RESENHA DO FILME NELL

O filme Nell conta a história de uma mulher de aproximadamente 30 anos, que viveu afastada do convívio humano. Exceto por uma mãe eremita e uma irmã gêmea que supostamente morreu ainda criança, Nell não conheceu outras pessoas até sua idade adulta. Desenvolveu uma linguagem difícil de entender, deixando a impressão inicial de que falava uma espécie de própria língua. Com isso despertando interesse de uma equipe médica de estudar o caso. Nell apresentava ainda movimentos repetitivos e, frente ao espelho brincava com sua imagem, chamando-a de "Mii", o que fazia a equipe suspeitar de alterações na sua consciência.

A aproximação e o convívio com Nell puderam mostrar que ela era capaz de comunicar-se, de perceber o outro, fora dela e de criar vínculos afetivos. Apresentava pensamento abstrato ao falar, por exemplo, da morte além da habilidade ao apontar, perante um juiz e toda sua platéia que, embora os homens da cidade tivessem coisas bastante sofisticadas e interessantes, eles não olhavam nos olhos uns dos outros o que, para ela pareceu bastante importante.

"NELL"

O filme "Nell" mostra uma eremita que havia sido violentada na juventude, resultando deste, duas filhas gêmeas e, logo ao início, morre, sem que ninguém nunca houvesse sequer sabido da existência de outra pessoa a viver com ela. O médico que foi para lá acompanhado de um policial, atesta a morte da eremita em sua própria casa, ficando espantado com a forma em que vivia; como seria possível alguém viver tão isolada, sem água corrente em casa, sem telefone, luz elétrica ou qualquer dos confortos do mundo de hoje. Sem contar da grande dificuldade que tinha para falar ou ter qualquer gesto, pois tinha metade do seu rosto paralisado por causa de um derrame.

Nell (Jodie Foster) é encontrada após a morte da mãe constata tinha uma idade aproximada de uns trinta anos e que ela se expressa com uma linguagem própria, supondo que até aquele momento ela não havia tido contado com outras pessoas. Nell era irmã gêmea... Onde perdeu sua irmã de forma misteriosa. Intrigado com a descoberta e ao mesmo tempo encantado com a inocência, pureza e beleza da moça, ele tenta ajudá-la a se integrar no meio social. Sabendo da difícil jornada que seria, teria que mudar radicalmente a sua forma de viver por tempo indeterminado, tendo também ajuda de uma doutora. Tudo teria se mantido, se ela (Nell) não tivesse sido descoberta. O problema é que Lovell é apenas um médico do interior, que não possuía conhecimento e preparo para lidar com um problema de socialização tão complicado quanto o de Nell. Partindo daí ele se sentiu na obrigação de protegê-la de qualquer perigo, e para isso precisava aprender a se comunicar com ela, entender pelo menos o que falava e os gestos que fazia; vendo que só isso não resolveria teve que procurar também o apoio de especialistas. A forma que os especialistas encaram a situação de Nell é muito difícil, tratando-a de forma insignificante e desrespeitosa e encarando-a como uma "criança selvagem" assusta Lovell. Surgindo então várias perguntas: O que fazer? Que caminhos seguir? O que a justiça deve decidir quanto ao futuro de Nell? O resultado final seria no julgamento onde iria decidir o futuro da linda moça: viver em sociedade, "aprendendo as coisas grandiosas que lhe foram negadas pela mãe" ou optar por seguir reclusa, como o foi desde o nascimento. O discurso dela no julgamento foi surpreendente, quando todos já julgavam o caso perdido, ela deu uma lição de humanidade e sabedoria,