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PRIMEIRAS RELAÇÕES OBJETAIS

Por:   •  20/6/2018  •  Dissertação  •  574 Palavras (3 Páginas)  •  169 Visualizações

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. PRIMEIRAS RELAÇÕES OBJETAIS.

Numa perspectiva histórica, encontramos o início do estudo das primeiras relações no trabalho de Freud. Em seu artigo “Instintos e suas vicissitudes”, escrito em 1915, argumenta que a criança possui necessidades fisiológicas que devem ser satisfeitas, sobretudo de alimento e conforto, e que o bebê se torna interessado em uma figura humana, especificamente a mãe, por ela ser sua fonte de satisfação. Na teoria dos instintos, a vinculação com a figura materna é vista como impulso secundário, ou seja, que o bebê se liga à mãe afetivamente como consequência de esta ser o agente de suas satisfações fisiológicas básicas.

Outro estudioso das relações vinculares e da formação do apego é o psicanalista René Spitz. Trabalhando em um orfanato, Spitz (1945) observou que os bebês que eram alimentados e vestidos, mas não recebiam afeto, nem eram segurados no colo ou embalados, apresentavam a síndrome, por ele denominado, hospitalismo. Esses bebês tinham dificuldades no seu desenvolvimento físico, lhes faltava apetite, não ganhavam peso, e com o tempo perdiam o interesse em se relacionar, o que levava a maioria dos bebês a óbito. Ele descreve, portanto que, o resultado da ausência dos pais e do afeto como fator determinante no desenvolvimento com prognóstico reservado.

RELAÇÕES OBJETAIS SEGUNDO MELANIE KLEIN.

Desde o início da vida a criança já dispõe de um ego rudimentar que, através da rejeição do desprazer (projeção) e assimilação do prazer (introjeção), procura manter o “princípio da constância”. Como nesses primeiros estágios da vida, predomina os desejos e necessidades orais, o seio materno se afigura com objeto capaz de satisfazer tais desejos e necessidades.

A criança já teria então, capacidade de ter fantasias sobre este objeto, posto que fantasia para Klein é o representante psíquico da pulsão. Tanto suas pulsões eróticas (instinto de vida), como suas pulsões destrutivas (resultantes de uma frustração oral ou uma deflexão do instinto de morte), teriam seus respectivos representantes psíquicos. Para isso haveria uma “clivagem” do seio materno, num “seio bom” que é introjetado e num “seio mau”, seio frustrador, que é projetado (posição esquizo-paranóide).

A criança se livraria assim da angústia oriunda de seus impulsos destruidores, projetando-os no seio mau, seio frustrador, que se transforma em um objeto “persecutório”. O mesmo acontece com a “libido” que é projetada no seio bom, no “objeto ideal”, a fim de manter uma relação necessária à preservação da vida.

Mas a dialética introjeção-projeção não fica ai. O “seio bom” introjetado corre o risco de ser danificado pelos impulsos destrutivos e por essa razão também é projetado; do mesmo jeito que o “seio mau” poderia ser introjetado, a fim de ser devidamente controlado.

As coisas se tornam mais complexas quando a criança passa a perceber que o seio bom e o seio mau, não como dois objetos, mas como um objeto inteiro unificado a figura da mãe (posição depressiva). A criança descobre que tanto suas experiências boas como as más não provinham de um “seio bom” ou de um “seio mau”, nem de uma “mãe boa” ou uma “mãe má”, mas sim de uma mesma pessoa. A criança

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