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O QUE É PSICOLOGIA SOCIAL

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Por:   •  16/4/2013  •  5.249 Palavras (21 Páginas)  •  2.291 Visualizações

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INTRODUÇÃO: PSICOLOGIA E PSICOLOGIA SOCIAL

As divergências teóricas se refletem no que consideram "comportamento", porém para nós bastaria dizer que é toda e qualquer ação, seja a reflexa (no limiar entre a psicologia e a fisiologia), seja os comportamentos considerados conscientes que envolvem experiências, conhecimentos, pensamentos e ações intencionais, e, num plano não observável diretamente, o inconsciente.

Cada organismo humano tem suas características peculiares; assim como não existem duas árvores iguais, também não existem dois organismos iguais. Mesmo que geneticamente sejam idênticos, no caso de gêmeos, as primeiras interações dos organismos com o ambiente já provocam diferenças entre eles, assim como: mais ou menos luz, som, enfim, diferentes estímulos que levam a diferentes reações já propiciam uma diferenciação nos dois organismos.

A Psicologia se preocupa fundamentalmente com os comportamentos que individualizam o ser humano, porém, ao mesmo tempo, procura leis gerais que, a partir das características da espécie, dentro de determinadas condições ambientais, prevê em os comportamentos decorrentes.

O enfoque da Psicologia Social é estudar o comportamento de indivíduos no que ele é influenciado socialmente. E isto acontece desde o momento em que nascemos, ou mesmo antes do nascimento, enquanto condições históricas que deram origem a uma família, a qual convive com certas pessoas, que sobrevivem trabalhando em determinadas atividades, as quais já influenciam na maneira de encarar e cuidar da gravidez e no que significa ter um filho.

As leis gerais da Psicologia dizem que se apreende quando reforçado, mas é a história do grupo ao qual o indivíduo pertence que dirá o que é reforçador ou o que é punitivo. Da mesma forma, as emoções que são respostas do organismo e, como tais, universais, se submetem às influências sociais ao se relacionarem como que nos alegra nos entristece, nos amedronta.

Assim podemos perceber que é muito difícil encontrarmos comportamentos humanos que não envolvam componentes sociais, e são, justamente, estes aspectos que se tornaram o enfoque da Psicologia Social. Em outras palavras, a Psicologia Social estuda a relação essencial entre o indivíduo e a sociedade, esta entendida historicamente, desde como seus membros se organizam para garantir sua sobrevivência até seus costumes, valores e instituições necessários para a continuidade da sociedade.

Em terceiro lugar, uma análise de instituições como família, escola, levando à reprodução das condições sociais, e em que circunstâncias elas podem propiciar o desenvolvimento da consciência social.

Uma ênfase especial será dada para o trabalho humano, na sua relação com as classes sociais, e em que condições ele pode gerar consciência de classe, fazendo dos indivíduos agentes da história de sua sociedade; em seguida, veremos como a Psicologia Comunitária propõe uma ação educativa e conscientizada a pelo desenvolvimento de relações comunitárias. Por último, veremos como a Psicologia Social tem se desenvolvido como ciência, em outras partes do mundo e, principalmente, no Brasil de hoje.

COMO NOS TORNAMOS SOCIAIS

OS OUTROS

O ser humano ao nascer necessita de outras pessoas para a sua sobrevivência, no mínimo de mais uma pessoa, o que já faz dele membro de um grupo (no caso, de uma díade grupo de dois). E toda a sua vida será caracterizada por participações em grupos, necessários para a sua sobrevivência, além de outros, circunstanciais ou esporádicos, como os de lazer ou aqueles que se formam em função de um objetivo imediato.

Assim, desde o primeiro momento de vida, o indivíduo está inserido num contexto histórico, pois as relações entre o adulto e a criança recém-nascida seguem um modelo ou padrão que cada sociedade veio desenvolvendo e que considera correta. São práticas consideradas essenciais, e, portanto, valorizadas; se não forem seguidas dão direito aos "outros" de intervirem direta ou indiretamente.

Em cada grupo social encontramos normas que regem as relações entre os indivíduos, algumas são mais sutis, ou restritas a certos grupos, como as consideradas de "bom-tom", outras são rígidas, consideradas imperdoáveis se desobedecidas, até aquelas que se cristalizam em leis e são passíveis de punição por autoridades institucionalizadas. Estas normas são o que, basicamente, caracteriza os papéis sociais, e que determina as relações sociais: os papéis de pai e de mãe se caracterizam por normas que dizem como um homem e uma mulher se relacionam quando eles têm um filho, e como ambos se relacionam com o filho e este, no desempenho de seu papel, com os pais.

E a pergunta que sempre ocorre é: e a individualidade? Aquelas características peculiares década indivíduo? Afinal, se nós apenas desempenhamos papéis, e tudo que se faz tem sua determinação social, onde ficam as características que individualizam cada um de nós?

A resposta é, mais ou menos, como aquela estória dopai dizendo à filha: "Você pode se casar com quem quiser desde que seja com o João.". Em outras palavras, podemos fazer todas as variações que quisermos desde que as relações sejam mantidas, isto é, aquelas características do papel que são essenciais para que a sociedade se mantenha tal e qual.

Existem teorias que definem os papéis sociais em termos de graus máximos e mínimos, de variações possíveis, e exemplificam com fatos como: a rainha Elizabeth (Inglaterra), na abertura do Parlamento, desempenha um papel totalmente definido; qualquer ação ou não ação que saia protocolo gera confusão. Por outro lado, quando Zé da Silva está em um país estranho, se aventurando por conta própria (sem ser um "turista" - o que já é um papel), se passando por um cidadão comum, sem ter as determinações daquela sociedade e, sabendo que a qualquer momento ele poderá se explicar como sendo estrangeiro, ele se dá o direito de fazer como sente como gosta, "ele pode ser ele mesmo", ou seja, fazer coisas que não faria se as pessoas o conhecessem, o identificassem como filho de "fulano", casado com "sicrana", que trabalha na firma X.

O viver em grupos permite o confronto entre as pessoas e cada um vai construindo o seu "eu" neste processo de interação, através de constatações de diferenças e semelhanças entre nós e os outros. É neste processo que desenvolvemos a individualidade, a nossa identidade social e a consciência-de-si-mesmo.

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