Psicologia do Cotidiano Relatório de Observação
Por: Eduarda Rodrigues • 21/11/2022 • Abstract • 1.607 Palavras (7 Páginas) • 157 Visualizações
Diário de Campo (Psicologia do Cotidiano)
Nome do aluno: Eduarda Barroso Rodrigues Lunezzo____(RA):F27585-0____ Data: 11/03/2022
Local de Observação: Bulldogs Café, em frete a UNIP Tema: Observação_____________
Horário de início: 19h20 Horário de término: 20h50 Tempo total: 1h30_______________
Observação:
O lugar está relativamente cheio, quase todas as mesas ocupadas por jovens, provavelmente alunos. E todos em grupo. A rua está levemente movimentada por enquanto e o clima indica chuva. Esporadicamente aparecem casais andando pelas calçadas com roupas de ginástica, provavelmente rumo a academia, a grande maioria deles se encontra em silêncio.
Entre conversas indistinguíveis e sons de latinhas abrindo, escuto uma voz feminina puxar um parabéns. A turma toda a segue, olho para minha direita e avisto o possível aniversariante com um sorriso no rosto. Ele bate palmas para si mesmo e assopra descontraído um isqueiro que colocaram a sua frente como se fosse uma vela. Viro meu olhar novamente a tela, com medo de parecer estranho o fato de eu estar os observando. O ambiente é aberto e não conta com a presença de música, mas noto isso somente apenas de perceber que em uma mesa, jovens colocaram um smartphone para tocar música e se divertem com isso, dançando sentados.
Um trio de jovens toma a mesa ao meu lado, duas meninas, uma de marrom e uma de roxo, e um menino. Todos aparentam ser da mesma idade e conversam sobre suas aulas. O menino diz que sua consciência está pesada, assumo então pelo horário, 19h31, que estão matando aula. Eles se levantam e seguem para outra mesa bem distante, e não posso evitar que talvez seja por minha presença, já que aparento estar concentrada na tela. Decido então focar em uma mesa com três meninos, a minha direita.
Eles falam sobre invasão agressiva de espaço pessoal, dando o exemplo de que ninguém teria que se sentir no direito de tirar o celular da mão de uma pessoa. O grupo de duas meninas e um menino retorna a mesa ao meu lado com comidas. Eles estão em silêncio agora, mexendo em seus celulares. O menino começa a falar que chamou uma amiga para vir ao estabelecimento, mas ela o respondeu com o argumento de ser “antissocial”, o menino comenta sobre a amiga ser nova, tem 19 anos. A de roxo pergunta a idade do menino e ele responde ter 23. Mais jovens começam a chegar e a altura da conversa eleva. A de roxo começa a falar sobre si mesma, sobre não falar com ninguém de sua vizinhança, mas descobrir depois que algumas pessoas de sua sala moravam no seu bairro. Ela e o menino começam a falar sobre a cidade e seus melhores lugares. A de roxo fala sobre a experiência de um conhecido, dizendo que ele estava aqui, amando a cidade, mas teve que voltar, e como deve ter difícil mudar depois de já ter se acostumado. O menino comenta que seu pai queria morar em uma cidade menor, porém ele não gostaria, porque não tem bares, nem nada para fazer. A menina de marrom começa a falar sobre os estabelecimentos de sua cidade. A de roxo pergunta ao menino se ele sai muito, o menino começa a falar que durante a pandemia seu ciclo de amigos se separou. Ela pergunta se ele saia com muita gente e ele diz que sim. A de roxo começa a falar que ela nunca foi de sair muito, e que ela começou a namorar com 14 anos um cara muito mais velho, e ela ficou pensando que ele já tinha aproveitado muito da vida e que ela nunca fez isso. E que ele concordou, e que mesmo sem gostar de sair, ela se forçava, para fazer amigos, mas que não deu muito certo, e que hoje em dia com ela na faculdade ele fica pedindo para ela fazer o curso EAD para que eles pudessem “tomar uma cerveja”, e que eles largaram. E que o ex não largava do seu pé. O menino engata dizendo que nunca namorou, a de marrom pergunta indignada com a afirmação, e o menino diz que as histórias traumáticas de seus amigos o traumatizaram, e que ele prefere “ficar de boa”, e que ele na verdade é o psicólogo entre seus amigos. A menina de roxo diz que morar junto com namorados é uma coisa “pesada” por conta da convivência. “Tem coisas que você vai fazer e seu parceiro não vai gostar, e vice versa, que pode gerar uma briga”. Ela começa a contar que ela mora junto agora com o namorado e fica muita parte do tempo com raiva dele. Que no começo do namoro, quando eles se viam pouco e tinham saudade um do outro era mais fácil. Eles juntos começam a discutir sobre como as pessoas tem que estar totalmente decididas quando vão morar juntas. Ela começa a falar que quando eles decidiram morar juntos, ela passava por um momento de fragilidade, sua mãe decidiu que iria se casar com outra pessoa repentinamente, e que ela não poderia levar seus animais de estimação. A de roxo diz que seu namorado a chamou para morar com ele, e seu tio também a chamou para morar em uma casa dele que estava parada. Ela aceitou a proposta do tio, ficou por 6 meses nessa casa e era difícil, então ela voltou para a casa do pai, mas ela tinha conflitos com a madrasta, que deixava ela trancada para fora, e que seu namorado interviu e ela dormia sempre na casa dela, então o sogro dela sugeriu que ela e o filho dele morassem juntos, que ele os ajudaria, mas ela negou. Logo ela mudou de ideia e se mudaram para uma casa nova, que de acordo com ela, seu sogro construiu para sua viúva doente. Ela descreve que não gosta da casa pelo fato de que o namorado e o sogro não gostarem da casa após a morte da mãe, mas que como tudo, com o tempo se acostumou. Ela termina o monólogo com um enfim, e se levanta. O menino e a menina de marrom falam brevemente sobre sua passada vida amorosa, ela fala que está sendo bom morar com seu namorado, e eles ficam em silêncio.
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