças e feitos perpetrados em prol dos mais necessitados.

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