RESENHA CRÍTICA DO FILME PARASITA

O filme Parasita mostra a desigualdade de várias famílias, mas principalmente da família Kim, coreanos, pobres que moram em um porão e que estão em busca de melhorar a vida. Já no outro lado temos a família Park, uma família elitizada que mora em uma mansão.

A família Kim que mora no porão escuro e com pouco sinal de telefone, com bichos e pouca comida, pode-se fazer uma comparação dessa família que dobra embalagens de pizza com os trabalhadores de navios, que viviam em porões escuros com bichos e recebendo mão de obra barata.

Para o filho do Sr. Kim, Ki-Woo que acha que tudo na vida se resolve com um belo plano, assim como na maioria de outras famílias, tem o plano comum de crescer, estudar, entrar numa faculdade, casar e ter filhos. E se caso esse plano não funcionar será porquê a vida realmente não deu certo. Kim, o pai, fala nos momentos finais do filme: “É por isso que as pessoas não devem fazer planos, pois sem planos, nada pode dar errado.” A vida tem erros e acertos, mas quando não se cria um plano, as pessoas não criam expectativas sobre aquilo que não planejou.

Ki-Woo faz um trabalho de tutor melhor do que o amigo rico e coloca a família inteira para trabalhar dentro da casa, tudo planejado por ele mesmo. A família dele é muito inteligente podendo se passar fácil por uma família rica, mas o filme mostra que nada disso importa, porque eles não vão crescer e no final de tudo a única diferença é o dinheiro. Na realidade da maioria das pessoas, isso não muda muito, quem é pobre é pobre e quem é rico é rico. É errado falar que todos possuem as mesmas oportunidades sendo que não é bem assim, há várias questões envolvidas.

Pode-se notar que a filha do Sr.Park, mesmo com todas as regalias, mostra que poder e dinheiro não é tudo, pois mostrava traços de tristeza e dependência de afeto. Uma parte do filme que o Ki-Woo está na janela observando a festa e que pergunta para a filha do Sr.Park, se ela acha que ele se encaixa no meio daquelas pessoas ricas e ela o olha e diz que sim, pois ela não vê diferença entre eles, mesmo ela sendo rica e ele pobre. Já a filha do Sr.Kim, Ki-Jung era esnobe. Quando a mãe se disfarça de governanta no trabalho e entra no quarto sem bater na porta, a filha é grosseira e pede para ela não interromper as aulas e jamais entrar sem bater.

Na hora do bolo onde acontece a maior parte da confusão, a única que ajuda a família Kim é a filha do Park mesmo não sabendo que eles são família, ela ajuda um pobre.

Podemos pensar que mesmo no meio da burguesia, existem pessoas boas e que pensam no próximo e não só em si mesmo. Os outros ricos correm para se protegerem. Outro ponto marcante do filme foi quando o Sr.Park pegou a chave embaixo do corpo do marido da ex-governanta e ele sente o tal cheiro que ele disse que o Sr.Kim também tinha, o cheiro de pobre. O Sr.Kim olha para o gesto dele e parte para cima dando-lhe uma facada e matando-o. Qual o porquê disso? Porque simplesmente eles não pararam para ajudar a família pobre, pois só pensaram neles e também ficou evidente sobre o preconceito que eles e que muitos tem sobre achar que pobres e ricos tem cheiros diferentes. Nesse quesito com certeza a família Kim não acha mais que eles são ingênuos e sim, que são preconceituosos.

Pode-se reparar que no filme mostra alguns detalhes, como a iluminação das casas, a da família Park é mais clara e iluminada, a da família Kim é escura e com iluminação falhada. A família Park sempre está na parte mais alta e a família Kim na parte mais baixa. E o que isso quer dizer? O rico sempre estará no topo e o pobre sempre estará embaixo. No cotidiano pode-se ver essas diferenças, que muitos ignoram.

No filme “Parasita” ficou evidente que a família Kim não tinha benevolência, pois fizeram pessoas trabalhadoras serem demitidas e coisas ruins para simplesmente se darem bem na vida. Eles queriam subir na vida, melhorar a vida deles sem perceber o mal que causavam a terceiros.