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Pesquisa Em Psicologia No Brasil

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Por:   •  24/9/2014  •  1.610 Palavras (7 Páginas)  •  606 Visualizações

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Pesquisa em Psicologia no Brasil

Como vimos na coletânea de textos didáticos elaborada pelo Professor Waldir Bettoi (2014) fazer pesquisa significa basicamente produzir conhecimento e/ou aprimorar conhecimento já produzido. O que pretendemos esclarecer com o presente trabalho são as condições para a produção deste conhecimento no Brasil e proporcionar ao leitor uma visão geral da situação do psicólogo pesquisador no país: Qual o espaço aberto para a realização do trabalho deste profissional? Como as iniciativas públicas e privadas têm investido neste tipo de pesquisa? A quem este trabalho tem atingido? Estas e outras importantes questões devem ser discutidas ao buscarmos uma reflexão sobre a real situação do profissional de pesquisa em psicologia no Brasil contemporâneo. Segundo os psicólogos pesquisadores e professores da Universidade de Brasília F.I e G.M as atividades de pesquisa envolvem uma série de passos que vão desde a leitura de materiais já produzidos sobre o assunto que se pretende pesquisar, passando pela elaboração escrita do projeto, coleta e análise de dados, desenvolvimento de hipóteses, até a publicação dos resultados obtidos, assunto que trataremos mais tarde.

As recentes políticas de pesquisa nas mais diversas áreas do saber revelam a subordinação da Universidades à perspectiva ético-política que visa acima de tudo a produção. Esta produção tem se tornado uma importante ferramenta de afirmação dos modelos cognitivos e culturais marcados por uma racionalidade individualizante e homogeneizadora, com consequente sentimento de solidão e esvaziamento dos espaços de discussão e produção coletivas, como afirmam Barros, M.E.B e Lucero, N.A in “A pesquisa em Psicologia: construindo outros planos de análise”.

As condições necessárias para a realização de uma pesquisa variam muito de acordo com o foco principal desta. Notamos por exemplo que a Dra. G.M sente-se satisfeita com as condições atuais de trabalho que a Universidade lhe proporciona, pois segundo ela o tipo de pesquisa que faz não exige material, ou laboratório muito sofisticado, mas apenas de gravadores digitais de áudio, câmeras também digitais, etc. Ao passo que o pesquisador F.I, que pesquisa os fenômenos de comportamento do consumidor na mesma universidade que G.M. acredita que faltam espaço adequado, recursos e pessoal técnico.

Para que haja sucesso na realização de uma pesquisa é necessário um financiamento, visando colaborar com a aquisição de equipamentos eficazes, contratação de profissionais e auxiliares, eventualmente transporte e alimentação para estes, e várias outras despesas que podem surgir no decorrer do trabalho. Estes financiamentos normalmente são concedidos pela iniciativa pública através de instituições como a CAPES, o CNPQ, a FAPDF, FNATEC entre outras e costumam ser concedidos através de editais. Quanto a esta questão cabe observar que nem sempre estes editais são justos no sentido de que podem ou não priorizar grupos, regiões ou setores específicos. Fenômeno que Reinaldo Guimarães (2000) chama de “Seleção Negativa” no texto “Financiamento da pesquisa no Brasil: Distorções e desigualdades” de Oswaldo Yamamoto. A expressão define o processo negativo de afunilamento que favorece um ou outro setor/indivíduo. É o caso, por exemplo, da Dra. G.M. (UNB), segundo ela há uma série de editais para financiamento aos quais ela não pode submeter pelo fato de ainda não ter uma bibliografia própria consolidada. Muitos outros tipos de seleção podem ocorrer nestes editais como seleção regional, ou de níveis. As instituições que normalmente abrem estes editais são as mais diversas na esfera pública, como CNPQ, CAPES, FAPDF, FINATEC entre outras.

É importante que o profissional interessado em financiamentos busque se especializar cada vez mais, além de tentar manter certa frequência de publicação a fim de valorizar o próprio currículo, ganhar espaço no meio científico e assim garantir bons financiamentos.

O psicólogo pesquisador muitas vezes se depara com a necessidade de trabalhar com profissionais de outras áreas ou até mesmo com psicólogos atuantes em outros contextos da psicologia. Veja no exemplo da Dra. G.M. (UNB) que por pesquisar na área da psicologia escolar e desenvolvimento infantil, normalmente atua em conjunto com pedagogos, professores, cuidadores, etc. Ou ainda o caso do Dr. F.I (UNB). Ele pesquisa diversas vertentes do consumo e eventualmente recorre a gestores públicos, publicitários, etc.

Para a divulgação de um resultado de pesquisa há vários meios, por exemplo, a participação em simpósios e congressos, publicação de artigos em revistas científicas, palestras e divulgação nas mídias digitais, como o youtube por exemplo. Simpósio é toda conferência acadêmica, congresso, ou tipo de aula, em universidades, de caráter claramente discursivo, ao invés do formato tradicional de uma palestra ou perguntas e respostas.

As pesquisas em psicologia tem como sujeito, na maioria das vezes, seres humanos de faixas etárias, sexo, profissões e classes socioeconômicas diferentes. Ou em menos casos com animais (Rato, cachorro, macaco, etc.). O que determina é o foco da pesquisa em andamento. Por exemplo: Os sujeitos de pesquisa da Dra. G.M (UNB) são seres humanos em idade escolar, normalmente de 0 a 4 anos, além dos adultos envolvidos nos cuidados com essa criança. Isso porque sua pesquisa é voltada para o desenvolvimento infantil, logo não seria possível observar cachorros, por exemplo, para chegar a conclusões sobre o desenvolvimento das crianças. Também pode-se ver isso no trabalho do Dr. F.I. (UNB) que pesquisa o comportamento do consumidor, logo seus sujeitos são consumidores das mais diversas idades, sexo e classes socioeconômicas. É importante salientar que cada vez mais vem sendo discutida a questão da ética no que se refere à confidencialidade dos dados do sujeito. Enquanto há algum tempo só se fazia necessária a autorização por escrito do sujeito no caso de testes psicológicos, hoje já é comum revistas científicas pedirem cópias destas autorizações no caso de publicação de artigo científico. “Dilemas éticos em psicologia: Psicoterapia e Pesquisa” (2005).

Sujeito da pesquisa à parte devemos agora discutir a função social do trabalho do pesquisador em psicologia. Podemos considerá-lo indispensável

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