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Psicoterapia de Grupos

Por:   •  10/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  6.048 Palavras (25 Páginas)  •  526 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

A psicoterapia de grupos é compreendida como uma modalidade de trabalho que vem sendo difundida ao longo dos anos. Modalidade esta que assim como outras áreas da Psicologia é composta por um leque de abordagens e metodologias, as quais podem ser aplicadas nos mais diversos campos de atuação e faixas etárias. Sabe-se que um grupo é compreendido como sendo um conjunto de pessoas que estejam de certa forma ligada a um objetivo em comum, e na psicoterapia de grupo este conceito não é diferente. Sabe-se ainda, que existam grupos homogêneos, heterogêneos, abertos, fechados, entre outras características que são especificas de acordo com cada grupo, entre outras regras e contratos terapêuticos que são estabelecidos entre os próprios membros.

O presente estudo teve como objetivo principal compreender o panorama histórico do surgimento e evolução da psicoterapia de grupo, delineando suas raízes, principais modelos e pressupostos teóricos. Para isso foi explanada a Evolução histórica da Psicoterapia de Grupo; a definição e natureza do grupo terapêutico, conceito de terapia de grupo; as diferentes correntes teóricas e as como se dão as psicoterapias de grupo com crianças, adolescentes e idosos.

Sendo assim, acredita-se que essa pesquisa seja de grande importância, uma vez que através desta, possa se ressaltar a importância da psicoterapia de grupo em suas diversas formas de atuação, independente da metodologia e corrente teórica utilizada. Ressalta-se ainda que, uma vez que essa área de atuação se constitua em uma área que não seja de atual domínio de pesquisador, sentiu-se a necessidade de efetuar um levantamento bibliográfico, que desse embasamento teórico para as informações explanadas a seguir. Consideram-se, ainda, as contribuições desta pesquisa para psicólogos e estudiosos do assunto, no sentido de promover esclarecimentos e melhorias nas ações desenvolvidas cotidianamente.


  1. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

2.1 A Evolução Histórica da Psicoterapia de Grupo.

É sabido que o ser humano sempre esteve inserido em grupo desde o seu nascimento, através da família e conforme vai se desenvolvendo tende a formar e ser inserido em outros grupos como, por exemplo, a escola e a vizinhança. É através destas diferentes interações que o ser humano vai se formando, se estabelecendo e encontrando sua forma de colocar-se no mundo e de estabelecer contato com o outro. Isso posto, se o homem adoece, isso se dá através do grupo, e com isso acredita-se no uso da modalidade de terapia de grupo a busca pela cura, ou seja, se o que causou o mal estar neste homem foi justamente a relação com o outro, é cabível que se busque novas formas mais saudáveis de fazer contato para que assim se possa restabelecer o estado de bem estar desejado (FARAH, 2009).

 Qualquer forma eficiente de sociedade depende de um determinado grupo ou de uma organização deste, para atingir o bem estar psíquico, espiritual e material de seus membros. É através da organização de grupos que se torna possível o desenvolvimento de habilidades interpessoais, a participação em processos coletivos e o enfrentamento de problemas no cotidiano. Para tanto, tem-se a psicoterapia de grupo com a finalidade de explorar as implicações do comportamento de cada individuo no grupo (BECHELLI; SANTOS 2005).

De acordo com Bechelli e Santos (2004) existem divergências de opiniões sobre quem teriam sidos os pioneiros da psicoterapia de grupo. Nos Estados Unidos atribuiu a Joseph H. Pratt a criação desta modalidade. Pratt em 1905 iniciou um tratamento com pacientes que tinham tuberculose e não tinham condições de pagar uma internação.  Então, ele reunia grupos de 15 a 20 membros que além dos cuidados clínicos, tinham o proposito de orientar aos pacientes sobre a melhor maneira de cuidar de si e da doença. Seu método foi compreendido como sendo baseado em estratégias de persuasão e reeducação emocional, técnicas estas que posteriormente foram compreendidas como sendo comportamentais, pois ele se utilizava de diário para anotações detalhadas do dia-a-dia e de tarefas a serem executadas em casa. Suas técnicas ao decorrer dos anos foram adotadas em diversas localidades dos Estados Unidos da América, não se limitando mais há pacientes em tratamento de tuberculose, como também a doentes mentais.

Os mesmos autores discorrem sobre as ideias de Moreno, o qual utilizou suas ideais a partir da psicoterapia de grupo e do psicodrama. Entre 1910 e 1914, desenvolveu grupos formados por crianças nos parques da cidade de Viena. Utilizava-se de improvisos e representações nas ruas da cidade, buscando desenvolver grupos de autoajuda e discussão. Tais experiências foram suficientes para perceberem a importância da espontaneidade como técnica fundamental do processo criativo e fortalecedor da vida. Paralelamente as ideias de Moreno, Adler e colaboradores fundaram, em 1921, o Centro de Aconselhamento para Pais e Filhos, onde também atuavam com grupos que tratavam o paciente e sua família.

Na década de 30, a Psicanálise era muito intensa e influente, contudo seu emprego em pacientes internados encontrava diversas limitações e dificuldades. Neste contexto, citam Wender, o qual passou a empregar a terapia de grupo como um dos recursos de tratamento aplicados a determinados pacientes com doenças mentais discretas, grupos estes que eram compostos de 6 a 8 membros, sendo eles do mesmo sexo e a presença de cada um deles deveria ser voluntária. Wender buscou formas de assistência, fez uso de recursos psicanalíticos, de modo que se adaptassem às condições de locais de trabalho, e aplicabilidade simultânea a maior número de pacientes e com menor duração de acompanhamento (BECHELLI; SANTOS, 2004).

Segundo Bechelli e Santos (2004) por ocasião da Segunda Guerra Mundial ocorreram significativas mudanças sócias, no que se refere à procura de um profissional em decorrência de problemas emocionais. A busca por um profissional de saúde mental era considerada um fracasso pessoal ou algo extremamente vergonhoso para a família. Entretanto, os traumas desencadeados pela guerra, mudaram esse conceito, passando a haver maior demanda de assistência psicológica em um universo com escasso número de psicoterapeutas. Consequentemente houve um impulso à psicoterapia de grupo, que passou a ser considerada um importante recurso terapêutico. A partir disso foram desenvolvidos e publicados centenas de trabalhos referentes a essa temática, os quais relatavam os resultados dentro deste contexto histórico de crise. Posteriormente essa modalidade de psicoterapia teve sua expansão teórica nos anos de 1950 e 1960, com sua consolidação nos anos de 1970, e seu amadurecimento se deu nos anos de 1980 e 1990.

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