O INÍCIO DA VIDA ADULTA E O ADULTO JOVEM
Por: Karina Rodrigues • 15/10/2019 • Artigo • 2.818 Palavras (12 Páginas) • 950 Visualizações
O INÍCIO DA VIDA ADULTA E O ADULTO JOVEM
Paula Seabra
O QUE SIGNIFICA SER UM ADULTO?
As pessoas podem ser consideradas adultas quando são responsáveis por si mesmas (definição sociológica);
A maturidade psicológica depende de realizações como:
- Descobrir a própria identidade,
- Tornar-se independente dos pais,
- Desenvolver um sistema de valores e
- Estabelecer relacionamentos.
PAPALIA; FELDMAN, 2013.
Alguns psicólogos sugerem que a entrada na vida adulta é marcada não por critérios externos, mas por indicadores internos como:
- O sentimento de autonomia;
- Autocontrole; e
- Responsabilidade pessoal.
- NÃO É UM EVENTO ISOLADO - (Shanahan, Porfeli e Mortimer, 2005)
INÍCIO DA VIDA ADULTA
Momento na vida em que os adultos jovens podem descobrir quem são e podem ter uma oportunidade de tentar formas de vida novas e diferentes. É um período de tempo durante o qual os jovens não são mais adolescentes, mas ainda não se firmaram nos papéis adultos (Arnett, 2000, 2004, 2006; Furstenberg et al., 2005).
QUESTÕES DE SAÚDE
As questões de saúde desse período da vida espelham as da adolescência, entretanto, as taxas de ferimento, homicídio e uso de substância estão em seu nível máximo nessa época. Contudo, conhecer os bons (e maus) hábitos de saúde não basta. A personalidade, as emoções e o ambiente social frequentemente pesam mais do que aquilo que as pessoas sabem que devem fazer e levam a comportamentos não saudáveis.
- As dinâmicas deste estágio da vida podem levar a aumentos na percepção do estresse (Arnett, 2005; Brougham et al., 2009).
- Nossa saúde psicológica afeta nossa saúde física; altos níveis de estresse crônico estão relacionados a uma série de prejuízos físicos e imunológicos (Ho et al., 2010).
- O estresse pode levá-los a se envolver em comportamentos de risco, que têm consequências para a saúde deles.
- Estudantes universitários estressados são mais propensos a ter uma dieta alimentar não saudável, a não dormir o tempo necessário e a não se exercitar suficientemente (Hudd et al., 2000).
COMO OS ADULTOS JOVENS LIDAM COM O ESTRESSE?
- O enfrentamento focado na emoção consiste em tentativas de lidar com as emoções associadas à experiência de um determinado evento por meio de táticas como recusa em pensar sobre o problema ou recolocar o evento sob uma perspectiva positiva.
- O enfrentamento focado no problema envolve tratar um problema de frente e desenvolver formas de ação para enfrentar e mudar uma situação desfavorável.
(Lazarus e Folkman, 1984)
Mulheres de idade universitária são mais propensas a usar estratégias focadas na emoção do que os homens da mesma idade. Além disso, ao mesmo tempo, as mulheres de idade universitária experimentam de modo geral níveis de estresse mais altos (Brougham et al., 2009).
Os relacionamentos podem ajudar as pessoas a lidar com o estresse. Em um estudo, indivíduos que estavam seguros em seus relacionamentos com outras pessoas experimentavam menos estresse interpessoal e usavam estilos de enfrentamento mais adaptados (Sieffge-Krenke, 2006).
RELACIONAMENTOS E SAÚDE
- As relações sociais são vitais para a saúde e o bem-estar.
- Dois aspectos inter-relacionados do ambiente social que podem promover a saúde: integração social e apoio social (Cohen, 2004).
- A integração social é o envolvimento ativo em uma ampla faixa de relacionamentos, atividades e papéis sociais (esposos, pais, vizinhos, amigos, colegas e afins).
- O apoio social se refere a recursos materiais, informativos e psicológicos derivados da rede social, aos quais a pessoa pode recorrer em busca de ajuda para lidar com o estresse.
PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL
- A transição para a vida adulta marca o final dos anos relativamente estruturados do ensino médio.
- A independência para tomar decisões e escolher diferentes caminhos é frequentemente libertadora.
