O Garoto Selvagem: A Importância Das Relações Sociais E Da Educação No Processo De Desenvolvimento Humano
Monografias: O Garoto Selvagem: A Importância Das Relações Sociais E Da Educação No Processo De Desenvolvimento Humano. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: natiely • 15/6/2013 • 508 Palavras (3 Páginas) • 1.400 Visualizações
O garoto selvagem: a importância das relações sociais
e da educação no processo de desenvolvimento
humano
Tatiane Marina dos Anjos Pereira*
Maria Terezinha Bellanda Galuch**
Resumo
Partindo do pressuposto de que o processo de hominização ocorre na medida em
que o indivíduo, vivendo em comunidade, se organiza sob as bases do trabalho,
submetendo-se às leis sociais e históricas, o presente estudo analisa o filme francês
O garoto selvagem (L’enfant sauvage), de 1969, cuja narrativa pauta-se na história
verídica da descoberta, em 1797, de um garoto com idade entre 11 e 12 anos, que não
demonstrava resquícios do contato com a sociedade humana. Considerando a relação
que se estabelece entre os processos de desenvolvimento e aprendizagem, configurados
numa situação incomum de total isolamento social, refletiu-se sobre as dificuldades e
os avanços relatados pelo médico Jean Marc Itard, em relação à reeducação do “garoto
selvagem”. Nesse sentido, a perspectiva histórico-cultural subsidiou a análise sobre o
papel desempenhado pela educação nos processos de hominização e desenvolvimento
cognitivo do garoto, ponderando as mudanças experimentadas por Victor, em meio
às sucessivas tentativas de socialização impetradas por seu tutor. Anseia-se, assim,
contribuir com as discussões fomentadas por autores como Banks-Leite e Galvão
(2000a; 2000b); Gonçalves e Peixoto (2001); Dias (2007); Feijó (2007), entre outros.
Palavras-chave: Desenvolvimento humano. Cultura. Educação.
* Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringa (UEM/PR). Professora do
Instituto Superior de Educação do Paraná (INSEP/PR).
** Doutora em Educação, na linha de pesquisa História, Política, Sociedade, pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Professora do Departamento de Teoria e
Prática da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação Universidade Estadual
de Maringa (UEM/PR).
http://dx.doi.org/10.5007/2175-795X.2012v30n2p553
554
PERSPECTIVA, Florianópolis, v. 30, n. 2, 553-571, maio/ago. 2012 http://www.perspectiva.ufsc.br
Tatiane Marina dos Anjos Pereira e Maria Terezinha Bellanda Galuch
Introdução
Segundo Leontiev (2004), o consenso em relação à distinção entre
homens e animais ultrapassou o caráter meramente biológico para se ancorar
na compreensão do homem como “ser de natureza social”. Dessa forma, o
processo
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