O Experimento do João-Bobo de Bandura
Por: marcosdipa • 12/9/2018 • Trabalho acadêmico • 1.026 Palavras (5 Páginas) • 2.231 Visualizações
Experimento do João-Bobo de Bandura
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O experimento do João-Bobo de Bandura é o nome de dois experimentos conduzidos por Albert Bandura em 1961 e 1963 estudando padrões de comportamento associados com agressão. Bandura esperava que os experimentos provassem que agressividade pudesse ser explicada, ao menos em parte, pela teoria social da aprendizagem. A teoria social da aprendizagem diz que o comportamento como a agressividade são aprendidos através de observação e imitação do comportamento alheio.
Os experimentos de Bandura foram importantes porque desencadearam muitos outros estudos sobre os efeitos de um meio violento em crianças. Trata-se um de uma pesquisa relevante no contexto atual, em que há muitas preocupações quanto ao efeito das influências sociais no desenvolvimento e crescimento da personalidade e da moralidade da criança. A televisão, os jogos de computador, a música e a falta de modelos a seguir são citados como razões para uma suposta ruptura da sociedade e uma tendência crescente à violência.
Objetivos:
Verificar que o comportamento humano é aprendido através da imitação e repetição social, ao invés de herdado através de fatores genéticos.
Perceber como as crianças reagiam ao ver alguém agredindo (fisicamente e verbalmente) o brinquedo inflável.
Método (1961):
Para o experimento do João-Bobo, Bandura selecionou um grupo de crianças do berçário local de Stanford, com idades entre 3 e 6 anos, com uma idade média de 4 anos e 4 meses.
Para testar a previsão de que as crianças seriam mais propensas à agressão, Bandura escolheu 36 sujeitos de cada sexo. O grupo de controle, que não veria nenhum modelo adulto, consistia de 24 crianças, sendo 12 meninos e 12 meninas. O segundo grupo, que seria exposto a um adulto que mostra tendências agressivas, era formado por 24 crianças de ambos os sexos. Os dois grupos resultantes deste foram divididos em grupos de 12, metade seria testada com um modelo feminino e metade com um modelo masculino. O terceiro grupo foi estruturado exatamente da mesma forma que o segundo, com a única diferença de que eles seriam expostos a um adulto passivo.
O experimento começou com a introdução de cada uma das crianças dos grupos de teste em uma sala com um adulto. O adulto sentou-se no outro canto da sala com alguns brinquedos, além de um boneco joão-bobo e de um martelo. A criança não podia brincar ou interagir com esses brinquedos. Para as crianças do segundo grupo, após um minuto brincando com os brinquedos, o adulto começaria a agredir verbal e fisicamente o boneco por um período de 10 minutos. Para o terceiro grupo, o adulto sentava-se em silêncio e pacificamente por dez minutos. O grupo de controle, é claro, sentou-se na sala por dez minutos sem a presença de nenhum adulto.
A próxima fase do experimento do João-Bobo foi levar a criança para outra sala cheia de brinquedos interessantes. A criança não podia brincar com eles, explicando que eles estavam reservados para outras crianças. Isso pretendia elevar os níveis de frustração do sujeito.
A criança foi novamente levada para outra sala cheia de brinquedos interessantes, alguns agressivos e outros não-agressivos. Além disso, a sala também tinha o boneco joão-bobo e o martelo. O sujeito foi observado através de um espelho unidirecional e vários tipos de comportamentos foram avaliados.
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O primeiro fator medido foi a agressão física, que consistia em bater no punho com o martelo, socar, chutar ou sentar nele. A agressão verbal também foi avaliada, seja abuso geral ou imitação de frases usadas pelo modelo a seguir.
Resultados:
Os resultados do experimento com o boneco joão-bobo mostraram que as crianças que foram expostas ao modelo agressivo eram mais propensas a exibir comportamento imitativo agressivo, mesmo que o adulto não estivesse presente.
Percebeu-se também que os meninos tendem a ser mais agressivos do que as meninas, já que a sociedade sempre tolerou e defendeu um comportamento mais violento nos homens do que nas mulheres.
Medidas para o comportamento verbalmente agressivo demonstraram que as crianças expostas a modelos agressivos eram mais propensas a imitá-las. Os níveis de agressão verbal expressos foram aproximadamente os mesmos para meninos e meninas.
Os sujeitos do experimento expostos ao modelo não agressivo, ou a nenhum modelo, mostraram muito pouco comportamento imitativo agressivo. Essa descoberta provou parcialmente que crianças expostas a um modelo passivo mostraram menor agressão imitativa. No entanto, os resultados não confirmaram totalmente essa previsão, porque não houve diferença significativa entre os níveis de agressão imitativa entre os grupos um e três.
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