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O Pensamento De Aristotelis

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Por:   •  20/5/2014  •  1.804 Palavras (8 Páginas)  •  478 Visualizações

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O PENSAMENTO DE ARISTÓTELES

INTRODUÇÃO

O motivo que inspira Aristóteles através de toda a Metafísica é o desejo de adquirir essa forma de conhecimento que mais merece o nome de sabedoria. A sabedoria não deve ser apenas a ciência ou conhecimento das causas, mas o conhecimento das causas primeiras ou mais universais. O pensamento de Aristóteles desenvolve sobre tudo nos três primeiros Livros da Metafísica, a partir de uma crítica tanto a filosofia dos pré-socráticos quanto à filosofia platônica. Temos em Aristóteles uma redefinição da filosofia, de seu sentido e projeto, e a construção de um grande sistema de saber que foi influente no desenvolvimento da ciência antiga.

Aristóteles começa a Metafísica definindo o sentido do conhecimento e depois passa a enumerar o que considera como as primeiras causas: material, formal, eficiente e final. Daí passa a testar a exatidão da sua analise verificando se os filósofos anteriores descobriram outras espécies de causas além das quatro. Essa indagação lhe dá ensejo de fazer uma exposição de toda a filosofia anterior, que forma o assunto de todo o resto do Livro I e II.

No livro III Aristóteles passa a expor os principais problemas que o aspirante a filósofo deve enfrentar é o Livro das aporias. Para ele, a metafísica é do princípio ao fim, mais que qualquer outro campo de pensamento, uma questão de problemas e dificuldades.

1- A AVALIAÇÃO SOBRE O CONHECIMENTO

Aristóteles no início do Livro I trata de avaliar as noções sobre o conhecimento dentro da tradição filosófica. Contém uma caracterização da concepção aristotélica de saber, entendido em sentido amplo, de sua possibilidade e importância, de seus diferentes elementos constitutivos e de como a ciência e a filosofia se situam como formas de saber.

Aristóteles reconhece uma diferença entre razão e percepção sensorial. Mas, enquanto a tradição platônica desvalorizava os sentidos humanos e argumentava que estes jamais poderiam suprir de conhecimento os seres humanos, o relato de Aristóteles sobre o conhecimento humano é mais complexo. Conhecemos por meio dos sentidos e o real é o mundo que podemos detectar por meio deles, principalmente pela visão:

Todos os homens, por natureza, desejam conhecer. Sinal disso é o prazer que nos proporcionam os nossos sentidos, pois ainda que não levamos em conta sua utilidade, são estimados por si mesmos;e acima de todos os outros, o sentido da visão.

Podemos notar que a visão de Aristóteles do processo de conhecimento é mais linear do que a de Platão. Não há rupturas, nem um processo de desvio e adaptação do olhar como ocorre com o prisioneiro na caverna; ao contrário, trata-se de um processo cumulativo, em que passo a passo progredimos da etapa anterior para a seguinte com base no conhecimento já obtido, cada estágio de certa forma pressupondo o anterior. O conhecimento possui cinco estágios:

1- sentidos ou a sensação são aqueles que nos proporcionam o conhecimento mais fidedigno do particular. Aristóteles , ao contrário de Platão, valoriza os sentidos e sua contribuição para o desenvolvimento do conhecimento. Enquanto Platão considerava os sentidos pouco confiáveis, proporcionando apenas uma “visão de sombras”. Aristóteles os vê como ponto de partida do processo de conhecimento e indispensáveis para esse processo. Entretanto os sentidos são insuficientes, já que seu modo de contato com o real é instantâneo e direto, esgotando-se nesse próprio contato. . Dessa maneira, Aristóteles rejeitou a extrema disjunção de Platão entre a razão e a sensação, considerando-as partes integrais do processo de conhecimento. Seu interesse pelas ciências empíricas e pelos fenômenos empíricos foi muito grande.

2- memória são as diversas recordações das coisas que constatamos pelos sentidos. Precisamos dela como capacidade de retenção dos dados sensoriais para que o processo de conhecimento vá adiante. Não haveria conhecimento se tivéssemos apenas os sentidos, pois nada permaneceria dos dados que a sensação nos fornece sobre o real.

3- experiência é um conhecimento empírico e particular. Quando os dados que recebemos dos sentidos e retemos na memória, constituem-se experiência, assim é a primeira etapa do conhecimento. A experiência caracteriza-se pela capacidade de estabelecer relações entre os dados sensoriais retidos na memória; com base na identificação da repetição e da regularidade desses dados.

4- arte (técnica) consiste não apenas de um conhecimento prático, mas já de um conhecimento das regras que permitem produzir determinados resultados. Na téchne sabe-se o porquê das coisas, ou seja, pode-se determinar a causa. De modo geral, aquele que conhece as regras é superior àquele que tem apenas a prática, porque não só sabe fazer, mas sabe o que faz e por que o faz daquele modo.

5- ciência ou saber teórico. Trata-se do conhecimento do real em seu sentido mais abstrato e genérico, o conhecimento de conceitos e princípios. O saber teórico caracteriza-se por ser contemplativo, definindo-se pela visão da verdade e por não ter objetivos práticos ou fins imediatos. A filosofia consiste num tipo de ciência ainda mais elevado, mais afastado dos sentidos. Não se trata mais apenas do conhecimento puro das causas e princípios, mas do conhecimento das causas primeiras e universais.

Aristóteles afirmava que os indivíduos são compostos de matéria (hyle) e forma (eidos). A matéria é o princípio de individuação e a forma a maneira como, em cada indivíduo, a matéria se organiza. Matéria e forma são indissociáveis, constituindo uma unidade. A matéria só existe na medida em que possui uma determinada forma, a forma por sua vez é sempre forma de um objeto material concreto.

Na Metafísica, encontramos três distinções adicionais que resultam da elaboração da teoria aristotélica do ser:

A) Essência e Acidente

B) Necessidade e Contingência

C) Ato e Potência

2- AVALIAÇÃO SOBRE A BUSCA DAS PRIMEIRAS CAUSAS

Continuando seu raciocínio, Aristóteles identifica a busca da verdade com a busca das causas, pois a verdade das coisas é sua causa, e uma coisa será tanto mais verdadeira quanto mais causa de ser de outra coisa ela for.

A metafísica, ou filosofia primeira, é a “suprema ciência”, que examina a natureza do real em seu sentido mais abstrato, puro e elevado. Aristóteles apresenta a metafísica como busca das causas primeiras, assim ele estabelece quais e

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