O Segundo Estádio é Definido como Pré- Operatório
Por: neneim • 15/1/2017 • Relatório de pesquisa • 1.532 Palavras (7 Páginas) • 294 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA GENÉTICA
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MARINGÁ
2016
ESTÁDIO PRÉ- OPERATÓRIO
O segundo estádio é definido como Pré- Operatório, correspondente em média dos 2 aos 7 anos de idade. O destaque desse período “é o desenvolvimento da capacidade simbólica instalada em suas diferentes formas: a linguagem, o jogo simbólico, a imitação postergada etc” (PALANGANA, 2001, p.25).
A criança vai se desenvolvendo e passa a não depender apenas das sensações e de seus movimentos, passando a ter a utilização de esquemas representativos, distinguindo o significante do significado. No entanto, a criança nessa fase ainda não sabe desfazer o raciocínio, ou seja, não sabe regressar ao pensamento inicial.
Nessa fase predomina uma forma simbólica e lúdica da criança compreender. Ocorrem cinco condutas representativas: imitação diferida (na ausência do modelo); jogo simbólico (faz de conta); desenho; imagem mental; linguagem.
O desenvolvimento cognitivo, a inteligência é adaptação ao meio e a criança nessa fase utiliza-se do brincar, do faz de conta para interagir com o meio, com a realidade, com menor pressão e cobrança da realidade do adulto. No estádio pré-operatório a equilibração (assimilação x acomodação), é precária, no sentido de não considerar a perspectiva do outro ou as variáveis de uma situação.
Outra característica dessa fase é a do egocentrismo, ou seja, a criança vê o mundo em relação ao seu ponto de vista, não imaginando que haja outros, fazendo com que se busque nesse estádio sair dessa perspectiva de “eu”. É nessa fase que se estrutura a função semiótica, necessária para a criança lidar com as operações lógicas, fazendo com que ela passe para o próximo estádio.
Segundo Wadsworth (1997) outra característica marcante desse estádio de desenvolvimento seria a representação, ou seja, é a capacidade de representação de eventos e objetos é o principal desenvolvimento desse estádio. São variáveis os tipos de representação com relevância no desenvolvimento, tais como: a imitação diferida, o jogo simbólico, o desenho, a imagem mental e a linguagem falada. Essas representações se dão por volta dos 2 anos de idade.
Wadsworth (1997) refere-se ao uso de símbolos ou signos como a função simbólica ou a função semiótica. Para ele, símbolos são coisas que possui alguma semelhança com o que representam, como: desenho, silhuetas e outras. Já signos são coisas arbitrárias que não possui semelhanças com o que representam. Linguagem escrita e falada e números são exemplos de signos.
De acordo com Wadsworth (1997) nesse estádio desenvolve-se na criança a imitação diferida, onde a criança no terceiro mês de vida notasse a tentativa de imitar outras pessoas que estão presentes no ambiente, porém apenas no segundo ano de vida que ocorre verdadeiramente às primeiras formas de representação mental. A imitação diferida nada mais é que a imitação de objetos e eventos não presentes há algum tempo. É importante, pois a criança desenvolve a capacidade de representar mentalmente, ou seja, recordar o comportamento imitado.
O jogo simbólico é uma forma de representação nessa fase, segundo Wadsworth (1997) que consiste num jogo de faz de conta, com natureza imitativa, com uma forma de auto expressão tendo somente a si mesmo como audiência. No jogo simbólico a criança constrói símbolos representando qualquer coisa que ela deseja. Nessa representação há uma assimilação da realidade ao eu ao invés de uma acomodação do eu a realidade (como na imitação diferida). No jogo simbólico o que a criança pretende demonstrar pode ser ou não aparente para o observador. E não há destaque de acomodação.
Outra forma de representação na qual as crianças deste período se desenvolvem é por meio do desenho. No desenvolvimento pré- operacional, a criança desempenha um maior empenho de representar coisas por meio do desenho e seus esforços tornam-se mais realísticos. Crianças até os 9 anos de idade, desenham o que imaginam e não o que ela veem, ou seja, o que é visualmente certo.
Segundo Wadsworth (1997) as imagens mentais: São representações internas (símbolos) de objetos ou experiências perceptivas passadas, todavia não são copias fiéis daquelas experiências, são imitações de percepções isto é, guardam uma similaridade com elas, portanto as imagens são concebidas como símbolos.
O Desenvolvimento da Linguagem Falada e Linguagem e Pensamento
Wadswortht (1997) enfatiza como Piaget (1986-1980) conduz o desenvolvimento da linguagem falada, por volta dos 2 anos de idade, a criança começa a empregar palavras faladas como símbolos, em vez de objetos, um som (palavra) começa a representar um objeto. Aos 4 anos de idade a criança domina amplamente a linguagem oral, ou seja, ela já tem constituído o sistema básico da linguagem falada. Ao se comunicar verbalmente, ela emprega a maior parte das regras gramaticais e entende o que ouve, (quando o vocabulário lhe é familiar). Nessa fase a criança desenvolve a internalização do comportamento por meio da representação, facilitada pela linguagem, acelerando o ritmo com que as experiências podem acontecer.
Nesse período com o desenvolvimento das representações, o pensamento pode ocorrer mais em função das representações do que das ações. Piaget (1926 apud, WADSWORTHT, 1997), classifica duas falas da criança no pré-operacional: a fala egocêntrica e a fala socializada. A egocêntrica caracteriza-se pela falta da verdadeira comunicação. Por volta dos 2 aos 5 anos de idades, a fala infantil em parte não possui a intenção de comunicação. A criança fala na presença de outras pessoas, porém, sem a intenção de que lhes ouçam, mesmo que fale com os outros frequentemente não há comunicação, e Piaget chamou essas conversações de monólogos coletivos.
Segundo Wadswortht (1997), as crianças adquirem a linguagem falada como uma forma de conhecimento social, e os símbolos usados não possuem relações com o que eles representam. Segundo a teoria Piagetiana, há uma aprendizagem da linguagem falada decorrente do valor adaptativo que ela representa. E a criança adquire a linguagem falada da mesma maneira que adquirem os demais conhecimentos, a criança apreende (constrói) as regras da linguagem através da sua experiência. Em suma, a linguagem está subordinada ao exercício de uma função semiótica, que se afirma no desenvolvimento da imitação e do jogo, quanto no desenvolvimento dos mecanismos verbais. E as palavras utilizadas pelas as crianças são intermediarias entre significantes simbólicos e verdadeiros signos.
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