RESENHA CRÍTICA DO FILME LARANJA MECÂNICA
Por: magoncalves_89 • 14/9/2018 • Resenha • 1.124 Palavras (5 Páginas) • 697 Visualizações
RESENHA CRÍTICA DO FILME: “LARANJA MECÂNICA”
Laranja Mecânica (A Clockwork Orange). Direção de Stanley Kubrick. Reino Unido, 1971. 136 minutos, color., son. Mono.
O filme se passa num tempo futuro, 2050, na Inglaterra. Na cultura em que é inserido, o filme apresenta algumas sátiras e banalizações da sexualidade e de comportamentos que são representados, além da sociedade, principalmente por Alex, Malcom McDowell, que é personagem e narrador, e seus amigos.
Alex e seus amigos, drugues, saem à noite e utilizam-se da violência para conseguir as coisas que desejam principalmente a diversão, que se resume em assaltos, batem em mendigos, estupram, invadem casas. Para isso, bebem um leite misturado com drogas que ajuda a liberar hormônios influenciadores da violência.
Alex é um jovem rebelde, que tem poder de persuasão, inteligente e apresenta uma admiração por Beethoven. Apresenta um desprezo por homens e pela sociedade que pode ser percebido diante dos seus atos de deboche e violência com os mesmos.
Em uma das suas ações delinqüentes, ele acaba sendo traído pelos até então amigos e preso pelo assassinato de uma mulher, sendo condenado por 14 (quatorze) anos, num sistema que era altamente punitivo, utilizando o método “olho por olho, dente por dente”.
Durante um tempo que esteve preso, aproximadamente 2 (dois) anos, ele se interessa por um tratamento que ouvira chamado Tratamento Ludovico, que diminuiria sua pena e o faria não mais voltar para a prisão. Essa técnica consiste no condicionamento do indivíduo contra os crimes que cometeu, ou seja, contra o sexo e a violência.
Durante o tratamento que lhe foi proposto ele é obrigado a assistir filmes referente aos seus atos violentos realizados antes da prisão, na qual recebia medicamentos de que lhe causavam enjôos e mal-estar, realizando assim um condicionamento na qual o Alex, toda vez que se deparava com atos violentos de sexo e violência, associava os mesmos com enjôos e mal-estar, reprogramando assim seu cérebro. Porém uma das cenas que assistira, o campo de concentração nazista, foi apresentada com a musica de Beethoven, a 9ª (nona) sinfonia, causando involuntariamente um condicionamento também em relação a essa melodia, sendo que toda vez que ouvia essa musica, também sentia-se mal e com pensamentos de morrer. O tratamento foi realizado com sucesso.
O argumento utilizado em defesa dessa técnica é em virtude da diminuição da criminalidade, na qual o paciente é empurrado a fazer coisas boas por ter paradoxalmente uma propensão para o mal, a intenção de agir com violência vem acompanhada de fortes sensações de desconforto físico, para conter isso o paciente tem que partir para uma atitude diretamente oposta. Porém podemos afirmar também, que uma vez realizado esse condicionamento, o individuo passa a não ter mais o livre arbítrio, passando a agir diante de uma reação física, não havendo escolha e muito menos sinceridade em seus comportamentos.
Comportamentos descritos acima podem ser analisados segundo alguns exemplos, como o fato quando volta para casa, após o tratamento, e se depara com uma situação estressante, na qual não consegue esboçar nenhuma reação de violência devido aos enjôos que o acometem. Também podemos exemplificar o fato quando um idoso lhe pede dinheiro e ele o ajuda, porém este senhor, o reconhece em uma de suas ações violentas com seus antigos amigos a onde espancaram o idoso no inicio do filme, ao reconhecê-lo o idoso pede ajuda a um grupo de idosos que se apresentavam no local e estes o batem, e Alex não consegue ter nenhuma reação contra os idosos com medo de sentir enjôos. Outra situação bastante interessante se passa após ele ser torturado, ser ter qualquer reação contra por seus antigos amigos, que agora são policiais, quando ele chega a uma casa pedindo ajuda, nesta casa ocorreu inicialmente um assalto e um estupro comandado por ele, porém o senhor não o nega ajuda visto que tinha intenções políticas com o caso de Alex, após receber banho, alimento e bebida alcoólica, acaba por desmaiar e acorda ao som da 9ª (nona) sinfonia de Beethoven, melodia esta que foi condicionado indiretamente durante o tratamento, sendo que toda vez que a ouvia, sentia uma sensação estranha com pensamentos voltados a sua morte, e neste episódio acaba por se jogar da janela do quarto em que estava fraturando alguns membros do corpo.
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