O Estudo de Caso Real
Por: carolhhh • 17/8/2021 • Bibliografia • 769 Palavras (4 Páginas) • 164 Visualizações
Estudo de Caso Real
Foi realizado com duas pessoas integrantes de uma família, nomeadas de modo fictício, Ana (mãe) e Abel (pai). Junto à pessoa índice, Alex, constituem a "Família A".
As entrevistas foram realizadas com os pais de Alex, 34 anos. Alex estudou até a 4ª série e recebe Beneficio de Prestação Continuada (BPC). Foi diagnosticado com deficiência intelectual moderada e apresentou os primeiros episódios de agressividade em 1997 aos 14 anos, quando iniciou acompanhamento psiquiátrico no Ambulatório de Psiquiatria do Hospital. Sua primeira internação na UAP foi dia 07/11/2002 aos 19 anos. Até o momento da coleta de dados, com base nos prontuários, informação dos pais e da equipe da UAP, Alex possuía mais de 30 internações.
Ana (mãe), 68 anos, é do lar e aposentada. Abel (pai), 70 anos, também é aposentado e cuida de uma chácara da família. Ana e Abel são casados há 48 anos e têm três filhos, sendo uma mulher e dois homens. Abel possui um filho de uma relação extraconjugal, Ana assumiu a maternidade, pois a mãe da criança cometeu suicídio com arma de fogo quando esta tinha cinco meses de idade. O avô materno de Alex era agricultor e faleceu em 1959, a avó era do lar e faleceu em decorrência de câncer renal em abril de 2017. O avô paterno, que era ferroviário, faleceu devido a complicações cardíacas em 2007 e a avó, aposentada, está viva, porém não mantém contato com Alex. Alex tem um tio e uma tia por parte de pai. Por parte de mãe, tem uma tia e três tios, dois dos tios alcoolistas, um destes cometeu suicídio por enforcamento em 2011, o qual realizava tratamento para depressão. Alex possui três irmãos, 30, 43 e 46 anos, que residem no mesmo município, porém, segundo relatos de Ana e Abel, auxiliam pouco no cuidado e não mantém vínculos com Alex. Ana e Abel demonstram-se sobrecarregados, pois são os principais responsáveis pelo cuidado. Abel está sempre envolvido com as questões burocráticas das internações e instituições de longa permanência.
Os familiares tornaram-se os principais provedores de cuidados e apoio. No caso desta família, Ana possui artrose, pré-diabetes, hipertensão e faz uso de medicações antidepressivas. Abel já esteve internado em uma unidade de tratamento para usuários de álcool e outras drogas, mas não realizou acompanhamento após a alta. Pode-se perceber que é uma família vulnerável psicossocialmente, em que o cuidado à saúde de Alex é centrado nos seus pais, que são idosos.
Nesse sentido, torna-se importante a utilização do ecomapa para conhecer os vínculos entre a família e visualizar sua rede de apoio.
Quando se realizou a entrevista, Ana e Abel não relataram sérios conflitos, porém a família não apresentava muitos vínculos fortes entre seus integrantes. Ana possui um bom vínculo com sua irmã, referindo que esta a escuta nos momentos difíceis. A família possui vínculo forte com a assistente social residente da UAP, que acompanha o caso junto com outros profissionais. Possui, também, vínculos fortes com serviços de saúde, como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), com o Ambulatório de Psiquiatria do Hospital e com a UAP, onde reinternou diversas vezes.
Encaminhou-se Alex a um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), porém não houve adesão, sua permanência na maior parte do tempo é longe da família e do lar. Salienta-se que a família, bem como a equipe desta unidade identificou que há grande número de reinternações de Alex. Este alterna sua estadia entre a casa dos pais, onde permanece alguns dias, a UAP e instituições de longa permanência. Com efeito, muitas vezes, a institucionalização acontece devido à dificuldade que a família tem de cuidar da pessoa com transtorno mental, colocando ela e a si mesmo em risco.
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