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PROFISSIONAIS EM FUNÇÃO DE RISCO – APLICAÇÃO DA TCC NO CONTROLE DO STRESS

Por:   •  7/1/2020  •  Monografia  •  4.925 Palavras (20 Páginas)  •  232 Visualizações

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APRESENTAÇÃO

O presente estudo tem como objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre os profissionais em funções de risco, sua relação com o stress e o atendimento na Terapia Cognitivo-Comportamental para controle do mesmo.

A relevância desta pesquisa constitui-se em primeiro lugar, pela escassez de dados disponíveis compilados de forma simples e acessível.

 A escolha desse tema foi adotada pela experiência da autora na saúde ocupacional. A mesma trabalha há 12 anos dentro de medicinas ocupacionais, antes como técnica de enfermagem (responsável pelo levantamento e realização dos exames ocupacionais periódicos dos funcionários de grandes empresas da Baixada Santista) e após a graduação como psicóloga, realizando avaliações psicológicas.  

A atuação da autora hoje em dia se concentra em realizar avaliações psicológicas em  funcionários que operam em função de risco (altura e espaço confinado), em empresas da área portuária das cidades da Baixada Santista, e atendimentos clínicos no consultório fundamentado pela abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Nas avaliações, aplica-se os testes psicológicos específicos e realiza-se entrevistas individuais para coleta de dados pessoais e para embasamento do laudo. Quando se constata a existência de vulnerabilidade ao stress, tanto pelos testes quanto pela entrevista, o avaliado é encaminhado para atendimento clinico psicoterápico.

A autora percebeu, ao longo do tempo, durante as avaliações, que os profissionais que atuam em áreas de risco apresentam maior vulnerabilidade ao stress, pois o ambiente juntamente com o risco da função acaba por criar um clima organizacional mais denso.

Ainda hoje a avaliação psicológica não é uma prática obrigatória adotada por todas as empresas, contudo cresce cada vez mais o ingresso da avaliação psicológica dentro dos PCMSO´s, pois a relação custo x benefício aparece quando se fala na saúde da empresa como um todo.

Acredita-se que a TCC auxilie de forma eficaz e segura em pacientes com altos níveis de stress, seja pelo ambiente laboral ou pelo ambiente social, resignificando aspectos importantes na vida do funcionário.

INTRODUÇÃO

Stress

De acordo com Selye (1965), o stress emocional pode ser definido como “uma reação do organismo com reações psicofisiológicas que ocorre frente a situações que o amedrontam, excitam ou o façam feliz” (Sadir & Lipp, 2009). Hoje em dia, há uma preocupação no bem estar psicofisiológico do ser humano em geral e especificamente no âmbito da saúde. Quantas pessoas são acometidas por stress e só conseguem detectar quando fisicamente não se sentem bem, ou no trabalho não rendem mais o esperado, ou estão com problemas nos relacionamentos.

Vale lembrar que o stress é um processo, não uma única reação. O stress pode ser positivo ou negativo, variando do grau mais leve, onde o nosso organismo se prepara para uma emergência, liberando adrenalina para ficarmos com energia e vigor necessária para a eventualidade. Quando esta situação se prolonga ou se torna crônica, o nosso corpo não consegue adaptação necessária e inicia um processo de colapso. É nesse estágio, mais elevado que as consequências são percebidas e os prejuízos físicos e mentais estão instalados.

[pic 1]

     

Figura 1 (Fonte: http://pt.slideshare.net/lessa312/palestra-como-evitar-o-estresse-e-a-desmotivao-no-trabalho)

As fontes estressoras podem ser diversas, internas ou externas. Fontes estressoras externas não dependem da pessoa, pode ser uma doença/morte na família, uma mudança/perda de emprego, ou qualquer outra situação que afete o indivíduo.  As fontes internas podem ser crenças que refletem em comportamentos de pouca assertividade, sentimento de inadequação, baixa autoestima, pouca habilidade social, ansiedade, timidez, entre outros (Lipp, 2001).

Na vida profissional, as fontes externas podem ser na inadequação ao cargo, pressão do trabalho, infraestrutura insegura, clima organizacional desajustado. As consequências do stress podem incluir depressão, falta de ânimo, falta de envolvimento com o trabalho e a organização, faltas e atrasos frequentes, excesso de visitas ao ambulatório médico e farmacodependência (Sadir & Lipp, 2010).

De acordo com Selye (1952, citado por Lipp, 2001), o processo do stress é desencadeado em 3 fases: fase de alerta, resistência e exaustão. Na primeira fase, quando a pessoa depara-se com a fonte estressora, ocorre uma quebra do equilíbrio interno (homeostase) para que aconteça uma reação, seja de fuga ou luta. Nesse momento, todo o nosso organismo se prepara para agir, iniciando um processo interno para que o individuo possa lidar com urgência. Naturalmente, após a fase de alerta e eliminado a adrenalina liberada, o corpo volta a entrar em homeostase e a pessoa sai da fase de alerta sem prejuízo para seu bem-estar. Quando essa prontidão acontece desnecessariamente ou quando é excessiva, o corpo continua no estado de tensão e não consegue restaurar-se.

Conforme ainda Selye (1952, citado por Lipp, 2001), é onde entra a fase de resistência. Quando os fatores estressores são de longa duração, ou de intensidade elevada, o organismo tenta restabelecer-se e entra na fase de resistência ao stress. Nesse momento, o organismo utiliza-se da energia para equilibrar-se. Nesta fase que surgem as doenças e começa a ficar visível a batalha interna do individuo, e se a pessoa possui uma reserva de energia suficiente, conseguirá sair da fase sem prejuízo, seja por esforço próprio ou com uso de técnicas de controle do stress (Lipp, 2001).

Caso a energia e a resistência do individuo não for suficiente, ou se os fatores estressores continuam ocorrendo concomitantemente, o processo evoluirá e entrará na fase de exaustão. Lipp (2201) relata que poderá ocorrer exaustão psicológica na condição de depressão e exaustão física no aparecimento de doenças (hipertensão arterial, úlceras, obesidade, câncer, psoríase, TPM, cefaleia, herpes simples, vitiligo, lúpus, colite, doenças respiratórias, doenças imunológicas, etc.).

Função de risco

Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) (http://www.mtps.gov.br):

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