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Personalidade e Estrutura Social

Por:   •  17/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.223 Palavras (13 Páginas)  •  360 Visualizações

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Índice

Introdução        3

1.        Personalidade e Estrutura Social        4

1.1.        Obtenção de Status        7

1.2.        Valores Individuais        8

1.3.        Influência Social na Saúde        10

1.4.        Alienação        11

Conclusão        13

Bibliografia        14


Introdução

O presente trabalho da cadeira Introdução à Psicologia Social e das Organizações visa apresentar uma abordagem teórica em torno do tema: Personalidade e Estrutura Social (Obtenção de Status, Valores Individuais, Influencia Social na Saúde e Alienação).

Diante do tema acima referido cabe em primeiro plano aferir que o foco da Psicologia Social e das Organizações se consubstancia em estudar o comportamento de indivíduos no que ele é influenciado socialmente. Assim, pode-se dizer que nós nos tornamos sociais quando nascemos, ou até mesmo antes, devidas nossas condições históricas.

Em todos os momentos da nossa vida, diante da nossa formação filogenética e ontogenética, somos influenciados pelos meios sociais. Então, não podemos dizer que o homem é um ser isolado. Somos seres individualizados e, ao mesmo tempo, colectivos, somos influenciados pela sociedade a partir das relações culturais. Neste contexto, durante o desenvolvimento do trabalho torna-se imperioso abordar alguns conceitos básicos visto que a compreensão desses conceitos é importante, pois a partir deles, começaremos a ampliar nossas discussões a respeito da temática e perceberemos que, desde que somos concebidos, interagimos movidos por uma inadiável necessidade humana. Para compreender o porquê dessa necessidade, deveremos estudar os agentes socializadores que contribuem para o nosso processo de socialização e formação da personalidade.

É justamente nesse contexto que se insere o presente trabalho, cujo objectivo é apresentar os contornos relacionados a estrutura social e personalidade.

Para a realização do trabalho utilizou-se o método de pesquisa bibliográfica, onde realizou-se uma leitura precisa em obras que abordam sobre o tema.

O trabalho está estruturado de forma sintética e apresenta três partes principais: introdução, desenvolvimento e conclusão. As fontes utilizadas na pesquisa encontram-se na devida bibliografia.


  1. Personalidade e Estrutura Social

Neste ponto de trabalho procura-se contribuir para a compreensão da ligação entre a estrutura social e a estruturação da personalidade da pessoa nela inserida. Deu-se neste momento enfoque nos autores Urie Bronfenbrenner e Norbert Elias.

Enquanto BRONFENBRENNER procura sistematizar e classificar essas redes de relacionamentos para aí poder detectar quais são as possíveis influências no indivíduo, ELIAS procura desvelar e descrever aquelas particularidades da sociedade que considera relevantes para a estruturação psicológica do indivíduo.

Existem várias teorias que, segundo KREBS (1998:177) “(...) têm abraçado a difícil tarefa de explicar esse processo de interação entre o ser humano em desenvolvimento e seus múltiplos contextos”.

Entre as teorias se destaca a Teoria dos Sistemas Ecológicos de Urie Bronfenbrenner, pois para o autor foi fundamental conceituar o processo do desenvolvimento humano de tal forma que na sua análise podem ser consideradas ao mesmo tempo as propriedades da pessoa e dos ambientes em que a pessoa está inserida.

Para BRONFENBRENNER é necessário, na interpretação das propriedades da pessoa, assumir uma “perspectiva ecológica”. O que significa uma interpretação contextual das características da pessoa, relacionando-as com os diversos ambientes que por sua vez são entendidos como sendo dinâmicos. Por isso, BRONFENBRENNER sistematiza os parâmetros do contexto, resumido por KREBS (1998:89-190) da seguinte forma:

BRONFENBRENNER (1979, 1992, 1995) propõe um modelo sistêmico em que os ambientes em que a pessoa em desenvolvimento participa ativamente (sic) constituem a dimensão mais imediata, nomeados como microssistemas. A rede sistêmica que é formada pelos microssistemas que uma pessoa vivencia é chamada de mesossistema. Os contextos em que a pessoa em desenvolvimento não participa ativamente (sic), mas aos quais esteja indiretamente (sic) relacionada são chamados de exossistema. E, finalmente, a dimensão mais abrangente do modelo, que envolve todos os níveis de contextos caracterizados como micro-, meso- e exossistemas, é denominado como macrossistema”.

Essa estruturação do contexto faz parte dos modelos de BRONFENBRENNER: pessoa-processo-contexto e do cronossistema, mas também do seu modelo mais recente onde integrou os dois modelos criando assim o modelo pessoa-processo-contexto-tempo. O modelo integra, continua KREBS (1998:191):

as características biológicas e sociais (pessoa), as mudanças que foram ocorrendo ao longo da vida (processo), as características físicas, políticas, econômicas, culturais, etc. dos ambientes (contexto) e os eventos de ordem biológica e sociocultural que tiveram impacto na vida da pessoa (tempo). Esses elementos todos constituem o que BRONFENBRENNER propõe como Paradigma Bioecológico”.

Acredita-se que o comportamento social se desenvolve num processo lento de aprendizagem, no qual se modificam a frequência e a qualidade das interações sociais. Nesse desenvolvimento da conduta social da criança é de grande importância o desenvolvimento de duas habilidades, a saber:

  • Colocar-se na perspectiva do outro;
  • Antecipar reações, comportamentos e sentimentos dos outros.

O desenvolvimento dessas habilidades faz com que a criança seja capaz de estabelecer relações recíprocas.

A seguir, um maior enfoque será dado à estrutura social, de acordo com ELIAS, para compreender melhor as diferenças entre determinadas sociedades e onde as diferenças se manifestam no comportamento do indivíduo. Para isso mostrou-se importante a compreensão do conceito de “configuração”, introduzido da seguinte maneira pelo autor (ELIAS, 1990:249):

“(...) não é particularmente frutífero conceber os homens à imagem do homem individual. Muito mais apropriado será conjeturar a imagem de numerosas pessoas interdependentes formando configurações (isto é, grupos ou sociedades de tipos diferentes) entre si”.

Essas configurações podem ser classificadas conforme a Teoria dos Sistemas Ecológicos de BRONFENBRENNER, possibilitando assim diferenciar o envolvimento do indivíduo (seja em um micro-, meso-, exo-, ou macrossistema) e ajudando a verificar melhor a dimensão da influência recíproca. A consideração das duas teorias (A Teoria do Processo Civilizatório e a Teoria dos Sistemas Ecológicos) pode ser fundamental na busca da compreensão do relacionamento ambiente - indivíduo.

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