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Perceção de faces e interacção social

Artigo: Perceção de faces e interacção social. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  11/12/2013  •  Artigo  •  392 Palavras (2 Páginas)  •  227 Visualizações

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1.1. Perceção de faces e interacção social

Nenhuma parte do organismo humano é capaz de transmitir, a partir de uma apreciação visual imediata, tantas informações essenciais para a sobrevivência e o funcionamento social dos indivíduos quanto a face (Sergent e col., 1992). As características faciais geradoras destas informações podem ser

divididas em dois grandes grupos: estruturais (elementos da composição física da face) e dinâmicas (muito mais variadas que as primeiras e derivadas do movimento automático ou deliberado dos componentes faciais) (Archer e col.,

1994).

Estes dois grupos podem ser entendidos de maneira mais precisa de acordo com o tipo de informação que transmitem. Assim, as características estruturais são aquelas responsáveis essencialmente pela composição da identidade facial do indivíduo. O reconhecimento de uma face como familiar é essencial para a inserção de um indivíduo em seu grupo social mais restrito e deste reconhecimento dependerá o suporte físico (principalmente no início da vida) e emocional provenientes do grupo (Darwin, 1872). Além da identidade, as características estruturais da face transmitem informações sobre a idade e o sexo do indivíduo, participando da regulação do contato social mais amplo (Ellis & Young, 1988).

As características dinâmicas da face se referem aos múltiplos modos de organização dos elementos faciais internos (olhos, boca, sobrancelhas, etc.) de forma a criar diferentes expressões faciais que servirão como sinalizadoras do contexto emocional interno ou externo. Alguns estudos sugerem que a percepção

destas expressões ocorre em um nível configuracional (Gestalt), onde alterações mínimas nos componentes faciais, não identificáveis individualmente, são suficientes para alterar a expressão emocional resultante (Haig, 1984, 1986).

Esta importância da face na interação entre os indivíduos vem prendendo a atenção de pesquisadores há mais de um século. Darwin, em 1872, dedicou-se a um extenso estudo sobre a manifestação de emoções nos homens e nos animais, sugerindo que as expressões faciais representariam padrões inatos e automáticos de comportamento. De acordo com esta proposição, é razoável supor que a capacidade dos seres humanos para descodificar precisa e rapidamente expressões faciais como o medo, por exemplo, tenha sido seleccionada evolutivamente por seu valor adaptativo.

Seguindo o caminho de Darwin, outros pesquisadores encontraram dados que os levaram a sugerir que as expressões faciais seriam representações automáticas derivadas da experiência emocional do indivíduo. Deste modo, o valor informativo destas expressões não seria sua função essencial, mas um efeito secundário da expressão de uma experiência emocional interna e individual (Izard & Malatesta, 1987; Ekman, 1997).

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