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O FÍSICO, MOTOR E BIOLÓGICO

Por:   •  26/6/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.937 Palavras (12 Páginas)  •  239 Visualizações

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FÍSICO, MOTOR E BIOLÓGICO

Como envelhecimento entende-se um processo natural em que há algumas alterações no organismo do sujeito desse processo, o idoso. A expectativa de vida dos indivíduos dessa parcela da população tem aumentado gradativamente desde 1900. Dados evidenciam que mulheres tendem a ter mais longevidade do que os homens, fazendo com que o número de mulheres mais velhas ultrapasse o número de homens mais velhos em uma proporção de três mulheres para cada dois homens. 
Segundo Messy (1999), se envelhece conforme se vive. Porém, é na senescência, período em que ocorrem mudanças físicas associadas ao envelhecimento, é que se nota a involução do desenvolvimento humano. Birren & Cunningham (1985) conceituam esse período como o envelhecimento primário, que diz respeito ao envelhecimento normal, livre de doenças. Há também o envelhecimento secundário e terciário, que podem ser conceituados, respectivamente, como as mudanças no organismo relacionadas a doenças e as perdas que ocorrem repentinamente antes de morrer. 
Durante o envelhecimento, há a tendência de que os desenvolvimentos motores, físicos e biológicos declinem.
No envelhecimento biológico, os órgãos perdem funções devido a morte celular e ao envelhecimento das células, ambos ocorrem quando o sistema que mantém a homeostase entra em declínio. A maioria dos sistemas corporais geralmente continua a funcionar razoavelmente bem, mas o coração, em particular, torna-se mais suscetível a doenças por causa de sua menor eficiência. A capacidade de reserva do coração e de outros órgãos diminui, afirma Papalaia & Olds (2006). Segundo Nocelli (2002) este envelhecimento é o resultado da danificação de moléculas, células e tecidos, os quais gradativamente perdem a capacidade de se adaptar ou de reparar um dano.
Essas alterações biológicas culminam em uma série de doenças. Dentre elas, as doenças cardíacas, o câncer e os derrames são as três principais causas de morte de idosos.
Os sentidos também podem ser afetados. A perda de audição e a da discriminação gustativa são as mais comuns. Segundo Papalaia & Olds (2006), as mudanças nas capacidades sensórias e psicomotoras também variam. Problemas visuais, combinados com coordenação e tempo de reação mais lenta, podem afetar certas habilidades.
O envelhecimento físico também acarreta certas alterações, dentre elas: A pele tende a ficar mais pálida e manchada e menos flexível e tende a enrugar devido ao desaparecimento de algumas gorduras músculos. Veias varicosas nas pernas tornam-se mais comuns. Os cabelos ficam grisalhos e mais finos, e os pelos corporais tornam-se mais escassos. Mudanças menos visíveis afetam órgãos internos e sistemas corporais, o cérebro e o funcionamento sensório, motor e sexual. Bee (1997) afirma que o efeito mais perceptível de todas as mudanças físicas do envelhecimento, no comportamento diário, é uma desaceleração generalizada em todas as reações.
Outra alteração que ocorre é relacionada a questão motora. A coordenação motora, segundo Rauchbach (1990), é a base do movimento homogêneo e eficiente, que exige uma extensa organização do sistema nervoso, com utilização dos músculos certos, no tempo certo e intensidade correta, sem gastos energéticos. Há na velhice um declínio nos níveis de atividade física habitual, o que contribui para a perda da capacidade funcional. Essa perda ocasiona um aumento da dificuldade para idosos realizarem certas atividades de seu cotidiano, pois é essa capacidade motora que permite que o corpo tenha uma estrutura autônoma, ou seja, que consiga encontrar em si mesmo a sua organização. Rauchbach afirma que dentre os vários tipos de coordenação, a óculo-manual é particularmente importante na vida dos idosos, pois as funções sensoriais são as mais afetadas pelo processo de envelhecimento, levando a um declínio da visão causado pela deterioração da córnea, da lente, da retina e do nervo óptico e, também, de uma falta de firmeza das mãos e pernas. Assim, tarefas cotidianas requerem um certo nível desse tipo de coordenação para o indivíduo levar uma vida independente.
Contudo, há estudos que evidenciam que a prática de exercícios físicos somados a uma alimentação saudável, contribuem para um retardo do envelhecimento secundário, que é aquele em que há a presença de doenças. Os exercícios físicos adquirem a propriedade de um “elixir” poderoso contra o envelhecimento do corpo e da mente. As pessoas idosas beneficiam-se de uma forma geral, especialmente com exercícios para melhoria da postura, mobilidade, respiração e resistência, aumento dos reflexos, da coordenação e equilíbrio. E é neste contexto que se levanta a discussão da importância do Animador Sociocultural no processo de aumento da qualidade de vida do idoso, visando ajudar o idoso a encarar o seu envelhecimento como um processo natural, de forma positiva e adequada, e a reconhecer a necessidade da manutenção das atividades físicas e mentais.

SOCIAL

Com o passar dos anos, o envelhecimento foi ressignificado e sofreu várias mudanças no âmbito social, ou seja, na forma de reconhecimento deste período da vida de um indivíduo. Desde os séculos XVIII e XIX, as palavras idoso e velhice foram reconhecidas como parte do vocabulário de fases da vida, e deixaram de ser um fato externo e isolado.

Apesar dessa ressignificação ter sido muito efetiva e estar em constante mudança até o momento atual, o caminho para tal não foi simples. Na antiguidade, o idoso era um ser social isolado, visto que não possuía autonomia econômica e tampouco física, dado as limitações biológicas deste período da vida. Ainda assim, o idoso era considerado sábio e maduro - considerando sua larga experiência atrelada a sua idade – e era posto como conselheiro na maioria das sociedades. Sua utilidade era limitada e por isso era em geral considerado um símbolo de obsolescência, muitas vezes destituído da família e dos grupos sociais a que pertencia a princípio. Um exemplo claro deste momento é a sociedade hindu tradicional, que valoriza muito seus idosos, mas em contrapartida, os mantém isolados do âmbito social.

Com a globalização, o idoso perdeu ainda mais a sua utilidade para os sistemas de fábricas e industriais, pois a jornada de trabalho mais rígida não permitia ao indivíduo idoso suportar o peso do trabalho. É neste contexto que surge a necessidade de amparo para com estes sujeitos. Dá-se o ponto de partida para a construção da aposentadoria, feito este que se estendeu por um longo período e sofreu várias alterações até chegar no que é hoje.

No Brasil, a lei da aposentadoria só foi promulgada em 1923, e favorecia apenas os ferroviários. Anos mais tarde, surgiram leis que complementaram a constituição e favoreceram as demais categorias, como a lei da Previdência social, criada em 1960. A aposentadoria é para o idoso o que a puberdade é para o adolescente, é o marco da terceira idade, por isso atrelamos a idade da aposentadoria para definir em que momento nos tornamos idosos, momento este que ocorre atualmente aos 65 anos de idade. Apesar de o idoso ter tido que enfrentar obstáculos que o ausentavam do âmbito social como sujeito ativo, e que mesmo assim são presentes na contemporaneidade, a visão da sociedade acerca desses indivíduos tem se alterado ao ponto de hoje existirem medidas protetivas para essa parcela da população, pois mesmo com esses avanços ideológicos, o índice de violência contra idosos é preocupante. Estima-se que 80% dos casos de violência ocorrem dentro do núcleo familiar, local onde deveria haver um maior protecionismo para com estes indivíduos tão vulneráveis.  

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