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PESQUISA DE CAMPO: PROFISSIONAIS DO SEXO

Por:   •  25/5/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  4.934 Palavras (20 Páginas)  •  339 Visualizações

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CAPITULO 1

 1.1 Volta ao Mundo: Marco histórico da Prostituição

        A palavra "prostituir" vendo do latim 'prostituere', que significa se "colocar diante", "á frente", "expor aos olhos".

        Antigamente, a prostituição era uma ocupação respeitada e associada a poderes sagrados. Mas, com passar do tempo e o surgimento da sociedade patriarcal, a independência sexual e econômica das mulheres ficou demilitada e as meretrizes¹ passaram a serem mal-vistas.

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¹ Meretrizes significa mulheres que vendem o corpo em troca de objetos, por dinheiro ou por prazer sexual, conhecida socialmente como prostituitas, putas, garotas de programa e mulheres da vida.

        A prostituição é conhecida popularmente como a profissão "mais antiga do mundo". Desde que o "mundo é mundo", sempre houve meretrizes pobres e meretrizes de elite. O lado desconhecido dessa história é a imagem á respeito delas que nem sempre foi a que temos hoje, elas já foram admiradas pela inteligência e cultura e associadas á deusas, para ter relações sexuais com elas era necessário ter poder e conseguir respeito. As meretrizes sempre tiveram um lugar na história, mas, com o passar dos anos, o status de respeitável passou para condenável.

        No livro "As Prostitutas na História" do autor Roberts N. (1998), diz que no período da pré-história as mulheres eram associadas á Deusas, criadora da força da vida e estavam no centro das atividades sociais, com tal poder, elas controlavam sua sexualidade. Nessas sociedades pré-históricas, culturas, religião e sexualidade estavam interligadas, tendo como fonte a grande Deusa Inanna e posteriormente a Deusa Ishtar. Ou seja, em outras palavras, naquela época a mulher era centro de toda atividade social, por este motivo vista como uma deusa e algumas como sacerdotisas, propondo um elo entre a comunidade e a sua divindade através de rituais que envolviam atos sexuais (ROBERTS, 1998).

        Nas grandes cidades da Mesopotâmia e no Egito, continuaram centralizadas nos templos da Grande Deusa. As sacerdotisas² dos templos que participavam de rituai sexuais religiosos, e ao mesmo mulheres sagradas e meretrizes essas foram as primeiras prostitutas da História. Essas mulheres tinham um status elevado, os reis precisavam buscar a benção da deusa, por meio do sexo ritual com as sacerdotisas para legitimar seu poder. E graças á dominação masculina, os governantes sabiam que era necessário se contraporem á influencia da religião da deusa. Para tanto intitularam sacerdotes homens afim de promover seus deuses e "comandar" as mulheres do templo. Sem assim, criado um código moralista de repressão ao sexo, no qual, é considerado-lo negativo, então começa a verdadeira história da prostituição, com as sacerdotisas do templo vendendo o próprio corpo para que possam sobreviver no sistema imposto patriarcalismo.

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² sacerdotisa é uma mulher consagrada ao culto de uma divindade ou mulher que, entre os pagãos, exercia funções sacerdotais.

        Roberts (1998) na Roma Antiga, foi regulamentado uma especie de registro estatal das meretrizes que passam a fazer parte a duas categorias: meretrizes registradas e não-registradas. Elas pagavam impostos ao Estado e se tornavam fontes de lucro. As meretrizes eram consideradas "mulheres livres" que exerciam sua profissão com certa cautela durante o dia e a noite ia para os bordéis, sendo assim, escravas que permaneciam nos prostíbulos em pequenas celas, esperando seus clientes que eram da classe social mais baixa da sociedade romana.

        Ainda, segundo o autor Roberts (1998), na Grécia Antiga, os prostíbulos (bordéis) eram onde se exerciam o comércio sexual, com a finalidade de "satisfazer as necessidades do povo". Haviam "mulheres sagradas" que prestavam serviços sexuais somente em ocasiões especiais, e não eram vistas como meretrizes, as mesmas eram vistas como uma representação da Deusa Afrodite, sendo assim, respeitadas por cidadões e governantes por evocarem o amor, encanto , excitação e a fertidade, no entanto, eram também escravas (Ceccarelli, 2008). E outra classe de meretrizes eram a "hetairas" (mulheres livres), cultas e famosas, estas recebiam em suas próprias moradias os políticos, generais, filósofos e os poetas (ROBERTS, 1998).

        De acordo com Roberts (1998) da Idade Média até o mundo contemporâneo, havia um certo consentimento social da atividade sexual dos michês pré-marital e extraconjugal, fazendo como que a prostituição fosse um "mal necessário", um meio de permitir que os adolescentes de todas as classes sociais afirmassem a sua masculinidade e acalma-se suas necessidades sexuais, evitando assim os estrupos e "congelando" as tendências da homossexualidade. E no século XIII foi retratado por um glossárista do Santo Agostinho, um cenário, no qual, fimado que a meretriz era necessária para que os homens satisfizessem os seus desejos sexuais (RICHARDS, 1990).

        A prostituição chegou ao Brasil durante a colonização, os primeiros homens que aqui embarcaram vieram sem seus familiares, afim de explorar e conquistas novas terras. Como forma de satisfazerem seus anseios sexuais e ao mesmo tempo, se aproximarem dos índios, os colonos então tinam relações sexuais com as índias, e quandos elas engravidaram, nasceriam e virariam "parentes" dos índios, pois assim obteriam força para carregar o Pau-Brasil (Ribeiro, 1995 apud Tese Online, 2011). Mas, a Igreja Católica começou a ficar preocupada moralmente com a rapidez em que o colonos enhravidavam as indigenas, ocorrendo assim, a miscigenação. Então o responsável pelos jesuítas no Brasil, cujo era o "Padre Manoel Nóbrega", solicitou ao Rei em 1949, que mandasse mulheres brancas portuguesas para que pudessem se casar e reproduzir com os colonizadores, com uma única finalidade tornar a raça branca dominante. E sendo assim, o Rei cede e envia meninas órfãs, ladras, assassinas e meretrizes, para possam se casar com os colonos e povoar o Brasil. O objetivo da vinda destas mulheres do Reino, era que elas reproduzissem na Colônia brasileira, sendo assim, o mesmo de outros homens que vieram como nobres.

        Mas, em 1641, escravas se prostituíam para sustentam seus senhores, elas usavam roupas que chamavam atenção dos "passantes" (homens que passam ali), expondo seu corpo. No entanto, tais atos nao agradou á todos, como por exemplo o rei de Portugal que proibiu em 1709 que usassem qualquer efeite ou jóias que estimulasse o pecado. As meretrizes brancas se vestiam muito bem, mas o seu comportamento não era agradável e abusado, como entrar na Igreja e, estes comportamentos não era aceitos pelo governador (conde de Galveias) de Minas Gerais (ARAÚJO, 2009 apud TESE ONLINE, 2011).

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