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O Psicodiagnóstico Interventivo

Por:   •  6/4/2018  •  Artigo  •  504 Palavras (3 Páginas)  •  245 Visualizações

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O processo psicodiagnóstico é tradicionalmente marcado pela psicometria, sendo os testes psicológicos utilizados como ferramenta principal pela maior parte dos psicólogos, nesse processo, que visa a exatidão dos dados coletados, a postura do psicólogo deve ser neutra exigindo desse certo distanciamento do fenômeno apresentado.

Contudo as críticas a essas práticas levaram a outra forma de pensar o psicodiagnóstico, concebendo-o como um processo de valor compreensivo, terapêutico e interativo. Em que o psicólogo e o cliente atuam ativamente compartilhando suas impressões, compreensões e interpretações sobre os fatos vivenciados. Nesse sentido esse psicodiagnóstico se constitui enquanto interventivo, pois leva em consideração a dimensão ontológica do ser, numa perspectiva dialética, onde todas as proposições teóricas serão usadas com ferramentas para compreender o fenômeno.

A psicóloga entrevistada Jamile Almeida tem sua prática fundamentada a partir da abordagem humanista de Carl Rogers, para ela a “sua abordagem não ensina uma técnica e sim uma ética, uma atitude ética e não técnica”. Em sua prática não nega os testes psicológicos, pois esses são recursos utilizados que apontam parte do caminho. O foco desse processo não está no transtorno, ou numa estrutura psíquica, mas na pessoa em sua singularidade, que pode se apresentar disfuncional em um determinado aspecto. Na sua experiência profissional faz uso da música, dança entre outros recursos artísticos, pois esses permitem uma abertura para a projeção do cliente, que tem a possibilidade de expressar-se livremente.

O psicodiagnóstico voltado para uma perspectiva dialógica abre um espaço para o autoconhecimento, no sentido em que convoca o cliente a refletir sobre suas questões existenciais num movimento para o entendimento de si a partir da sua própria ótica e não pela dos outros. Nesse sentido o terapeuta confronta o cliente com o que os manuais institucionalizados (CDI 10 e DSM V) trazem sobre o seu diagnóstico e o que ele realmente pensa e sente sobre isso. Nesse processo o terapeuta o conduz a lhe dar com a sua humanidade, o deslocando do lugar das deficiências para as potencialidades.

Os manuais são utilizados como apenas mais um recurso informativo, que às vezes se faz necessário para prestar esclarecimento à sociedade, em caso de justificar o comportamento disfuncional do cliente.

Dessa forma, podemos perceber a prática da psicóloga Jamile Almeida, alinhada a teoria, algo que lhe é intrínseco, como a mesma diz durante a entrevista. Esse modelo de processo diagnóstico defende que a construção de uma relação empática possibilita o desenvolvimento pessoal do indivíduo e estimula a uma vida mais congruente. É ver o cliente para além das suas limitações diagnósticas, e com isso, atribuir valor ao indivíduo. Todo esse processo acaba contribuindo para o esclarecimento acerca dessa visão de homem que muitas vezes foi construída de forma equivocada.

Conclui-se que, nesse método de psicodiagnóstico, a comunicação entre terapeuta e cliente deve ser compreendida não como um conceito único, mas como algo que tem uma maior importância durante a psicoterapia. Essa compreensão do processo de comunicação que foca a contextualização do cliente e não somente as questões nosológicas, permitem um melhor entendimento e ampliação das possibilidades.

 

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