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O Curso de Graduação em Psicologia

Por:   •  8/12/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.378 Palavras (6 Páginas)  •  92 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO

Curso de Graduação em Psicologia

 

Damaris Souza dos Santos

Rafael Pinto Carapiá Luz

Leticia Pereira da  Cruz

Mariane Ferreira da Silva

Paula Elisa Azevedo da Cruz Santos

Entrevista e análise a partir de experiência com adoecimento

Salvador

2021

Damaris Souza dos Santos

Rafael Pinto Carapiá Luz

Letícia Pereira da Cruz

Mariane Ferreira da Silva

Paula Elisa Azevedo da Cruz Santos

Entrevista e análise a partir de experiência com adoecimento

Projeto desenvolvido para a matéria de Psicologia Hospitalar, proposto por graduandos em Psicologia como pré-requisito de desenvolvimento de avaliação da disciplina. 

Supervisor: Profª. Karina Neville.

Salvador

2021

INTRODUÇÃO

Observando o cenário de calamidade que se tornou a saúde no mundo devido a pandemia da Covid-19, faz-se necessário o entendimento sobre o que é o adoecimento do corpo e a experiência individual que o acomete. Tendo em vista que o processo de adoecimento é único e cada experiência é individual, podendo evocar para diversos sentidos sobre o adoecimento. Moretto (2019), apresenta o adoecimento como um acontecimento do corpo que acaba por interromper o segmento normal do processo e exige um esforço psíquico extraordinário para ser acomodado e se transformar em uma experiência singular.

Entrar em contato com a finitude é uma experiência que deixa marcas e a principal delas é a constatação de que morte é algo possível. O sofrimento advindo do adoecer lembra o indivíduo de sua impotência diante do inesperado, retira o paciente de um local seguro (família, casa, trabalho, amigos) e o  coloca diante de algo que o desestabiliza. De acordo com Barbosa et al. (2007), a sensação trazida pelo processo de adoecimento é que o paciente sequer é dono de si, seu corpo quebra a linearidade entre a vida e nossas funções diárias, ocasionando uma desorganização na vida do paciente, provocando em si diversas subjetivas transformações.

Com isso, será realizado análise a partir de uma entrevista e dos conteúdos discutidos na disciplina de Psicologia Hospitalar.

DESENVOLVIMENTO

J.R, 23 anos, traz que em maio de 2020, ainda no início da pandemia, uma doença completamente desconhecida, como é até hoje, foi um dos primeiros pacientes infectados pela Covid-19 oficialmente em sua cidade no interior da Bahia. No momento em que recebeu o diagnóstico, começou a sentir todos os sintomas, de maneira muito forte, trouxe que houve preocupação, imaginando “o que seria de mim?”. Foi transferido da sua cidade natal para Salvador de ambulância, relatando que esta foi uma das piores experiências de sua vida. “Passar 48h na UTI foram traumáticas para mim, todo o processo, o receio de achar que não sairia vivo daquilo”. Trouxe sobre o doloroso processo dos cuidados médicos, das injeções, da grande quantidade de remédios e o barulho dos equipamentos. “Coisas que tenho guardadas até hoje, inclusive minha psicóloga diz que estou com TEPT”.

Ao sair do hospital, relata que houve um outro problema, “as sequelas do Covid”. O seu internamento e tratamento da Covid-19 duraram por muito tempo, tendo alta da médica pneumologista somente no mês de outubro de 2021. “Eu precisei ser internado novamente, praticamente um mês depois por conta das sequelas, indo para as emergências dezenas de vezes”.

Logo em seguida, teve uma outra infecção viral, um mês após a segunda internação. “Como meu corpo já estava muito fragilizado por duas viroses muito próximas, alguns nervos foram danificados e isso me causa muita dor, muita dificuldade em andar”. J.R faz acompanhamento fisioterápico, pilates, musculação e acupuntura para sua reabilitação. “Porque as dores são extremas, sofro muito e o cansaço está refletindo diretamente na minha saúde psicológica”. J.R conta sobre uma piora em suas crises de ansiedade, onde faz o uso de medicamentos ansiolíticos para dormir.

 “Tomo antidepressivos para não ter crises tão acentuadas como estava tendo, que é muito pior do que qualquer dor física, a dor nas articulações e a dor causada pela artrite reumatoide é insuportável, mas a dor causada no meu psicológico quando estou tendo fortes crises é bem pior, é como se o mundo desabasse na minha cabeça e meu corpo se abrisse e eu fico completamente paralisado.”  

J.R conta que essas experiências o fizeram se aproximar mais das orações, onde sempre foi uma pessoa mais ‘orante’, porém, precisou fortalecer ainda mais esse lado religioso. “Coisa que eu acredito que me auxiliou bastante, apesar de tudo a fé me ajudou muito a enxergar uma esperança, pois muitas vezes não temos esperança.”

Durante o relato do caso se fez notório como as medidas frente ao sofrimento do paciente teve, como uma das medidas assertivas, o uso do psicofármaco como parte fundamental do tratamento. Referente ao meio de identificação nominal, o caso faz relação a utilização do atual Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V, 2013), que apresenta e classifica comportamentos individuais, coletivos e sociais que passaram a serem descritos como patológicos, necessitando assim, de intervenção médica para tentar controlá-los, em sua grande maioria, de forma química, ou seja, com medicamentos.

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