RESENHA DO FILME: NO LIMITE DO SILÊNCIO
Por: ane_von_ansbach • 15/6/2019 • Resenha • 719 Palavras (3 Páginas) • 595 Visualizações
NO LIMITE DO SILÊNCIO
O filme americano “No limite do silêncio” é um drama, com direção de Tom McLoughlin, lançado no ano de 2001, possui dois núcleos centrais. O primeiro gira em torno da família do terapeuta Michael Hunter e de sua vida pessoal, focando na morte de seu único filho do sexo masculino, chamado Kyle, que cometeu suicídio aos 16 anos, inalando gás carbônico do escapamento de um carro, dentro da garagem de sua residência, em uma noite chuvosa, em que nem os pais ou a irmã estavam presentes. Ao final do filme, o terapeuta esclarece que a causa do suicídio foi a vergonha que o filho Kyle sentia por ter sido vítima de abuso sexual, cometido pelo terapeuta do filho, amigo pessoal de Michael. É possível observar o quão culpado o terapeuta sente-se pelo suicídio do filho, porém não é possível saber a causa do mesmo. O segundo núcleo aborda a vida do adolescente Tommy, prestes a completar 18 anos, que encontra-se institucionalizado, pois a mãe foi assassinada pelo próprio marido, pai de Tommy, que está encarcerado, cumprindo pena pelo homicídio.
A trama inicia-se com a rotina diária da família do terapeuta Michael Hunter, composta por ele, a esposa, a filha e o filho. Em seguida, o suicídio de Kyle, que além da dor causada à família, causa também o divórcio de Michael e sua esposa e o afastamento do terapeuta de suas atividades clínicas com pacientes, passando somente a palestrar e a escrever livros. A parir daí, uma antiga aluna do terapeuta pede a ele que faça o atendimento de Tommy, e ele, mesmo relutante, acaba por aceitar. O menor Tommy, apesar de estar perto de completar dezoito anos e deixar a instituição onde vive, não aparenta estar pronto para enfrentar o mundo adulto fora da instituição.
Durante os atendimentos, o terapeuta percebe que o paciente Tommy é um menino peculiar e acaba afeiçoando-se a ele, da mesma forma que Tommy também parece afeiçoar-se ao terapeuta, ou seja, tanto o rapport como a transferência e a contra-transferência são estabelecidos. Pode-se dizer que a contra-transferência ocorre devido a perda do filho pelo terapeuta, que projeta seus sentimentos para com o filho para o paciente, assim como o paciente enxerga o terapeuta como um pai carinhoso que ele não teve.
A filha do terapeuta acaba por encontrar o paciente do pai em uma festa, e ambos desenvolvem um sentimento de carinho pelo outro. O terapeuta mostra-se aborrecido com a amizade da filha com o paciente, pois desconfia ser Tommy o verdadeiro assassino da mãe, e que seu pai apenas assumiu a culpa do homicídio para proteger Tommy. Durante a festa, Tommy reage de maneira extremamente violenta quando uma menina desconhecida o toca na região genital. É um dos indícios que o filme dá ao expectador de que Tommy poderia ser o verdadeiro culpado pelo homicídio da própria mãe. Percebe-se claramente que o gatilho para o surto de violência está relacionado com o contato físico de cunho sexual. Ao final do filme, descobre-se que a mãe de Tommy mantinha relações sexuais com o filho, quando o mesmo tinha apenas dez anos de idade e, que em uma ocasião, o pai encontra a esposa nua na cozinha da residência e imagina que ela estava cometendo adultério. Ao procurar um suposto amante, o pai de Tommy o encontra, vestindo apenas roupa íntima, dentro de um armário. Em um acesso de raiva, o pai de Tommy assassina a esposa. Dessa maneira, é explicado o motivo de Tommy ter aversão ao contato físico e reagir de maneira explosiva e violenta ao ser tocado, especialmente na região genital, devido aos anos de abusos sexuais sofridos durante sua infância, abusado pela própria mãe.
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