Os Métodos Avaliativos
Por: maizasr • 13/8/2019 • Trabalho acadêmico • 1.376 Palavras (6 Páginas) • 187 Visualizações
Histórico
L.K foi o percursor da expressão “métodos projetivos” para denominar técnicas (teste de associação de palavras de Jung, teste de manchas, de tinta de Rorschach e T.A.T) que abordam a personalidade como uma estrutura em evolução cujos elementos que a constituem se encontram em interação. Em sua opinião o determinismo vinha conquistando a psicologia, logo, tais métodos se provaram ser os mais valiosos instrumentos do método clínico.
Esses testes se diferem dos de aptidão em relação aos materiais apresentados ao sujeito e pela liberdade que lhe é dada para responder, os situando nos âmbitos da psicologia da forma e da psicanálise. A projeção amplia a psicologia e se interessa pelas relações do homem com os outros e com o seu mundo.
Para a psicologia acadêmica ou experimental, a associação de ideias é uma função mental geral, cujas leis de funcionamento impessoal são procuradas, à partir disso Jung criou uma prova psicológica, que denominou de “teste”, em que as associações são interpretadas como reveladoras de suas tendências e de seus conflitos internos. Quinze anos depois Rorschach teve a ideia de que a interpretação de manchas de tinta constituía uma prova de personalidade, em que a organização individual é o que estrutura a percepção das manchas. A associação a desenhos também foi aplicada em crianças, pois acreditavam que os mesmos substituíam as expressões verbais.
Etimologia
O primeiro sentido: denota ação física, como um “lançamento” de algo. Exemplo de Freud: expulsar da consciência os sentimentos repreensíveis, logo, os testes projetivos favorecem a descarga de tudo que é recusado.
O segundo sentido: é relacionado à matemática, a projeção estabelece correspondência entre um ponto e outro. Os testes projetivos levam o sujeito a produzir um protocolo de respostas que correspondam à sua personalidade.
O terceiro sentido: é relacionado à ótica, partindo de um foco a projeção luminosa envia raios sobre uma superfície. No Rorschach a projeção fixa de uma imagem sobre uma prancha por exemplo.
A projeção segundo Freud
Em 1896 foi o primeiro momento em que ele fala de projeção. É também quando ele começa a descobrir a psicanálise. Dentro das formas dos sintomas encontramos a projeção do ódio sobre outra pessoa no caso de um indivíduo humilhado. Em 1920 o termo aparece no seguinte trecho “Na paranoia, o repreender-se a si mesmo é reprimido de uma maneira que se pode descrever como sendo projeção: suscitando um sintoma de defesa no qual consiste em desconfiança em relação a outra pessoa” – É nesse momento que o termo é apresentando como clínico.
Em um segundo momento a projeção entende-se como o simples desconhecimento por parte de desejos e emoções não aceitos por eles como seus. Logo, a projeção, de acordo com as investigações do mesmo, faz o movimento de conservar o conteúdo do inconsciente, deslocando o objeto de tal sentimento.
A situação de teste projetivo
Suas características: o indivíduo fica livre para dizer ou fazer o que quiser, a partir do material apresentado e do tipo de atividade que lhe é proposto. Não há boas ou más ideias, a primeira ideia é sempre boa, vale aquilo que vem espontaneamente à consciência. Liberdade de expressão e liberdade de tempo constituem, portanto, os dois princípios comuns ao tratamento psicanalítico e à aplicação de testes projetivos.
As associações livres devem ser provocadas, logo, há necessidade de um material desencadeador. As instruções subordinam o individuo à sua própria vontade. Deve-se ressaltar que apesar do examinador adotar uma medida neutra, há uma relação transferencial mais ou menos manifesta.
É preciso observar outra diferença entre os métodos psicanalítico e projetivo. Geralmente o cliente fica deitado, enquanto o testando em geral fica sentado. Esta diferença relativa ao espaço, coloca uma situação semelhante à diferença relativa à duração, propõe ao testando um rápido mergulho no inconsciente, possibilitando meios de se refazer de imediato.
2º Efeitos
Algumas características podem tornar a situação projetiva de certa forma “vazia”, como: a estruturação inconsciente do material, liberdade das respostas e do tempo, fluxo relativo das instruções, esse vazio deve ser preenchido pelo sujeito, utilizando menos a suas aptidões e inteligência, e mais aos recursos de sua personalidade. A situação “vazia” tem efeitos como o avivamento de conflitos psicológicos no indivíduo testado, como o desencadeamento de angústia e regressão.
A angústia relaciona-se a representações fantasmáticas inconscientes, que transparecem, dessa maneira, o conteúdo das respostas, ao mesmo tempo em que os mecanismos de defesa do ego contra a angústia e contra os fantasmas se apresentam essencialmente nas características formais das respostas.
Na regressão psíquica, a psicanálise compreende três aspectos:
- aspecto formal: há regressão do pensamento racional e conceitual, ao pensamento por imagens, á representação figurativa;
- aspecto cronológico: regressão da fase adulta à primeira infância (criança: regressão a estágios anteriores ao desenvolvimento pulsional);
- aspecto tópico: regressão do ego ao id.
De modo geral a situação projetiva provoca, em termos de aparelho psíquico, a regressão dos processos secundários (identidade de pensamentos e o principio da realidade) e aos processos primários (identidade de percepções e principio do prazer - desprazer). Sendo assim, a regressão pode ser mais ou menos acentuada, conforme o tipo de teste projetivo.
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