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O IMPACTO DO CONCEITO DE CULTURA SOBRE O CONCEITO DE HOMEM

Por:   •  16/5/2022  •  Resenha  •  740 Palavras (3 Páginas)  •  244 Visualizações

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O IMPACTO DO CONCEITO DE CULTURA SOBRE O CONCEITO DE HOMEM

O autor rejeita a concepção estruturalista que busca organizar todas as sociedades a partir de regularidades culturais pré-determinadas Salienta o autor, que se deve ir à busca de um conceito mais viável sobre o homem. Ignorar o relativismo cultural e a evolução cultural leva ao risco de não compreender de maneira completa a perspectiva do homem.

 Para mostrar a cultura como teia de significados, Geertz busca primeiro desmistificar a ideia de Homem como uma categoria universal, sustentada por características que desconsideram as particularidades locais e estão presentes em qualquer indivíduo. Essa busca pela universalidade, chamada de concepção “estratigráfica”, é alimentada pela noção da estratificação do homem, na qual todo indivíduo é composto por camadas sobrepostas equivalentes a fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais, que caso retiradas, revelam o Homem atomizado, despido de suas especificidades.

Geertz vê o estudo da cultura como uma ferramenta ordenadora da complexidade, e tal definição universalista de Homem parece simplista para ele. Outra questão levantada por ele é a crítica à ideia de que um hipotético denominador comum, resultante de uma pequena parte da composição do homem, possa se tornar um ponto de partida para uma reflexão do que realmente somos. Afirma que é justamente através dos fenômenos mais particulares encontrados nas sociedades que é possível o debruçar sobre uma concepção de homem, e que essa concepção não teria uma proposta fechada, mas um aspecto de incompletude de disposições conceituais.

A antropologia adentra esse assunto pensando que junto à existência humana nasceu a necessidade de obediência como consciência formal e naturalizada, Geert diz que para apreendermos minimamente uma imagem generalista do homem é preciso pensar a cultura como um conjunto de mecanismos de controle para governar o comportamento e pensar o homem como animal dependente desses mecanismos de controle para ordenar seu comportamento.  Para Geertz, o pensamento sobre o que é o humano já é a própria operação de uma peculiaridade do ser humano, como se a cultura fosse universalmente humana em sua condição, mas particularmente humana em sua expressão. A partir disso, ele tenta foca na discussão sobre os mecanismos através de cujo agenciamento a amplitude e a indeterminação de suas capacidades inerentes são reduzidas a estreiteza e especificidade de suas reais realizações.  Ou seja, a própria condição do homem é limitada através da cultura. A cultura não é externa ao humano e nem o humano externo à cultura, tampouco a cultura é uma camada do humano (ao lado do biológico, do psicológico e do sociológico). 

Ao mesmo tempo em que cultura aparece como mecanismo de controle, ela figura como aspecto essencial no quadro evolutivo da espécie. O homem aparece como variado e multifacetado pela cultura. É nessas bases que se torna possível construir um conceito da natureza humana, que deve estar em paralelo à diversidade dos modos de vida, com suas peculiaridades e detalhes compondo o caráter de cada cultura e também dos vários tipos de indivíduos dentro delas. Os indivíduos não deveriam ser entendidos como "cidadãos do mundo" antes de serem considerados como "cidadãos de algum lugar", de uma cidade, aldeia, povoado, vila etc. Ser humano é ser diverso.

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