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Psychodiagnostics V - fichamento

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Por:   •  2/2/2015  •  Tese  •  2.601 Palavras (11 Páginas)  •  403 Visualizações

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Psicodiagnóstico V - fichamento

CUNHA, Jurema Alcides.Psicodiagnóstico-V.5 ed. Porto Alegre: Artmed,2000.

Psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica feita com propósitos clínicos,visando identificar forças e fraquezas no funcionamento psicológico, com umfoco na existência ou não de psicopatologia. O fim do século XIX e começo doséc. XX foi marcado pelos trabalhos de Galton, que introduziu o estudo dasdiferenças individuais, Cattell, a quem se devem as primeiras provasdesignadas como testes mentais, e Binet, que propôs a utilização do examepsicológico, por meio de medidas intelectuais, como coadjuvante da avaliaçãopsicológicas. A esses três autores é atribuída a paternidade dopsicodiagnóstico.Embora a psicometria (difundida pelas escalas de Binet) tenha sidofundamental para a garantia de cientificidade dos instrumentos do psicólogo,é importante estabelecer a diferença entre o psicometrista e o psicólogoclínico: o primeiro tende a valorizar os aspectos técnicos da testagem, visandoobter dados, enquanto no psicodiagnóstico há a utilização de testes e outrasestratégias, para avaliar o sujeito de forma sistemática e cientifica, visando aresolução de problemas.Kraepelin, no século XIX, se notabilizou por seu sistema de classificação dostranstornos mentais, especialmente seus estudos diferenciais entreesquizofrenia e psicose maníaco-depressiva. Assim também Freud, quecontribuiu decisivamente para caracterizar a diferença entre estadosneuróticos e psicóticos, dentre os transtornos classificados como funcionais(não-orgânicos). Logo em seguida, o teste de associação de palavras, de Jung,completou o lastro para o lançamento posterior das técnicas projetivas. Opsicodiagnóstico surgiu, assim, como conseqüência do advento da psicanálise,que ofereceu novo enfoque para o entendimento e classificação dostranstornos mentais.Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utilizatécnicas e testes psicológicos, em nível individual ou não, seja para entenderproblemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectosespecíficos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível. O plano deavaliação é estabelecido com base nas perguntas ou hipóteses iniciais,definindo-se não só os instrumentos necessários, mas como e quando utilizá-los. Selecionada e administrada uma bateria de testes, obtêm-se dados quedevem ser interrelacionados com as informações da história clínica, pessoal eoutras, a partir do elenco das hipóteses iniciais, para permitir uma seleção euma integração, norteada pelos objetivos do psicodiagnóstico.

a)Classificação simples – comparação entre sujeitos (ex. nível intelectual).

b)Descrição – além da classificação, interpreta diferenças de escores,identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho dosujeito.

c)Classificação nosológica – há testagem das hipóteses iniciais, tomando-se como referência critérios diagnósticos (uso preferencial de ummodelo categórico para análise psicopatológica).

d)Diagnóstico diferencial– são investigadas irregularidades ouinconsistência do quadro sintomático, para diferenciar alternativasdiagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia.

e)Avaliação compreensiva – é determinado o nível de funcionamento da personalidade, funções do ego

e de insight e sistema de defesas, para aindicação de recursos terapêuticos e possível resposta aos mesmos.

f)Entendimento dinâmico – há uma integração dos dados anteriores combase teórica, permitindo a explicação de aspectos comportamentaisnem sempre acessíveis na entrevista, assim como a antecipação defontes de dificuldades na terapia e a definição de focos terapêuticos(entendimento da problemática do sujeito numa dimensão maisprofunda, na perspectiva histórica do desenvolvimento).

g)Prevenção – identifica problemas precocemente, avalia riscos, faz umaestimativa de forças e fraquezas do ego e sua capacidade paraenfrentar situações difíceis.

h)Prognóstico – determina o curso provável do caso.

i)Perícia forense – fornece subsídios para questões relacionadas com“insanidade”, competência para o exercício das funções de cidadão,avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar cominfrações da lei etc.Resumidamente, os passos do diagnóstico com base em um modelopsicológico de natureza clínica são: a) levantamento de perguntasrelacionadas com os motivos da consulta e definição das hipóteses iniciais edos objetivos do exame; b) planejamento, seleção e utilização de instrumentosde exame psicológico; c) levantamento quantitativo e qualitativo dos dados;d) integração de dados e informações e formulação de inferência pelaintegração dos dados, tendo como pontos de referência as hipóteses iniciais eos objetivos do exame; e) comunicação de resultados e orientação sobre ocaso.

O problema

Um problema é identificado quando são reconhecidas alterações ou mudançasnos padrões de comportamento comum, que podem ser percebidas comosendo de natureza quantitativa ou qualitativa. Pode-se falar em alteraçõesautolimitadas, verificadas pela presença de um exagero ou diminuição de umpadrão de comportamento usual, observadas na atividade (motora, fala,pensamento), no humor (depressão, euforia), em outros afetos (embotamento,excitação) etc. Se a intensidade dos sintomas for desproporcional às causase/ou persistir além da vigência normal dos efeitos das mesmas (no lutopatológico, p. ex.), já há significação clínica.Quando as mudanças percebidas são de natureza qualitativa, chamam aatenção por seu cunho estranho, bizarro, idiossincrásico, inadequado ouesquisito e geralmente são associadas com dificuldades mais sérias. Noentanto, um comportamento ou experiência subjetiva definidos comosintomáticos em um contexto podem ser aceitáveis em outro, devendo-seobservar que um sintoma único não tem valor diagnóstico em si, sendonecessário que o paciente apresente um certo número de característicassintomatológicas, durante um certo período de tempo, para se chegar a umadecisão diagnóstica.

Na avaliação da existência de psicopatologia, têm sido destacado o uso de dois modelos:

• o modelo categórico, de enfoque qualitativo, exemplificadopelo julgamento clínico sobre a presença ou não de uma configuração desintomas significativos (mais utilizado pelos psiquiatras);

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