O fenômeno da alfabetização
Tese: O fenômeno da alfabetização. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Gel33 • 24/2/2015 • Tese • 806 Palavras (4 Páginas) • 236 Visualizações
Na educação infantil, as práticas pedagógicas precisam realizar uma conexão entre o processo de alfabetização das crianças e o mundo real, construir uma concepção de ensinar a ler e a escrever no próprio contexto das práticas sociais da leitura e da escrita
Se no discurso teórico-pedagógico já superamos a dúvida sobre alfabetizar ou não na pré-escola, ainda temos muito que questionar as práticas cotidianas de alfabetização utilizadas com crianças pequenas, incluindo sua relação com as outras linguagens. No que diz respeito às práticas pedagógicas, sabemos que as mudanças acontecem de maneira lenta. Pela falta de uma teoria capaz de orientar a compreensão do processo educativo em sua complexidade, acabam-se reproduzindo práticas tradicionais de caráter naturalizante, o que, por sua vez, limita o pensar e o agir pedagógicos do professor a uma concepção reducionista e superficial do desenvolvimento humano.
O fenômeno da alfabetização sempre esteve correlacionado à preocupação de definições de métodos, o que proporcionou uma exacerbada padronização das aprendizagens, negando as singularidades e as heterogeneidades das crianças e desconsiderando o fim social da escrita e da leitura. Pode-se dizer que as práticas dos professores alfabetizadores eram reforçadas por concepções advindas de diferentes métodos. Em oposição a esse contexto, a partir da década de 1980, passamos a contar com um grande número de pesquisas, fomentadoras de um amplo debate sobre o tema da alfabetização.
Muitas das análises apontam que, além da definição de um método, é importante compreendermos como a criança constrói seus conceitos sobre a língua escrita. A maior importância atribuída aos processos de aprendizagem das crianças abre caminho para questionarmos as concepções de alfabetização dos professores que são determinantes de seu pensar e agir pedagógicos. Podemos dizer que, ao questionar como as crianças aprendem, intrinsecamente ocorre o seguinte questionamento: como os professores ensinam?
Tal perspectiva esclarece-nos que a alfabetização é um processo complexo e que não tem idade para acontecer, sobretudo se entendemos que a alfabetização não se dá simplesmente pelo treino das habilidades de "decodificação" e "codificação" de códigos. Minha visão de alfabetização considera a escrita e a leitura como instrumento cultural complexo e interligado às diversas experiências sociais e culturais que circunscrevem o mundo infantil. Falo do escrever como registrar vivências, expressar sentimentos e emoções, ou seja, como comunicação.
Na educação infantil, as práticas pedagógicas precisam realizar uma conexão entre o processo de alfabetização das crianças e o mundo real, construir uma concepção de ensinar a ler e a escrever no próprio contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, inserindo as crianças em um contexto amplo, rico, fecundo e permeado de múltiplas linguagens, as quais automaticamente as levarão à linguagem escrita. Isso me leva a afirmar que fazer um gesto, um desenho, uma pintura, uma gravura, um movimento, uma dança, uma escultura, uma maquete, brincar de faz-de-conta, decifrar rótulos, seriar códigos, ouvir histórias, elaborar listas, discutir impressões de notícias de jornal, elaborar cartas, trabalhar com receitas, realizar visitas
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