Resenha Filme Crash - No limite

CRASH – No limite

Ficha Técnica 
Título Original: Crash 
Gênero: Drama 
Tempo de Duração: 113 minutos 
Direção: Paul Haggis 
Roteiro: Paul Haggis e Robert Moresco, baseado em estória de Paul Haggis Ano de Lançamento (EUA): 2004 

Resenha Crítica:

        Este filme de 2004 aborda alguns temas que permanecem atuais, que o assiste hoje tem a ideia que a falta de diálogo, preconceito, intolerância, desrespeito aos seres humanos causou e causa reações que não temos como mensurar.

        As situações vividas pelos atores, como a cena na qual o casal negro se depara com a escolha de ser humilhado ou sobreviver, foi muito impactante, pois ao analisar e refletir sobre, nos damos conta que estas situações é ainda presente no cotidiano de pessoas da raça negra. O que nos leva a pensar que com todos esses anos passados após a estreia deste filme, ainda é muito corriqueira este tipo de atrocidade.

        O preconceito racial fique bem evidenciado ao longo desta trama, muitas vezes causando um desconforto aos que assistem, pois a abordagem destas questões ainda gera indignação.

Crash é um filme forte, realista e reflexivo. Fala de preconceito racial em todas as camadas sociais.

           O racismo é real, existem de forma declarada ou inconsciente e até mesmo os oprimidos às vezes têm visões preconceituosas do outro. Um dos vários exemplos é quando dois homens negros discutem o atendimento de uma garçonete negra que acabou de lhes servir, um deles acha que ela foi preconceituosa, quando um imigrante persa (que sofre preconceito e até é assimilado a terroristas) não dá credibilidade a opinião profissional do chaveiro que ele contratou, pois o rapaz era latino, usava calcas largas e era tatuado, o proprietário não quis trocar sua porta, facilitando a entrada de bandidos que destruíram e roubaram a loja, o comerciante desconfia que o crime foi cometido pelo chaveiro e tenta matá-lo.

           O preconceito esta cravado na cabeça do ser humano, por padrões impostos pela sociedade, por medo, insegurança, por vivermos num mundo tão violento, desigual e/ou somente por ignorância. Claramente exposto quando numa cena uma mulher branca, rica, após ser assaltada decide trocar suas fechaduras, mas desconfia do chaveiro pelos mesmos motivos do comerciante persa, aparência física, ela chega a compará-lo a um gangster.

           Outro exemplo claro de que o preconceito atinge a todas as classes e raças, é quando parceiros policiais entram em conflito, pois um deles discorda da postura racista e abusiva que o outro exerce com a população. Em uma abordagem, após presenciar seu colega abusar da mulher negra de classe alta, o novato pede para seu superior trocar seu parceiro. Esse chefe, um homem negro, tenta ridicularizar o rapaz por ser contra as atitudes absurdas do seu colega, achando tudo normal e justificável, mas acaba transferindo o policial "bonzinho", como ele  mesmo solicitou. Porém em outra situação esse mesmo policial da carona a um jovem negro e o mata após achar que ele esta armado, o que é mentira. Então ele forja uma cena como se houvesse um assassinato num local deserto e queima seu próprio carro para eliminar qualquer prova.