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Pratica Pedagogicas

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Por:   •  8/12/2014  •  1.703 Palavras (7 Páginas)  •  366 Visualizações

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dezembro de 1990; em seguida publicado em Educação em Revista, periódico da faculdade de Educação da UFMG (n.12, de dezembro de 1990). Nessa época – fim dos anos 80, inicio dos anos 90 – vivia-se o período inicial de introdução, na área do ensino, de uma nova concepção do processo de alfabetização, aquela que ganhou a denominação, talvez inadequada, de construtivismo.

Alfabetização: Em busca de um método?

Numa perspectiva histórica, a pergunta surpreende: há não mais que poucos anos, essa pergunta não teria sentido. É o que hoje é proposto sob a forma de pergunta foi, durante décadas, uma decidida afirmação: Alfabetização: Em busca de um método.

Durante décadas, andamos, afirmativamente, ansiosamente, em busca, sim, de um método: silábico? Global? Fônico? Ou quem sabe, eclético? Mas buscávamos um método.

Pesquisa sobre produção acadêmica e cientifica a respeito da alfabetização, nas ultimas quatro décadas (Soares. 1989), mostra a predominância do tema método sobre qualquer outra faceta do processo de aquisição da língua escrita, nos anos 50 e 60.

A pesquisa evidencia que a questão do método é objeto de estudos e pesquisas em todas as décadas, mas sua presença só é significativa nos anos 50 e 60: o tema ocupa um terço da produção nos anos 50 e um quarto da produção nos anos 60. Nos anos 70 e, sobretudo, nos anos 80, essa produção decresce acentuadamente: na década de 1970, não mais que 14% da produção acadêmica e cientifica sobre alfabetização voltaram-se para questão do método, e apenas 4% na primeira metade dos anos 80.

A pesquisa já mencionada (Soares, 1989) sobre a produção acadêmica e cientifica a respeito da alfabetização, nas ultimas quatro décadas, mostra a predominância da Psicologia, como referencial teórico dessa produção (quase metade: 40% da produção) – confirma-se, assim, a tradicional tendência a privilegiar, na analise do processo de alfabetização, sua faceta psicológica.

Na perspectiva associacionista, o método é fator essencial do processo de aprendizagem da língua escrita, porque é considerado determinante dessa aprendizagem; comprovação disso é que, ao longo dos anos, a presença significativa da questão do método na produção acadêmica e cientifica sobre alfabetização é contemporânea de uma presença também significativa do associacionismo, como referencial teórico de analise da alfabetização.

A concepção psicogenética, deslocando o eixo de compreensão e interpretação do processo pelo qual a criança aprende a ler e a escrever, trouxe uma severa critica à importância que vinha sendo atribuída ao método de alfabetização.

A concepção psicogenética alterou profundamente a concepção do processo de aquisição da língua escrita, em aspectos fundamentais: a criança, de aprendiz dependente de estímulos externos para produzir respostas que, reforçadas, conduziriam à aquisição da língua escrita – concepção básica dos métodos tradicionais de alfabetização – passa a sujeito ativo capaz de construir o conhecimento da língua escrita, interagindo com esse objeto de conhecimento; os chamados pré-requisitos para a aprendizagem escrita, que caracterizam a criança “pronta” ou “madura” para ser alfabetizada – pressuposto dos métodos tradicionais de alfabetização -, são negados por uma visão interacionista que rejeita uma ordem hierárquica de habilidades, afirmando que a aprendizagem se dá por uma progressiva construção de estruturas cognitivas, na relação da criança com o objeto “língua escrita”

É em decorrência dessas mudanças conceituais que o método passa a ser questionado: na verdade, são concepções diametralmente diferentes, e até conflitantes, do processo de aquisição da língua escrita que estão em jogo.

Portanto:transformar a afirmação da busca de um método de alfabetização-alfabetizacao:em busca de um método – em interrogação-alfabetizacao em busca de um método? – Expressa,como afirmei ,uma radical mudanças de paradigma na concepção do processo de alfabetização.

Como conciliar os princípios de uma perspectivas psicogenética da aprendizagem da leitura e da escrita com essas condições institucionais de ortodoxia da escola? Como permitir a criança interação livre e prolongada com a escrita ,facultando –lhe progressivas e não previsíveis nem programáveis construções e reconstruções de estruturas cognitivas,exploração das hipóteses que vai levantando ,experimentação das estratégias que vai descobrindo ,se há determinadas habilidades cujo domínio deve ser demonstrados ,em nível preestabelecidos e em tempo prefixado?

A necessidades ,associada á dificuldade dessa conciliação ,é que não nos permite a ingenuidade de rejeitar ,sem o sentimento da duvida ,a busca de um método de alfabetização ;por isso é que não exclamamos ,com perplexa surpresas –alfabetização :em busca de um método ! -,Mas perguntamos ,com ansiosa expectativas –alfabetização :em busca de um método?

Essa “ansiosa expectativa” por uma resposta metodológica para o problema de ensinar a criança a ler e a escrever está comprovada nos dados obtidos na pesquisas ,já mencionadas,sobre a produção acadêmica e cientifica a respeito da alfabetização ,no Brasil ,nas ultimas quatro décadas (Soares,1989). A tabela I mostrou a predominância do tema método (dominação atribuída,para fins da pesquisas ,aos paradigmas didáticos tradicionais –cf.nota1) nos anos 50 e 60,e seu progressivo e acentuado decréscimo ,nos anos 70 e 80.Ora,nesses anos 70e ,sobretudo,80,cresce significativamente a produção sobre o tema proposta didáticas (denominação atribuída,para fins da pesquisa,a novos paradigmas didáticos que rejeitam ou buscam superar os modelos metodológicos tradicionais ).

E que resposta dar,então ,a essa pergunta ?corajosamente ,como anunciei no inicio desta exposição ,atrevo-me a responder que sim,que estamos ,sim,em busca de um método de alfabetização:rejeitamos ,não há duvida,os métodos tradicionais de alfabetização,já não podemos aceita-los ,mas a tarefa de conciliar nossa nova compreensão do processo pelo qual a criança aprende ler e a escrever com as condições objetivas de possibilidades da escola nos impõe a busca de diretivas que não só nos salvem do espontaneismo ,a que pode levar uma interpretação equivocada e ingênua da perspectiva psicogenéticas ,mas sobretudo que nos proteja da ambigüidade conceitual,que pode nos levar á ortodoxia da escola .

É preciso ,porem ,começar por esclarecer o que estou entendendo por “método” ,quando afirmo que estamos ,sim,em busca de um método.

Ora ,método,na área do ensino

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