O DESENVOLVIMENTO DA FALA - CONSIDERAÇÕES A PARTIR DO VÍDEO THE BIRTH OF A WORD
Por: renatacruz590515 • 27/2/2019 • Trabalho acadêmico • 1.033 Palavras (5 Páginas) • 187 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
O DESENVOLVIMENTO DA FALA - CONSIDERAÇÕES A PARTIR DO VÍDEO THE BIRTH OF A WORD
CURITIBA
2014
RENATA CRISTINA DA SILVA PAMPUCH CRUZ
THALISIÊ CORREA
O DESENVOLVIMENTO DA FALA - CONSIDERAÇÕES A PARTIR DO VÍDEO THE BIRTH OF A WORD
[pic 1]
CURITIBA
2014
O vídeo fala de um experimento que foi feito em uma casa com um sistema de gravação de áudio e vídeo por cerca de três anos. O experimento tem por objetivo entender a influência dos ambientes sociais na aquisição da linguagem. Deste modo, a rotina de uma família foi gravada, bem como o processo de aquisição da linguagem de um bebê com aproximadamente um ano no inicio do processo.
Todas as palavras que o bebê ouviu do pai, da mãe e da babá foram relacionadas às palavras que o bebê, com o tempo, começou a produzir. Depois do primeiro aniversário o bebê dizia “gaga” significando a palavra “água”. Ao longo, de seis meses ele se aproximou gradativamente da forma apropriada de um adulto pronunciar a palavra “água”. Observou-se também que, ao longo do período de vinte e quatro meses o vocabulário do bebê aumentou de forma muito expressiva.
Uma questão relevante durante o experimento foi: Por que algumas palavras aparecem antes de outras? Foi constatado que a fala de quem cuida da criança caía sistematicamente até atingir um número mínimo de complexidade, fazendo a linguagem aparecer da forma mais simples possível. Depois disso, a linguagem ascendia em seu nível de complexidade. A queda da complexidade se alinhou ao momento específico do nascimento de cada palavra do bebê. Deste modo, percebe-se que os cuidadores reestruturavam sua linguagem para conduzir a criança de um nível de fala menos complexo ao mais complexo.
Outro ponto importante a ser ressaltado no experimento foi à influência dos “pontos sociais quentes” afetando no processo de como a linguagem é apreendida. Ou seja, a estrutura de quando as palavras são ouvidas, afeta o modo de como elas são aprendidas. Existe uma relação importante entre as palavras e o que elas significam no mundo.
Diante do exposto, passemos a uma análise do desenvolvimento da fala utilizando conceitos de Vigotski no texto “As raízes genéticas do pensamento e da linguagem” e reflexões de Luria expostas no texto “O problema da linguagem e a consciência”.
O primeiro texto chama a atenção para a distinção dos processos de desenvolvimento do pensamento e da linguagem, o autor ressalta as diferenças genéticas de ambos os processos na filogênese. E destaca ainda que há uma fase na fala que é pré-verbal e pré-intelectual. Quando o pensamento e linguagem se encontram por volta dos dois anos de idade acontecem mudanças qualitativas para a consciência das crianças. “Mas a descoberta mais importante é que, num certo momento, mais ou menos aos dois anos de idade, as curvas da evolução do pensamento e da fala, até então separadas, encontram-se e unem-se para iniciar uma nova forma de comportamento.” (2008, p.53).
Os sintomas desse cruzamento, quando a fala começa a servir ao intelecto, e os pensamentos passam a ser verbalizados apresentam duas características, conforme aponta Vigotski: 1- Curiosidade ativa e repentina da criança pelas palavras, suas perguntas sobre cada coisa nova (“o que é isto?”) e, 2- consequente ampliação do seu vocabulário que acontece de forma rápida e aos saltos. Comparando os sintomas desse cruzamento com vídeo em questão, observa-se como a fala da criança da um salto de vocabulário por volta dos vinte quatro meses, corroborando com o que é apresentado no texto.
Outro ponto a ser ressaltado em relação ao texto de Vigotski é a influência dos ambientes sociais para a aquisição da linguagem. No vídeo, ressalta-se a influência dos “pontos sociais quentes” afetando o processo de como a linguagem é apreendida. Pode ser percebido no vídeo que o ambiente da casa influencia diretamente na palavra aprendida pelo bebê. Pode-se usar como exemplo a palavra “água” que foi repetida mais vezes na cozinha do que sala. Nota-se que uma linguagem que a principio é externa, ou seja, esta associada diretamente com o ambiente, vai tornando-se gradativamente uma fala interna. Vigotski mostra que
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