OLIVEIRA Marta Kohl, Ciclos de Vida: algumas questões sobre a psicologia dos adultos

OLIVEIRA Marta Kohl, Ciclos de vida: algumas questões sobre a psicologia do adulto. Universidade de São Paulo, Educação e pesquisa, São Paulo, v.30, n.2, PA. 211-229, maio/agosto.2004.

O artigo propõe uma reflexão sobre o desenvolvimento psicológico do adulto.

Primeiramente a autora coloca as fases do desenvolvimento humano, como ciclos da vida, para sintetizar a transformação em si, não como estágios definidos, mas como processos desenvolvimentos gradativos.

Posteriormente a autora explica que o desenvolvimento não está direcionado a transformações biológicas somente, e sim para todo o contexto histórico-cultural e experiências de cada individuo.

“Mas a maturação biológica, essencial para o processo de desenvolvimento, não representa a totalidade do desenvolvimento: as transformações mais relevantes para a constituição do desenvolvimento tipicamente humano não estão na biologia do individuo”. Pág. 214.

“As características da espécie e das várias fases do desenvolvimento onto-genético serão interpretadas de acordo com as visões de mundo e as formas de significação próprias de cada cultura.” Pág. 214.

Entendendo-se que o correto é desvendar uma psicologia do adulto, não somente através de sua maturação, mas sim através de suas multiplicidades.

“Diante dessas reflexões, a questão não é eliminar o problema da etapização do desenvolvimento, mas historicizar sua compreensão.” Pág. 215.

Partindo de desse pressuposto, vemos que um dos fatores importantes para a explicação desenvolvimento é a atividade, ou seja, aquilo que as pessoas fazem.

“[...] a construção de uma psicologia cultural deve utilizar a atividade não meramente como um contexto em que o funcionamento psicológico ocorre, mas como um principio explicativo: a mente, e sua origem e desenvolvimento, seriam explicados por meio da atividade. Nesse quadro, os ciclos de vida, isto é, os ciclos culturamente organizados de passagem dos sujeitos pela existência humana, poderiam ser definidos a partir dos tipos de atividades em que os sujeitos estão envolvidos e os correspondentes instrumentos, signos e modos de pensar.” Pág. 216.

A autora explica então, que a psicologia do desenvolvimento de um adulto vai além da estabilidade e ausência de mudanças, que pelo contrário, ao se tornar adulto, muitas transformações e responsabilidades nos são adquiridos.

“[...] na medida em que os adultos, tipicamente, trabalham, constituem uma família, se relacionam amorosamente, aprendem em diferentes dimensões da vida, educam seus filhos, têm projetos individuais e coletivos. Todas essas características trazem, em si, potencial para profundas transformações.

Outra questão importante é levantada, a de que um adulto trabalhador é um sujeito propicio para o desenvolvimento. São feitas pesquisas para concretizar este pensamento. Conclui-se através das pesquisas que o trabalho e a escola juntos, complementam o indivíduo.

“Os dados da pesquisa explorados no presente item são oriundos dos questionários e entrevistas com os alunos e sindicalistas, e se referem ao primeiro eixo de investigação, que diz respeito ao aprofundamento da