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Psicologia Aplicada Ao Direito

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Por:   •  16/4/2014  •  Resenha  •  985 Palavras (4 Páginas)  •  302 Visualizações

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Não existe, ainda, ao longo de quase todo séc. XIX, especificidade de práticas e técnicas psicológicas. Um campo disciplinado e articulado de conceitos, objetos, métodos e técnicas psicológicas funcionando em regime de regularidade científica forma-se somente na passagem ao século XX, dentro desse domínio maior - que lhe é contemporâneo - das Ciências Humanas. É essa transposição que permite acesso ao estatuto de ciência e faz nascer uma psicologia científica, conforme estudamos nos manuais de História da Psicologia. (Prado, 74:2005)

Em nossa modernidade (a partir do século XVI) teriam irrompido diversas experiências que, em seu emaranhado, conduziram a uma multiplicidade de orientações no campo atual da psicologia. A multiplicidade da psicologia não é o produto de um descuido científico ou de uma imaturidade do saber psicológico, mas o eco dessa profusão de experiências, e do modo como elas se articulam na construção de um solo psicológico. (FERREIRA, 14:2005)

A sensação de que somos pessoas singulares, dotadas de uma personalidade própria, com histórias de vida e sentimentos únicos e intransferíveis é tão evidente que a princípio tendemos a banalizá-la, pensando que “sempre foi assim”. Um modo de suspender essa certeza que a vida cotidiana nos dá é considerar que a experiência humana é condicionada pela história e pelas relações que os homens travam entre si em sociedade. Para entender a experiência psicológica moderna, portanto, é preciso considerar a gênese e o desenvolvimento das atitudes, comportamentos, crenças e visões que vieram desaguar no corpo e na alma do homem de hoje. (GERMANO, 2005)

Precondições socioculturais para o aparecimento da psicologia como ciência no século XX.

I. Declínio do mundo medieval e o lançamento do homem europeu numa condição de desamparo: “Perda desse sentimento de comunhão com uma ordem superior traz grande sensação de liberdade e a possibilidade de uma abertura sem limites para o mundo, mas, por outro, deixa o homem perdido e inseguro: como escolher o que é certo e errado sem um ponto de apoio?” (FIGUEIREDO, 2003)

II. DESSACRALIZAÇÃO DO MUNDO – Deus passaria a ser mais um elemento deste mundo que o homem interroga. Deus não é mais o senhor de todas as causas. “O mundo passou a ser considerado cada vez menos sagrado e mais como objeto de uso – movido por forças mecânicas – a serviço dos homens. Essa transformação é parte essencial da origem da ciência moderna” (FIGUEIREDO, 2003)

III. A experiência de sermos sujeitos capazes de decisões, sentimentos e emoções privados só se desenvolve, se aprofunda e se difunde amplamente numa sociedade com determinadas características.

IV. Nossa noção de subjetividade privada data aproximadamente dos últimos três séculos: da passagem do Renascimento para a Idade Moderna. O sujeito moderno teria se constituído nessa passagem e sua crise viria a se consumar no final do século XIX.

V. Ideologia Liberal Iluminista e Romantismo: duas formas de pensamento que refletem muito as experiências da subjetividade privatizada numa sociedade mercantil em pleno processo de desenvolvimento. As idéias liberais estavam calcadas nos ideais da revolução francesa. O romantismo foi um movimento que se expressou intensamente no campo das artes e da filosofia. Reconhece as diferenças entre os indivíduos e a liberdade é a possibilidade de ser diferente.

VI. Essas ideias liberais nasceram e amadureceram em um mundo revolucionado pela burguesia. Era o capitalismo que precisava movimentar o mundo, um mundo antes paralisado, para se impor enquanto modelo econômico hegemônico. O capitalismo precisava do indivíduo, como ser produtor e consumidor, precisava da natureza dessacralizada para poder explorá-la e precisava de um mundo laico para por em prática suas ideias e produzir outras subjetividades.

VII. Agora, o mundo estava posto em movimento e ao homem estava colocada a possibilidade de ser, pensar, fazer e escolher. Escolher entre várias possibilidades que agora a sociedade

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