O Artigo de D. W. Winnicott
Por: Kamilli Moraes • 27/10/2022 • Artigo • 1.602 Palavras (7 Páginas) • 103 Visualizações
Trabalho Acadêmico apresentado à disciplina Introdução à teoria Psicanalítica.
Faculdade de Ensino Superior Santa Barbara – FAESB.
sob a orientação da Prof. Eduardo Dos Santos Canguçú.
Pelos alunas:
RA 113409 - Daiane Leite
RA 112631 - Kamilli Giovana de Moraes
RA 112641 - Maria Luiza De Vieira Guedes
RA 112208 - Vitória De Jesus Nunes Coelho
Artigo de Donald Woods Winnicott
Tatuí
2022
Introdução
O presente artigo de D. W. Winnicott explanará sobre sua construção da teoria do amadurecimento pessoal, da total dependência que temos da mãe para com o bebê até conseguir ter uma independência relativa, onde o sujeito está submetido a diferentes situações naturais e pré-estabelecidas para conseguir alcançar um certo aprendizado temporal na forma de estágios ou etapas, seguindo de tarefas que o indivíduo está sujeito a transformações para o crescimento pessoal, mas dependerá de como a pessoa lida e administra esse conhecimento.
Artigo de D. W. Winnicott
Donald Woods Winnicott nasceu em 7 de abril de 1896 na cidade de Plymouth, na Grã-Bretanha. Foi pediatra e psicanalista infantil por 40 anos, foi influenciador no ramo das teorias das relações objetais e do desenvolvimento psicológico. Winnicott graduou-se em medicina em Cambridge, estudou medicina clínica no hospital "St Bartholomew" em Londres - Inglaterra, durante os estudos, ele desenvolveu a habilidade de escutar cuidadosamente o paciente enquanto estava coletando o histórico médico dos seus pacientes, o que foi fundamental para o aprimoramento prático como psicanalista. Em 1920, termina os estudos em medicina, no mesmo ano que conheceu a Alice Buxton Winnicott, eles se casaram em 1923 e em 1949 eles se divorciaram e não tiveram filhos.
Winnicott discute em revistas para público em geral sobre problemas das crianças e das famílias. Sua obra foi bem conceituada e dirigiu-se inteiramente a construção da teoria do amadurecimento pessoal (da dependência absoluta da família, rumo a independência relativa), e durante a jornada do homem, em busca do amadurecimento, também é necessário fazer compreender a natureza e a etiología dos distúrbios psíquicos.
Em sua teoria do amadurecimento pessoal, criada no final da década de 60 a meados da década de 90, discute sobre as necessidades básicas humanas e o modo como o ambiente pode propiciar a construção da identidade do ser, que deve ser alcançado de forma natural de desenvolvimento emocional, que envolvem uma serie de características como tarefas e dificuldades que a pessoa se encontra durante as fases de sua vida ao longo do amadurecimento. Outro ponto que Winnicott aborda, sobre alguns momentos da vida do indivíduo haver certas linearidades para alcançar certas conquistas que são estabelecidos pré-requisitos e só conseguirá depois de outras tarefas e ter obtido um certo aprendizado. Durante a vida da pessoa, existirá fracasso na resolução de tarefas de certo estágio de desenvolvimento e novas tarefas continuarão surgindo, porém se o indivíduo não realizou os afazeres anteriores, é entendido como falta de maturidade necessária para enfrentar certas missões em sua vida. Logo, o prosseguimento do amadurecimento do ser é paralisado e uma perturbação emocional é ‘’provocada’’ e pode levar a pessoa a procurar ajuda para esses distúrbios internos. Donald descreve essa fase do amadurecimento precoce como a falta de um ambiente suficientemente bom.
Os primeiros estágios do amadurecimento do indivíduo
No livro ‘’os bebês e as mães'' Winnicott estudou o comportamento do bebê e de sua mãe como uma ‘’psicologia una’’, o que lhe permitia observar a sucessão da mãe e do bebê e adquirir conhecimento referente a estrutura psicológica e emocional dos dois. Para descrever o bebê, ele estudava o ambiente da mãe para que assim, gradativamente se transforme em algo separado do bebê. O ambiente favorável é a mãe suficientemente boa, aquela mãe que atende o bebê na hora certa e na medida exata nas suas necessidades, deste modo, o bebê cria uma ilusão saudável do seu desenvolvimento, o que ele chama de ‘’verdadeiro self’’, ou seja, haverá progressões naturais ao superar o estágio de dependência absoluta, lidar com frustrações e fracassos relativos por parte da mãe, rumo à dependência relativa. Na medida em que o processo avança, diminui também a necessidade de cuidados totalmente adaptados ao bebê e é necessário uma readaptação da mãe para que ocorra o progresso gradativo de novas funções da psique mentais do bebê e da mãe, deixando o ambiente perfeito e desta maneira, o bebê vai se separando da mãe e se adaptando ao mundo compartilhado eu-mundo. Caso a mãe não seja suficientemente boa ao responder adequadamente aos gestos do bebê, o bebe tem que se submeter aos cuidados excessivos da mãe, isto é, as atitudes e exigências estabelecidas pela mãe e a espontaneidade do bebê acabam se perdendo com o tempo. Ele chama este desenvolvimento defensivo de ‘’falso self’’, assim o bebe sofre desajustes, provocando falhas no desenvolvimento da personalidade do indivíduo, alguns desajustes enfrentado pelo bebê é a falta de fronteira no corpo, despersonalização, falta de coerência psicossomática, dentre outros pontos.
Para Winnicott (1983, pp.37-38), o corpo humano possui a capacidade de categorizar eventos, armazenar memórias e relacioná-las. Quando criança, a mente é capaz de usar o tempo como uma maneira de categorizar medida e também medir espaço. A mente consegue relacionar a capacidade de esperar algo através dos barulhos e movimentos para ter o que almeja, como: alimentação, banho, etc. Porém, o uso excessivo da função mental, melhor dizendo, quando o ambiente não é suficientemente bom, é considerado como um problema no desenvolvimento, mas é importante ressaltar que durante toda a vida de uma pessoa, ela vem usando a capacidade imaginativa das funções corporais, em específico quando ficamos doentes ou machucados e precisamos nos recuperar de distúrbios somáticos e cabe ao médico descobrir os impedimentos físicos, o paciente permitir que pessoas próximas e o próprio médico possa ajudá-lo e sendo assim, o paciente-doente consegue recuperar-se da dor.
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