O Relatório de Observação

1-INTRODUÇÃO

O trabalho do psicólogo em instituições voltadas para o Núcleo de Orientação e Apoio Sócio às mães de crianças e/ ou adolescentes com deficiência é essencial para o processo de adaptação e desenvolvimento tanto do paciente em si como da mãe que exerce o papel de cuidadora em tempo integral.

Sabe-se que é difícil a adaptação da família em relação ao novo cotidiano para com os cuidados da criança e/ ou adolescente com deficiência, pois há uma série de afetos contraditórios em relação às expectativas e ideais frustrados, gerando um processo de luto e desafiando tal família a lidar da melhor forma possível com as dificuldades. Além disso vem o fator de ter que sair da sua cidade para pode fazer o tratamento do filho, deixando para trás a família, as vezes tendo um filho menor que também precisa de seus cuidados em tempo integral, assim abalando, mas ainda o emocional dessa que mãe, causando tanto sofrimento que ela tenta atenuá-la (nega sua intensidade), mas acaba mostrando a depreciação de si, a culpa, tem uma identificação projetiva com a criança e nega o sofrimento que está passando.

2- REFERENCIAL TEÓRICO

Adotamos a Teoria das Representações Sociais, proposta por Moscovici, como referencial teórico metodológico deste trabalho de investigação, uma vez que ela nos permite compreender a maneira como as mães se organizam e orientam suas ações em relação ao filho.

De acordo com Moscovici (1978, p. 41), as relações sociais que estabelecemos no cotidiano são fruto de representações que são facilmente apreendidas. Portanto, a Representação Social, para Moscovici, possui uma dupla dimensão, Sujeito e Sociedade, e situa-se no limiar de uma série de conceitos sociológicos e psicológicos.

Para Moscovici (1978), as Representações Sociais são entidades quase tangíveis. Elas circulam, cruzam-se e cristalizam-se incessantemente, por intermédio de uma fala, um gesto, um encontro em nosso universo cotidiano, constituindo, assim, uma modalidade de conhecimento particular que tem por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre os indivíduos. A informação é a organização dos conhecimentos que o grupo possui a respeito de determinado objeto social. Ou seja, dependendo do nível de conhecimento do grupo, as informações a respeito do objeto serão mais precisas, e sua representação pode diferir de um grupo com pouca, nenhuma informação, ou com informações diferentes (MOSCOVICI, 1978).

No que se refere ao campo de representações, Moscovici (1978) considera-o a imagem que o grupo social constrói do objeto, o modelo social referente aos aspectos da representação do objeto. A atitude, segundo o autor, é a tomada de posição diante do objeto, ser favorável ou não, aceitar ou rejeitar, ou então ser intermediário, ou seja, o meio termo entre os dois extremos.

3- METODOLOGIA

Para elaborar a reflexão sobre como o papel do psicólogo no acompanhamento e aconselhamento das mães de criança e/ ou adolescentes com deficiência está sendo construído socialmente, foi realizado um estudo de caso com uma psicóloga que atuar diretamente com as mães que estão passando um período no Núcleo de Orientação e Apoio Sócio na cidade de Ceilândia.

3.1 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA

O diagnóstico da situação problema delas está baseado no diagnóstico de saúde desse filho, então esse filho é o centro dos problemas dessa família a partir desse momento ele virou a demanda principal dessa família. As condições socioeconômicas são famílias de baixa renda que moram em lugares distantes, existe um limite de renda e não pode extrapolar nem um centavo, pois são pessoas que já tem alguns benefícios dentro da lei, essas pessoas já recebem uma triagem na cidade delas e são encaminhadas para cá e todas tem o mesmo perfil econômico.

Essas mães não têm acesso a saúde na cidade delas e vem para cuidar do filho e muitas necessitando de cuidados para elas, no Núcleo de Orientação e Apoio Sócio oferecemos assistência básicas dentro do possível.

3.2 A CHEGADA NO CAMPO DE PESQUISA

No dia 20/10/2017 estivemos novamente no Centro Comunitário São Lucas, foram duas estudantes V., T., ser apresentaram como alunas do curso de psicologia, cursando o segundo semestre, da Faculdade Anhanguera de Brasília estava lá para fazer uma entrevista com a psicóloga M., que a entrevista era sobre o papel do psicólogo no acompanhamento e aconselhamento de mães de criança e/ ou adolescente com deficiência.

3.3 DESCRIÇÃO DO MUNICÍPIO

3.3.1 Descrição da Instituição

O Centro Comunitário São Lucas fica localizado na Ceilândia Brasília-DF, tem como objetivo prestar abrigo, em caráter temporário, as famílias cujo filhos, crianças e/ ou adolescentes, são pessoas com deficiência física e ou mental que necessitam permanecer no Distrito Federal para tratamento de saúde no Hospital Sarah Kubitschek, lá as próprias mães cuidam da comida fica bem à vontade para fazer o que quiser, tem vários quartos com beliches, tem banheiros, se as mães quiserem sair pode, mas tem que levar os filhos pois o CECOSAL não se fica responsável, tem duas psicólogas para dar o suporte para as famílias, tem oficinas para distrair, lá tem uma van que leva eles cedo para o hospital para fazer o tratamento e busca no final do dia para voltar para o abrigo.

3.3.2 Descrição do Sujeito da Pesquisa

A entrevistada é a psicóloga M., atualmente trabalha com a psicologia