- A responsabilidade de contar consigo mesmo e de sustentar-se financeiramente pode ser esmagadora. (Schulenberg e Zarrett, 2006)
- A fertilidade feminina começa a decrescer no final da segunda década de vida, com diminuições substanciais durante a terceira década. Na quarta década de vida, muitas mulheres não são capazes de ficar grávidas sem o uso da tecnologia de reprodução assistida (TRA). A fertilidade masculina é menos afetada pela idade, mas diminui significativamente no final da terceira década de vida. (Dunson, Colombo e Baird, 2002).
- A infertilidade pode sobrecarregar emocionalmente um relacionamento, mas é somente quando leva a uma ausência de filhos permanente e involuntária que ela é associada com angústia psicológica de longo prazo (McQuillan et al.).
INTELIGÊNCIA EMOCIAL
Em 1990, dois psicólogos, Peter Salovey e John Mayer (1990), criaram o termo inteligência emocional (IE). Ela se refere a quatro habilidades relacionadas: as capacidades de perceber, usar, entender e administrar, ou regular, as emoções – nossas e dos outros – a fim de alcançar objetivos.
- A inteligência emocional permite que uma pessoa utilize as emoções para lidar mais efetivamente com o ambiente social.
- A inteligência emocional afeta a qualidade dos relacionamentos pessoais.
- A inteligência emocional também afeta a eficácia no trabalho.
- Sociabilidade, sensibilidade interpessoal, potencial de liderança e capacidade de lidar com estresse e conflito.
- Relacionadas a salários mais altos e mais promoções.
(Lopes et al., 2006).
O INGRESSO NO TRABALHO
- Na faixa dos 20 anos, a maioria dos adultos emergentes ou estão trabalhando ou estão buscando educação superior, ou ambos (Hamilton e Hamilton, 2006).
- Aqueles que entram no mercado de trabalho se deparam com um quadro em rápida mudança. Os contratos de trabalho estão se tornando mais variados e menos estáveis. Um número cada vez maior de adultos trabalha por conta própria, em casa, utilizando computadores, com horários de trabalho flexíveis ou atuando como fornecedores independentes. Essas mudanças, juntamente com um mercado de trabalho mais competitivo e com a exigência de uma força de trabalho altamente especializada.
- O trabalho afeta a vida diária, não somente no emprego, mas em casa, trazendo tanto satisfação como estresse.
(Corcoran e Matsudaira, 2005).
- Pesquisas sobre o cérebro esclarecem como as pessoas lidam com o trabalho complexo. Um grande desenvolvimento nos lobos frontais ocorre no adulto jovem (Luciana, 2010). O desenvolvimento completo desta área do cérebro durante essa fase da vida pode equipar melhor as pessoas para lidar com diversas tarefas ao mesmo tempo. Ela permite que um trabalhador mantenha a primeira tarefa na memória de trabalho enquanto presta atenção à segunda – por exemplo, voltar a ler um relatório após ter sido interrompido pelo telefone (Koechlin et al., 1999).
CAMINHOS VARIADOS PARA A VIDA ADULTA
- Os caminhos para a vida adulta são muito mais variados do que no passado. Concluíam o ensino médio, saíam de casa, arrumavam um emprego, casavam-se e tinham filhos... Para muitos jovens hoje, o início da vida adulta é um tempo de experimentação antes de assumir os papéis e as responsabilidades da vida adulta.
- Erikson considerava a busca por identidade uma tarefa para a vida toda, focalizada, em grande parte, na adolescência.
- O início da vida adulta oferece uma moratória, ou um alívio, das pressões do desenvolvimento e permite aos jovens a liberdade de experimentar vários papéis e estilos de vida, entretanto, ela também representa um ponto crucial durante o qual os compromissos do papel adulto gradualmente se cristalizam.
- Em países pós-industrializados de hoje, a busca ativa por identidade cada vez mais tende a estender-se até o início da vida adulta (Côté, 2006).
RECENTRALIZAÇÃO
Nome dado ao processo subjacente à mudança para uma identidade adulta.
É a tarefa primária no início da vida adulta. É um processo de três estágios no qual poder, responsabilidade e tomada de decisão gradualmente passam da família de origem para o adulto jovem independente.
No estágio 1, o início da idade adulta emergente:
- O indivíduo ainda está inserido na família de origem, mas as expectativas de autoconfiança e auto direcionamento começam a aumentar.
No estágio 2, durante a idade adulta emergente:
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