O Trabalho de Psicologia
Por: michely.isabel • 26/4/2020 • Resenha • 583 Palavras (3 Páginas) • 129 Visualizações
Aluna: Isabella Michelliny da Silva
Quando pensamos na área clinica hoje e ao longo da leitura do texto podemos perceber que com o passar do tempo ouve grandes modificações no jeito de se pensar e principalmente na atuação do psicólogo nessa área, que continua sendo uma das mais escolhidas no meio, mas com um imaginário social distinto. O texto começa nos fazendo refletir sobre os questionamentos da psicologia clínica e a formação do psicólogo brasileiro, que tanto a sua atuação quanto a sua formação, sofreram grande modificação. E é para essa modificação que o autor chama a atenção, já que por um longo tempo o meio acadêmico privilegiava a formação focado somente nas áreas que mais conquistaram espaço no mercado, como a psicologia clínica, sendo conhecida como uma das áreas mais grandiosas, se contraponto ao modelo, ainda muito forte, da clínica clássica, tomada de empréstimo do modelo médico, cuja relação se estabelece entre terapeuta-paciente, levando-se em consideração apenas o indivíduo isolado de um mundo que existe lá fora.
Pensar o modelo clássico de clínica atualmente é alienar o indivíduo de sua história e do mundo do qual faz parte. Talvez agora fique mais claro entender o motivo de uma discussão dessas ser tão importante. Inserir o conceito de clínica para além do consultório, das quatro paredes, é uma ampliação importante da atuação profissional do psicólogo. Devido a isso, o modelo de um curso de psicologia deve ser pensado para contemplar essas questões, ter cuidado ao introduzir o modelo de clínica.
A partir disso faço a seguinte indagação: A clínica é social? Fazendo outras pesquisas fora do texto, percebo que esse conceito social só veio ganhar forças na década de 80, pela ação da psicologia social comunitária, pelo movimento de saúde mental, entre outros segmentos, que aconteceu de fato o início efetivo da desconstrução dessa concepção tradicional de clínica, a prática psicoterápica, dentro do modelo clássico de clínica liberal privada, começou a perder sua hegemonia tanto no espaço da atuação quanto no da formação do psicólogo brasileiro. A anterior condição de territorialidade social, até então preconizada, não mais se sustentava diante da crescente experiência dos psicólogos com um novo público das classes populares. O social se fazia presente e a dimensão das “novas” práticas “psi” começaram a ser evidenciada. As universidades ao perceberem que a psicologia clássica na pratica não estava com tanta força, a partir de outras pesquisas realizadas no meio acadêmico sobre como é visto esse modelo os cursos de graduação começaram a dá mais reconhecimento a outras áreas, desmistificando esse modelo ideal de clínica tradicional nos alunos, tendo o cuidado dessa mudança também abranger as áreas extra universitárias, mesmo sabendo que esse modelo ideal ainda perdura até hoje.
Por fim, uma última reflexão que faço é o que o autor trabalha ao longo do texto, o cuidado que uma formação deve ter ao introduzir a noção de clínica e de social, para não dar ênfase somente no social ou somente no individual. Não cair na armadilha de pensar o social como a saída dos psicólogos das classes média-alta e dos consultórios para as favelas e comunidades. O autor deixa muito claro que a noção de social vai além de apenas do deslocamento profissional por classes econômicas. E realmente vai muito além: a clínica social é uma aliança entre saberes, para compreendermos melhor o indivíduo e a sociedade, a influência de um sobre outro e vice-versa, e, por último, a construção deste e daquele, uma vez que um precisa do outro para existir.
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