Percepção E Memória Doença de Alzheimer
Por: Karmen Victória Mello Sant'Anna • 14/4/2020 • Trabalho acadêmico • 1.731 Palavras (7 Páginas) • 170 Visualizações
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
CURSO DE PSICOLOGIA
PERCEPÇÃO E MEMÓRIA
ALZHEIMER
RIO DE JANEIRO – RJ
2019/2
Introdução
Segundo o Ministério da Saúde, Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória. Seu primeiro sintoma e o mais característico da Doença de Alzheimer é a perda de memória recente. Com a progressão da doença, vão aparecendo sintomas mais graves como, a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), bem como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo.
Além disso, segundo a mesma instituição, entre os principais sinais e sintomas do Alzheimer estão: repetição da mesma pergunta várias vezes, dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos, incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas, dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos, dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais, irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos, tendência ao isolamento.
Alguns fatores de risco apresentados são o histórico familiar e baixo nível de escolaridade (pessoas com maior nível de escolaridade geralmente executam atividades intelectuais mais complexas, que oferecem uma maior quantidade de estímulos cerebrais). Nesse contexto, quanto maior for a estimulação cerebral da pessoa, maior será o número de conexões criadas entre as células nervosas, os neurônios. Esses novos caminhos criados ampliam a possibilidade de contornar as lesões cerebrais, sendo necessária uma maior perda de neurônios para que os sintomas de demência comecem a aparecer.
Desenvolvimento
O idoso com Doença de Alzheimer tem sua integridade física, mental e social comprometida, o que ocasiona situações de dependência, seja total ou parcial, muitas vezes com necessidade de cuidados mais complexos. Como é uma doença que atinge vários setores da vida do idoso e sua família, é preciso que haja intervenções de diferentes profissionais de saúde, por meio de ações multidisciplinares/interdisciplinares (BERTAZONE et al., 2016, p.145).
Devido aos sintomas de DA com seus níveis variando de leve, moderado e grave os cuidados necessários podem diversificar. Bertazone et al. (2016, p.148), comentam sobre os membros das equipes que abrangem uma boa parte da área da saúde, como psicólogos, psicólogos sociais, neuropsicólogos, psiquiatras, médicos, enfermeiras, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Cada um tem um papel importante nos cuidados do idoso e sua família. Pois a demanda de precauções é maior que alguém que não tenha Alzheimer, precisando abranger várias áreas para que a qualidade de vida seja a melhor.
Além dos cuidados ao portador da doença é preciso ter um olhar atento aos familiares dos mesmos. Não só pelo choque inicial de receber um diagnóstico de doença degenerativa no núcleo familiar, mas também pelo trabalho desgastante, físico, mental e financeiro. Devido a isso as dificuldades na interação familiar tendem a se acirrar, despontando sentimentos como raiva, tristeza, rejeição e solidão. A pessoa cuidadora pode adoecer devido a diversos fatores, como a falta de apoio familiar, de compreensão dos outros membros e de reconhecimento de sua dedicação para com o portador (FALCÃO; BUCHER-MALUSCHKE, 2009, p.780).
A doença, além de seus efeitos biológicos, impacta de forma significativa no convívio social e na forma em que o indivíduo interage com o meio, principalmente por conta da influência do Alzheimer na personalidade, condições físicas e estilo de vida (FALCÃO; BUCHER-MALUSCHKE, 2009). Além disso, segundo um estudo com 1861 pares compostos por um idoso com a doença de Alzheimer e um familiar vivendo na mesma residência, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia apresentou que, além dos próprios sujeitos com a doença, os familiares também são impactados, apresentando transtornos de ansiedade, transtornos do humor, insônia e abuso de drogas.
Esse fato decorre por conta dos familiares que se tornam cuidadores dedicarem mais tempo à pessoa, porém, identificarem inquietude, medo e rejeição (ALVAREZ, 2001). Segundo o mesmo autor, o impacto nas estruturas familiares, por muitas vezes, pode ser positivo, pois ocasiona uma revalorização das relações pessoais e um esforço de minimizar conflitos. Porém, ao fortalecer algumas relações, outros membros da família são excluídos, como uma filha que assume um papel parental com o pai doente, porém afastando o pai de sua esposa, gerando conflito entre a filha e a mãe. Ademais, o enfermo passa a ser limitado a certas atividades, como dirigir e trabalhar, levando seus familiares a se responsabilizarem por essas demandas, como a administração financeira da casa (RIBEIRO, 2010).
Dessa forma, a doença deve ser vista em sua totalidade, considerando seus efeitos tanto no próprio indivíduo, quanto aos que estão ao seu redor, além da maneira de que o sujeito se relaciona com os mesmos, tendo em vista a mudança de comportamento, de humor e de personalidade, podendo apresentar confusão e agressividade.
Segundo à Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, com o envelhecimento da população, a incidência de doenças relacionadas à idade está aumentando, como é o caso do Alzheimer. Já são 44 milhões de pessoas com a doença no mundo. Dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) mostram que pelo menos 7,1% das pessoas acima dos 65 anos no Brasil apresentam algum tipo de demência, sendo que Alzheimer é responsável pela metade desses casos. Ainda segundo ABRAz, a cada 3 segundos uma pessoa desenvolve demência no mundo.
Em 2018, estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas vivem com demência no mundo, e isso deverá aumentar para 152 milhões em 2050 se estratégias efetivas de redução de risco não forem implementadas em todo o mundo.
É uma das doenças mais frequentes em pessoas idosas, apenas no Brasil, onde hoje há mais de 29 milhões de pessoas acima dos 60 anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acredita-se que quase 2 milhões de pessoas têm demências, sendo que cerca de 40 a 60% delas são do tipo Alzheimer, inclusive o Brasil é o segundo
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