Literatura - O GAROTO SELVAGEM: ANÁLISE DO FILME COM BASE NAS TEORIAS DE PIAGET, VYGOTSKY E WALLON
Ensaios: Literatura - O GAROTO SELVAGEM: ANÁLISE DO FILME COM BASE NAS TEORIAS DE PIAGET, VYGOTSKY E WALLON. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lewbellami • 14/4/2014 • 1.268 Palavras (6 Páginas) • 6.019 Visualizações
“O GAROTO SELVAGEM: ANÁLISE DO FILME COM BASE NAS TEORIAS DE PIAGET, VYGOTSKY E WALLON”
O GAROTO SELVAGEM
Apresentação:
Esta dissertação tratará de discutir a problemática do filme O Garoto Selvagem. Tratar-se-á também da interpretação metodológica proposta pela temática do filme e quais objetivos o autor busca proporcionar ao telespectador. Serão propostas também as teorias de Wallon, Piaget e Vygotsky numa análise comparativa com a história vivida pelos protagonistas.
O FILME
A trama conta a história de um garoto que, com mais ou menos onze anos, foi encontrado na floresta por caçadores. O garoto demonstrara que vivera ali por tantos anos que adquirira os hábitos e expressões corporais animalescas, isto é, agia feito um animal diante da presença de seres aos quais ele nunca teve contato, como postura curva, não caminhava como um bípede e grunhia como animais selvagens. Sua aparência mais se parecia com um macaco.
Os caçadores que encontraram esse garoto o levaram para a cidade. Como em tempos atuais, o homem também se comporta de maneira hostil a tudo o que não tem conhecimento, desse modo, não é surpresa que o menino sofreu diversos tipos de taxações. O garoto não era socializado, jamais tivera contato com os costumes do “homem”, não sabia falar, muito menos se comunicar, não sabia entender. Isso fez com que as pessoas que tinham contato com o garoto pensassem que ele fosse portador de alguma patologia, pensavam que ele fosse surdo ou retardado, mas esse não era o verdadeiro problema do garoto.
Aparentemente os problemas começam a se sanar com o aparecimento de um homem que se prontifica a ajudar no desenvolvimento sociocomportamental do garoto, o Dr. Jean Itard. As intenções do médico educador são boas, sua pretensão consiste em, primeiramente, alfabetizar o garoto, porém, esse processo não será fácil.
O garoto, batizado pelo Dr. Jean Itard de Victor, tem sérias dificuldades de aprendizado, afinal, apesar de sua constituição biológica ser humana, toda a sua bagagem comportamental é advinda do convívio com animais selvagens, isto é, seria como tentar fazer qualquer outro animal se comportar com base nos valores culturais e sociais da sociedade humana, uma missão expressivamente árdua.
Após nove meses de tratamento, o Dr. Jean Itard teve poucos resultados. O garoto somente balbuciava algumas palavras em além do mais, Itard o forçava em demasia, Victor tinha que estudar dia e noite, o doutor não estava nem um pouco satisfeito com o desenvolvimento do garoto. Victor até começou a fazer desenhos s com giz, arquitetou um suporte para giz que, aos olhos do médico era um grande avanço, mas ainda não era o que ele desejava. Obviamente, esse processo era absolutamente estressante para o garoto e, um dia, ele fugiu. Victor voltou para a floresta, toda via, não conseguiu se readaptar ao sem ambiente de origem e estava com muitas dificuldades de sobreviver, logo, surpreendeu o Dr. Jean com sua volta. Com a volta do garoto, Jean descobre que ele tem consciência, demonstra que tem memória, mas não vai desenvolver a fala. Apesar de todo esse progresso, o médico conseguiu que o garoto dissesse apenas uma palavra: “leite”, com isso, Jean Itard desiste do tratamento.
ANÁLISE
A trama remete à várias possibilidades de coligação com as teorias dos autores Wallon, Piaget e Vygotsky, essa adaptação depende do ponto de vista do leitor.
De acordo com Vygotsky é através da mediação do outro que damos sentidos e significados aos objetos e desenvolvemos o aprendizado. Essa teoria demonstra a dificuldade de Victor em apreender o conteúdo ao qual Itard se dedicava em lhe ensinar. Todo o aprendizado depende de um processo, esse processo não depende somente do aluno aprender, mas também do professor aprender com o aluno, como diz Vygotsky, é necessário que haja o processo de transferência.
Segundo Wallon, o homem se ocupa do movimento como instrumento na construção do psiquismo relacionando ao afeto, emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do sujeito. Essa teoria explica o modo como andamos, ou como nos movemos, agimos e reagimos através da motricidade. Victor não estava errado, simplesmente apreendeu pelo método reflexivo, da maneira com o ambiente em que ele vivia o propiciava apreender.
Analisando o filme é possível afirmar que, na historia do garoto, os pensamentos teóricos de Wallon e de Vygotsky são válidos para o mesmo caso, pois, o processo de desenvolvimento que prevalece no filme é o histórico cultural sendo a psicomotricidade um instrumento de linguagem corporal e simbólica para aprimoramento do conhecimento.
O desenvolvimento de Victor se denota em dois períodos Ambiente primário (Selva) e Ambiente secundário (civilização). Victor desenvolveu sua motricidade através do estimulo do ambiente e da mediação que lhe era possível (árvores e animais). Sua estrutura física e sua
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