O Cérebro de Buda: Neurociência para a felicidade
Por: MACJAC • 7/5/2018 • Trabalho acadêmico • 4.363 Palavras (18 Páginas) • 333 Visualizações
O cérebro de Buda: Neurociência para a felicidade
Autores: Rick Hanson e Richard Mendius, sendo o primeiro neuropsicólogo, mestre de meditação, graduado pela Universidade da Califórnia e, o segundo neurologista especializado em neurologia e prática meditativa.
Buda nasceu igual a todo mundo, a sua diferença pelos outros é que ele conseguiu mudar o próprio cérebro. Esse livro vai falar das práticas contemplativas do budismo com descobertas atuais da neurociência. É este um guia prático que conduz a todas as etapas do despertar da mente.
A ciência fez uma descoberta revolucionária que revelou recentemente que o cérebro adulto permanece aberto a transformações ao longo da vida. A mente tem processo que regula o fluxo de energia e se aprendermos a usá-la podemos transformar o nosso cérebro. Através das nossas relações sociais podemos estabelecer ligações neurais que formam a estrutura do cérebro. Além de comunicação, quando cultivamos a compaixão e atenção permanentes estamos usando os circuitos sociais do cérebro e isso nos da à capacidade de transformar até as nossas relações conosco mesmos.
Vamos encontrar nesse livro a possibilidade de conhecer melhor a mente, entendendo preceitos fundamentais como as nobres verdades; as bases da atenção plena; o desenvolvimento da virtude, da bondade, do perdão e da paz interior. Todos esses fundamentos apresentados como um convite de Buda para encontrarmos as raízes da felicidade, o amor e a sabedoria.
Rick Hanson fala que ao mudarmos o cérebro, nós podemos transformar nossa vida.
Capítulo I: O cérebro que se transforma
À medida que nos tornamos uma pessoa mais feliz ativamos mais a região frontal esquerda do nosso cérebro.
O cérebro pode interagir com outros pontos do corpo e assim interagir com o mundo e com seus 100 bilhões de neurônios, pode ser modelado pela mente também. Então, em um sentido amplo, podemos dizer que a mente é formada pelo cérebro, pelo corpo, pelo mundo cultural, pela cultura humana e pela própria mente em si. A mente e o cérebro são sistemas codependentes.
Dentre as práticas contemplativas desse mundo podemos citar: o cristianismo, o judaísmo, o islamismo, o hinduísmo e o budismo; através de meditação, oração, ou simplesmente admirando as estrelas. A contemplação é um método já usado a milhares de anos e é uma maneira de se acalmar a mente e o cérebro.
Este livro vai abordar as perspectivas e técnicas budistas.
Figura I – Interseção das 3 disciplinas.
As descobertas feitas nessa interseção, diz respeito aos estados cerebrais que vão gerar estados mentais mais saudáveis e como eles serão ativados.
Não podemos compreender o cérebro de Buda, mas compreender melhor a mente das pessoas que caminharam longe nessa busca tem como objetivo desenvolver mais alegria, atenção e percepção.
Os autores acreditam que essa é uma oportunidade sem precedentes de nos tornarmos mais felizes.
Há algo envolvendo a mente, a consciência e o caminho do despertar, algo transcendental como Deus, o Espírito Santo e que mesmo não podendo ser provados, juntamente com os princípios da ciência, devem ser considerados como uma possibilidade. Independente de fatores transcendentais o cérebro é condição proximal e necessário suficiente para a mente. “A mente é o que o cérebro faz” (p.25) “Assim, uma mente que desperta é um cérebro que desperta.” (p.25). Saber influenciar o próprio cérebro. Nessa perspectiva, pode ser muito útil.
O sofrimento é construído e inventado pelo cérebro e causa infelicidade e descontentamento. Sempre que encontramos a estratégia, um problema, situações desagradáveis e/ou agonizantes, ficamos desapontados e sofremos. Mas se o cérebro é causador do sofrimento pode ser também sua cura.
Buda, quando teve o seu despertar, passou a ensinar a virtude, a atenção plena e o bom senso; os três pilares budistas, fontes do bem estar diário, do desenvolvimento psicológico e da realização espiritual.
- Virtude é a capacidade de ter o controle das ações, palavras e pensamentos.
- Atenção plena é quando utilizamos a atenção tanto para o mundo interior quanto para o exterior. Há maneiras de ativar o cérebro para promover a atenção plena.
- A sabedoria é aplicada ao bom senso e pode se adquirir o bom sendo de dois jeitos: distinguir o que atrapalha e o que ajuda; e em seguida desprender-se do que é nocivo e fortalecer o que faz bem. Desse jeito nos sentiremos mais tranquilos em relação às mudanças das coisas e também mais ligados a tudo.
- O controle, o aprendizado e a seleção são três funções fundamentais do cérebro que se sustentam.. A virtude, a atenção plena e a sabedoria e participam de toda atividade mental importante.
Depois que entendemos melhor o funcionamento do cérebro, é possível ter maior controle sobre ele, aumentar o bem estar e ir mais longe no caminho do despertar.
Inspirar fundo e expirar devagar, nos acalma; assim ao lembrar de algo ruim, pensar na (reações) na sensação de estar com alguém que se ama; prolonga a sensação de felicidade, que aumentará os níveis de dopamina e ajuda a manter a concentração.
Pensar em nós como crianças e como queremos bem a essas crianças, buscar o caminho do despertar, nos torna bem humorados, simpáticos e é um grande presente para as outras pessoas, cita os autores. “Quanto mais nos tornamos hábeis com a mente – e portanto com o cérebro - , maior a probabilidade de o nosso mundo se direcionar para um mundo melhor.”
PARTE I – AS ORIGENS DO SOFRIMENTO
Capítulo II: A evolução do sofrimento
Por Buda: o sofrimento tem como causa o desejo incontrolável em relação a alguma coisa; a cura seria livrar-se de tal desejo e prescrever um caminho (o caminho octuplo).
O córtex moderno vem mudando por pressões evolucionárias para desenvolver cada vez mais habilidades de provar, de criar laços, comunicar, cooperar e amar. O hemisfério esquerdo passou a ter como foco os processos sequenciais e linguísticos. O hemisfério direito assumiu os processos holísticos e visões-especiais e ambos trabalham unidos.
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