O CONCEITO FREUDIANO DE INCONSCIENTE
Por: Fabio Souza • 17/5/2018 • Trabalho acadêmico • 15.529 Palavras (63 Páginas) • 331 Visualizações
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O CONCEITO FREUDIANO DE INCONSCIENTE
EM 1915
Fase de pesquisa para o trabalho de conclusão de curso (TCC) de Filosofia do Departamento de Ciências Humanas (DCH) da UFLA,apresentado pelo aluno _________________(matrícula _______), a ser desenvolvido sob orientação do Prof(a). Léa Carneiro Silveira.
Lavras - MG
2016
RESUMO
O objetivo deste trabalho é apresentar o conceito de inconsciente tal como exposto por Freud em um de seus artigos metapsicológicos de 1915. O estudo do inconsciente é fundamental dentro da teoria psicanalítica. Segundo Freud, ele corresponde à maior parte da psique humana, sendo de alguma forma responsável por todos os comportamentos humanos. No inconsciente está a base da natureza humana, adquirida em um longo processo evolutivo. Ele é o lugar dos fundamentais processos de defesa, incluindo o recalque com seu papel central na constituição do psiquismo. Uma ideia inconsciente é uma ideia que não notamos, mas cuja existência estamos dispostos a aceitar, com base em outros indícios e provas.
Sumário
INTRODUÇÃO 1
Capítulo 1: Argumentos para sustentar a existência de processos psíquicos inconscientes 3
Capítulo 2: O conceito de inconsciente no texto metapsicológico de 1915 12
Considerações Finais 29
Referências Bibliográficas 30
PARTE 2- PLANO DE CURSO 32
INTRODUÇÃO 32
Docência do ensino de filosofia no ensino médio 32
A aula de filosofia e seus elementos teóricos 35
A estrutura do plano de ensino e seus elementos 36
Considerações finais 37
Conteúdo Curricular 38
PLANO DE ENSINO 43
I – Objetivo e metodologia 43
II – Justificativa 46
VII - BIBLIOGRAFIA 47
BÁSICA 47
INTRODUÇÃO
Conhecer o inconsciente na amplitude proposta pela psicanálise é descobrir a menoridade da consciência e sua fragilidade, é empoderar o desconhecido. Esse trabalho tem como principal objetivo fornecer ao leitor o tamanho da amplitude e importância do inconsciente nesta impactante teoria. Freud sofreu muita resistência ao empoderar o desconhecido e reduzir a importância da consciência no aparelho psíquico humano. A diminuição do peso da consciência em fundamentais explicações do psiquismo de um ser que sempre foi visto e valorizado pela sua consciência não foi simplesmente aceita. A onipotência da consciência, vista como a mais nobre virtude humana pela sociedade, foi ameaçada pela psicanálise. Suas explicações sobre os sonhos, atos falhos, sexualidade e atos psíquicos atribuem um papel para ela.
O impacto e a resistência no advento da teoria psicanalítica fizeram com que Freud, seu fundador, dedicasse uma parcela considerável de seus escritos e discursos para justificar e validar sua teoria. Desta forma ele aproximava as pessoas a esta nova visão ao fazê-las notarem em seus próprios cotidianos manifestações próprias cujas origens eram desconhecidas.
Freud, antes de elaborar a psicanálise, dedicava-se ao estudo e tratamento de histerias. A teoria psicanalítica se desenvolve através da compreensão sobre este tratamento e seus pacientes; compreensão que cada vez mais afastava o médico Freud de buscar as causas destas doenças no organismo.
O desenvolvimento dos estudos revela a Freud um imenso sistema com conteúdos psíquicos afastados da consciência. Esse sistema vivo e dinâmico foi chamado por ele de inconsciente. Diversas peculiaridades evidenciavam que o inconsciente atua na psique humana sem que a própria pessoa tenha consciência desta atuação. Neste trabalho será realizado, especificamente, o estudo do texto O inconsciente, que Freud publicou em 1915.
Aprofundarmo-nos no tema do inconsciente permitirá um breve vislumbre das transformações sobre o entendimento do psiquismo humano. Também permitirá conhecer com detalhes como Freud pensa o funcionamento e o grande papel do inconsciente para o psiquismo, suas comunicações, manifestações e conteúdos.
Capítulo 1: Argumentos para sustentar a existência de processos psíquicos inconscientes
Freud, fundador da psicanálise, trouxe uma grande contribuição sobre o conhecimento do aparelho psíquico humano. Uma contribuição turbulenta, pois rompe, em larga medida, com o pensamento vigente da época. Segundo Garcia-Roza “Epistemologicamente, ela não se encontra em continuidade com saber algum, apesar de arqueologicamente estar ligada a todo um conjunto de saberes sobre o homem, que se formou a partir do século XIX.” (1984, pos. 289).
Além desta ruptura com a ciência da época, o impacto na sociedade científica foi agravado com a teoria do desenvolvimento psicossexual (Freud, 1905), que afirma a sexualidade presente desde o nascimento das pessoas. Essa afirmação enfrentou grandes resistências da comunidade científica naquele tempo. Mesmo a sexualidade sendo relacionada à histeria no período pré-analítico, o discurso de Freud não atribuía a sexualidade à criança, mas sim à recordação durante a puberdade de um evento ocorrido na infância que adquiriu uma conotação sexual nesta recordação. “(...) uma recordação desperta um afeto que não despertou enquanto experiência, porque no intervalo (entre a experiência e a recordação) a mudança produzida pela puberdade tornou possível uma compreensão diferente daquilo recordado” (MEZAN,2013p.40). A resistência da comunidade científica se agravava a cada polêmica das revelações da teoria freudiana; essa resistência não se limitou à teoria da sexualidade e atingiu, também, o estudo sobre o inconsciente.
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