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REFLEXÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA CORPORAL NA PROSTITUIÇÃO: Pelo fim da discriminação

Por:   •  25/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.025 Palavras (17 Páginas)  •  174 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC

 DÉBORA ROSA

FERNANDA CARINA PREUSS

SARA DE LAZZARI

REFLEXÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA CORPORAL NA PROSTITUIÇÃO: Pelo fim da discriminação

SÃO MIGUEL DO OESTE

2018

Débora Rosa

Fernanda Carina Preuss

Sara de Lazzari

REFLEXÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA CORPORAL NA PROSTITUIÇÃO: Pelo fim da discriminação

Trabalho apresentado à disciplina de Psicomotricidade e Corporeidade sob orientação do professor Ricardo Niquetti. Com o objetivo de refletir sobre a experiência corporal das prostitutas, e a discriminação da mesma. Além de executar um plano de ação sobre o tema.

SÃO MIGUEL DO OESTE

2018

Palavras-chave: Prostituta. Corpo. Trabalho.

1.0 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do tema

O presente artigo se propõe a tratar sobre como a prostituta lida com o seu próprio corpo, diferenciando a prostituição pela sobrevivência e a prostituição de luxo, e também intervir pelo fim da discriminação com a profissão, além da criação de um projeto a ser feito com as próprias mulheres que estão nesse meio. O assunto em questão divide opiniões, que vão desde achar que a prostituição é um trabalho fácil e até agressões a muitas mulheres por estarem nesse mundo. De início o foco será em como as mulheres experienciam e lidam com o seu próprio corpo, posteriormente serão apresentados métodos de intervenção perante as constatações feitas na pesquisa bibliográfica. A literatura específica apresenta uma diversidade na maneira de nomear as mulheres que realizam prostituição, salienta-se, portanto, que ao longo do trabalho serão usados também, os termos “garota de programa” e “profissional do sexo”, que equivalem ao mesmo que “prostituta”. Cabe ressaltar que a prostituição existe em ambos os sexos, mas este artigo refere-se apenas a prostituição feminina.

1.2 Justificativa

Costuma-se dizer que a prostituição é a profissão mais antiga do mundo, conforme Carneiro (2014) na Grécia antiga, ela era um meio de obtenção de rendimento igual a qualquer outro, e uma prática controlada pelo estado. As prostitutas pagavam seus impostos e deviam se vestir de forma a serem identificadas como tal. A prostituição era uma profissão tão rentável que algumas mães incentivavam as filhas a seguir essa carreira. Na cultura judaica, por sua vez, a prostituição era severamente punida, a lei mosaica previa sanções severas aos praticantes, inclusive com pena de morte. A moral cristã sempre condenou tal prática, que também era tida como a responsável pela disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis.

Nos dias atuais a prostituição é moralmente reprovada em quase todas as sociedades, sendo ela, uma atividade que consiste em oferecer satisfação sexual em troca de remuneração. A definição de prostituição baseia-se em valores culturais que diferem em várias sociedades e circunstâncias, mas geralmente se refere ao comércio sexual de mulheres para satisfação de clientes masculinos. A prostituição, em sentido lato, tem sido compreendida como um estado de promiscuidade sexual, em que os fins de concupiscência sobrepujam os da procriação. Neste sentido, alguns autores afirmam sua existência mesmo entre antropóides e outros animais. No entanto, em sentido estrito, a prostituição refere-se à prática do ato sexual com fins de lucro. (TIRADENTES, 1978.).

O exercício da prostituição tem diferentes regulações de acordo com o país, em alguns casos, a prostituição é considerada como um crime, sendo castigado tanto a oferta como o consumo. Já em outros a prostituição apenas é vista com um olhar de repugnância. Segundo Pasini (2000), no Brasil, é adotado o sistema legal, no qual vender ou comprar sexo não é crime, mas explorar a atividade, através de casas de prostituição ou de um agenciador, é considerado crime. Existem diversas circunstâncias da prostituição, por exemplo, com a intenção de sobrevivência, onde objetivo é sobreviver, ou de luxo, onde o objetivo é o alto poder aquisitivo. Também a há casos onde mulheres são sequestradas e são obrigadas a prostituir-se, levando a casos de uma demasiada violência.  

Dadas todas essas informações, percebe-se que mesmo sendo uma das profissões mais antigas do mundo, e precisando ser urgentemente discutida, a prostituição é colocada em baixo do pano na maioria das vezes. Existem inúmeras problematizações que envolvem o tema, e atualmente, a maioria esmagadora da população ignora e normaliza todos os aspectos envolvendo as garotas de programa. As falas “prostituição é um dinheiro fácil”, “estão nisso por opção, não querem trabalhar de verdade”, “prostitutas não conseguem e não podem ter um relacionamento fora da prostituição”, são muito comuns entre as pessoas. E não apenas pessoas, mas pessoas que trabalham, ou pelo menos, deveriam trabalhar com esse público. Portanto, é extremamente necessário que haja um esclarecimento de como as profissionais do sexo se sentem com seu próprio corpo, dos limites que elas impõem ao corpo, tanto na prostituição de luxo, quanto a prostituição por sobrevivência, para que as pessoas tenham noção do quanto essa profissão é difícil, sendo ela por opção ou por obrigação. Juntamente com essa noção, faz-se necessário que desenvolvam atitudes que prezem ao respeito e a não discriminação do corpo das prostitutas.

1.3 Objetivo

O objetivo geral deste artigo é mostrar como as prostitutas experienciam e lidam com o seu próprio corpo. Já os objetivos específicos, advindos do objetivo geral, são desconstruir o paradigma que faz do trabalho da prostituta um trabalho fácil, caminhar para o fim da discriminação da profissão, que é um caminho longo a se percorrer, além da criação de um programa que atenda as demandas nessa profissão. Importante destacar que em nenhum momento o objetivo não é colocar a prostituição como algo certo ou errado. Independente da opinião subjetiva de cada um, o respeito pela mulher que há por trás dessa profissão precisa fazer-se presente. Por isso, busca-se o fim da discriminação, do preconceito e da violência contra as garotas de programa. Espera-se que após a compreensão do objetivo geral, os objetivos específicos se tornem uma consequência. Ou seja, após o entendimento do corpo da prostituta, almeja-se que as pessoas fiquem cientes de que é um trabalho difícil e que prostitutas precisam de auxílio.

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