Psicologia Aplicada à Saúde
Pesquisas Acadêmicas: Psicologia Aplicada à Saúde. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: isangela • 31/1/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 1.980 Palavras (8 Páginas) • 641 Visualizações
Psicologia Aplicada à Saúde
Prof. José Calixto
RELAÇÕES ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E MULHERES HIV+: UMA ABORDAGEM DE GÊNERO
Alunos (as):
Ariele
Deise Meregalli da Silveira
Isângela barbosa da silva
Jenifer
Jéssica
Thauane
Introdução
As desigualdades de gênero presente na sociedade, reforçam a demora e resistência em reconhecer o quanto a população feminina é vulnerável a doença AIDS. Com a colaboração das ideologias de gênero e médica que visavam ser protegidas as mulheres desta doença, levou-se a uma rápida contaminação silenciosa do vírus HIV entre a população feminina ocidental á partir de 1980.
A ideologia de gênero refere-se as mulheres ocupando um lugar central como mulher, mãe, esposa e reprodutora subordinada socialmente a estas, sendo entrelaçada com a ideologia médica que visa de forma natural e médica o corpo feminino como reprodutor conforme sua explorada inserção neste mundo produtivo, com isso os profissionais de saúde não procuram respeitar os direitos e desejos das mulheres e desta forma inviabilizam as estratégias de prevenção e cura adequada a epidemia de AIDS.
A infectologia vem definindo o tratamento para AIDS procurando em ultimo plano diminuir o número de crianças perinatalmente infectadas, através de protocolos de intervenção medicamentosa em mulheres com HIV+, mas contrariando os princípios das ações de saúde do Sistema Único de Saúde ( SUS ) e o modelo assistencial do Programa Integral de Assistência à Saúde da Mulher ( PAISM ) que busca como meta central a promoção dos direitos reprodutores.
O objetivo relatado e discutido neste artigo foi investigar as relações entre profissionais de saúde do serviço público com suas pacientes HIV+ durante o tratamento para HIV/AIDS, baseado em resultados de uma pesquisa realizada em 2003. Usou-se como referencial o conceito de gênero que observou além da diferença sexual, mas também com a posição social estabelecida entre homens e mulheres no seu meio formando a identidade do indivíduo, focando a reprodução de ideologias e os mecanismos de resistência a elas. Assumiu-se que a posição de gênero das mulheres HIV+ interligadas a sua inserção de classe perpassou o âmbito do tratamento clínico, como os profissionais de saúde com suas ideologias médica e de gênero perpassaram suas relações com as pacientes.
À partir dos relatos das pacientes e dos profissionais entrevistados, buscou-se apanhar qual o momento e de que maneira ocorrem as representações e ideologias de gênero que estruturam e perpassam a relação entre profissional e paciente no decorrer do tratamento da AIDS, focalizando as estratégias utilizadas para resistência e acomodação na manutenção e construção desta relação, com o intuito de contribuir para melhorar a qualidade da assistência a saúde das mulheres HIV+, buscando promover e respeitar conforme o PAISM, o direito ao exercício pleno e consciente da sexualidade e da cidadania.
Metodologia
Usou-se uma metodologia qualitativa, devido inserção no campo da subjetividade e das representações simbólicas, utilizando uma abordagem hermenêutica - dialética. A união destas duas concepções trata das manifestações simbólicas que resultam de um processo social e de conhecimento interligadas entre si, mas cada qual com seu significado específico.
O estudo foi realizado em um ambulatório de tratamento de doenças infecto parasitárias ( DIP ) de um hospital público do Rio de Janeiro. Realizaram 17 entrevistas semi - estruturadas, sete foram com profissionais que atuam no programa no mínimo há um ano, e dez foram com mulheres HIV+ usando medicação anti – retroviral ( ARV ), acompanhados regularmente por uma equipe há mais de um ano. O uso de ARV é significativo em relação ao adoecimento das pacientes e com os profissionais de saúde devido ao desafio de aderir ao tratamento de acordo com a doença que vai tornando-se crônica, e a saturação dos temas foram os critérios usados para o número de entrevistados.
Abordou-se a representação de gênero, AIDS, adoecimento, significado de ser mulher com HIV+ e de que forma estas representações perpassam as relações estabelecidas durante o tratamento. Usou-se código M para mulheres e P para profissionais para identificar e interpretação das falas.
Perfil dos Entrevistados
Perfil das pacientes
• Idade 22 e 55
• A maioria tinha moradia própria
• Baixa escolaridade
• Renda familiar acima três salário mínimo (um salário mínimo equivalia a R$ 240,00)
• E a outra metade abaixo desse patamar
• Três das entrevistadas exerciam alguma atividade
• Três desempregadas
• Duas licenciadas
• Uma aposentada
• E outra se declarou do lar
• Nove entrevistadas tinham filhos, todos soronegativo
• Seis tinham mais de um filho
• Cinco tinham filhos maiores de 18 anos
• Quatro entrevistadas já eram avós
• Três das quais ajudavam a criar os netos
• Metade das entrevistadas vivia sem parceiro há, no mínimo, dois anos
• Todas as demais tinham parceiro estável, variando entre 2 e 18 anos de união
• Apenas uma tinha parceiro (sabidamente) HIV+
Perfil profissionais
• Idade 27 e 61
• Seis em união estável e com filhos
• Tempo na instituição variou de 2 e 31 anos
Identidade
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