Psicologia Do Esporte
Exames: Psicologia Do Esporte. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: MaryMancin • 25/4/2014 • 3.173 Palavras (13 Páginas) • 521 Visualizações
A Psicologia do Esporte:
Histórico e Áreas de Atuação e Pesquisa
Katia Rubio
Professora Assistente da
Escola de Educação Física
e Esporte do Universidade
de São Paulo. Psicóloga,
mestre em Educação Física
e doutoranda pela
Faculdade de Educação
da USP Conselheira efetiva
do Regional 06.
A Psicologia do Esporte vem se somar à Antropologia, Filosofia e Sociologia do
esporte compondo as chamadas Ciências do Esporte.
Implicada em seus primórdios com aspectos mais biológicos, hoje, a Psicologia
do Esporte vem estudando e atuando em situações que envolvem motivação,
personalidade, agressão e violência, liderança, dinâmica de grupo, bem-estar de
atletas caracterizando-se como um espaço onde o enfoque social, educacional e
clínico se complementam.
Que a Psicologia enquanto ciência e profissão
tenha ampliado seus horizontes, dividindo
espaço em territórios exclusivos de outros
profissionais ao longo dessas últimas décadas,
não se constitui uma novidade. Isso pode ser
visto como reflexo de um movimento que
busca facilitar o diálogo entre áreas que se
aproximam, mas que mantêm cada qual a sua
especificidade.
No caso do esporte essa dinâmica se repete,
uma vez que a Psicologia do Esporte vem
compor um espectro denominado Ciências do
Esporte, compostas por disciplinas como
antropologia, filosofia e sociologia do esporte,
no que se refere à área sócio-cultural, incluindo
também a medicina, fisiologia e biomecânica
do esporte, demonstrando uma tendência -
e uma necessidade - à interdisciplinaridade.
Essa tendência, con-tudo, não representa uma
prática inter-disciplinar, ainda, uma vez que
as diversas sub-áreas convivem enquanto
soma, mas não em relação, fazendo com que
as Ciências do Esporte vivam hoje um estágio
deno-minado por Bracht (1995) de "pluridisciplinar".
Temas como motivação, personalidade,
agressão e violência, liderança, dinâmica de
grupo, bem-estar psicológico, pensamentos e
sentimentos de atletas e vários outros aspectos
da prática esportiva e da atividade física têm
requerido estudo e atuação de profissionais
da área, visto que o nível técnico de atletas e
equipes de alto rendimento está cada vez
mais equilibrado, sendo dada ênfase especial
à preparação emocional, tida como o
diferencial.
Apesar da definição que apresentamos de
campo e papéis, nem sempre foi clara a
abrangência da psicologia do esporte. Samulski
(1992), afirma que no final do século XIX já
era possível encontrar estudos e pesquisas
relativas a questões psicofisiológicas no
esporte, porém, conforme De Rose Jr. (1992)
ainda que houvesse estudos no campo do
comportamento humano relacionado à
atividade física e ao esporte esses dois aspectos
foram estudados durante muito tempo sob o
título de psicologia do esporte, sem que
houvesse uma definição exata do que fosse
essa área de estudo e qual seu verdadeiro
objetivo.
Foi na década de 20, de acordo com Machado
(1997), que encontramos as publicações de
Schulte (Corpo e alma no desporto: uma
introdução à psicologia do treinamento) e de
Griffith (Psicologia do treinamento e Psicologia
do atletismo) vindo, este segundo, a fundar o
primeiro laboratório de pesquisa aplicada ao
esporte nos Estados Unidos. Enquanto no
Ocidente muito tempo se passou até que fosse
dada maior destaque ao estudo e pesquisa na
área, na antiga União Soviética métodos e
técnicas eram desenvolvidos para incrementar
o rendimento de atletas e equipes.
Durante os anos 60 a Psicologia do Esporte
vive uma fase de grande produção e a relação
de nomes como Cratty, Oxendine, Solvenko,
Tutko, Olgivie, Singer e Antonelli, que marcaram
a história da área com contribuições
voltadas para a psicologia
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