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RESENHA: HAYDEÊ C. KAHTUNI - Compreensão e Cuidados da Alma Humana

Por:   •  26/1/2018  •  Resenha  •  1.361 Palavras (6 Páginas)  •  410 Visualizações

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

Aluna: Nalda do C. C. Mendes                                                                

Disciplina: Psicoterapia Breve Psicanalítica

RESENHA: HAYDEÊ C. KAHTUNI. Psicoterapia Breve Psicanalítica. Compreensão e Cuidados da Alma Humana. Psicanálise Freudiana: A Evolução da Técnica. cap. 1. Pag. 19 – 31. 3º Ed. Editora: Escuta.

O texto inicia-se falando sobre a doença mental, que via o indivíduo como "irresponsável por sua condição" cujo o pensamento era destituído de razão, ele era anormal, imoral e patológico.

Os tratamentos para os distúrbios emocionais eram feitos por intermédio de medicamentos, cirurgias e eletrochoques. Coube então a Freud em colaboração com Breuer, o mérito de desenvolver o primeiro procedimento psicoterápico propriamente dito. Freud passou então a entender o sintoma histérico como produto psíquico repleto de sentido, e não apenas inaugurou um espaço próprio e original de acolhimento e tratamento do estrangeiro em nós, como também rompeu com o tradicional saber psiquiátrico e médico vigentes.

Assim, delegou poder de fala e resgatou a dignidade de sujeito daqueles que eram marginalizados moral, social e juridicamente. E com estas inovações, Freud avançou muito a compreensão psicodinâmica das doenças mentais. Ao mesmo tempo que causou grande incomodo, pois questionou profundamente o preconceito de uma sociedade que precisava do "louco" para nele depositar seus próprios aspectos sombrios e negligenciados.

A questão da técnica psicanalítica e suas transformações, estavam diretamente ligadas a dois fatores principais: 1. O próprio desenvolvimento da compreensão psicodinâmica elaborado por Freud ao longo de seu trabalho clínico e 2. Os resultados ou efeitos que obtinham a cada nova descoberta. Portanto, a metodologia e prática psicanalítica estavam constantemente em mutação, ou seja, a cada nova descoberta que Freud realizava, aprimorava-se as técnicas e a compreensão sobre o homem e os seus conflitos. Desenvolveu-se então, três técnicas freudianas de tratamento:

Método catártico por meio da hipnose, que consistia em hipnotizar o paciente e por meio de perguntas, tentar descobrir a origem dos sintomas e permitir a descarga afetiva dos sentimentos reprimidos. Que tinha por objetivo fazer com que o paciente recordasse o suposto incidente traumático e conseguisse uma reação adequada, quer dizer, uma descarga emocional ou catarse. Entretanto, Freud logo percebeu que a simples descarga emocional não resolvia o problema e os sintomas reapareciam em seguida.

Através desses entraves, Freud realizou importantes descobertas: 1. Os sintomas histéricos tinham sua origem em perturbações emocionais do passado 2. Os acontecimentos perturbadores do passado podiam sofrer uma completa repressão e 3. A descarga das emoções reprimidas dava um alívio passageiro na hipnose mas não tinha um valor terapêutico duradouro.

O problema maior da hipnose era que o ego não estava presente e, portanto, nem mesmo a repetição de sessões hipnóticas melhorava a capacidade egóica para lidar com as emoções reprimidas. Neste ponto, Breuer estava mais preocupado em saber sobre os estados hipnóides e Freud sobre os conflitos.

O segundo momento da transformação da técnica foi o da sugestão em estado de vigília, ou a técnica da pressão. Está técnica era uma variação da hipnose e ele a empregava quando se deparava com paciente não sugestionáveis a ela. Porém, este método não durou muito. Começou depois de 1895 mais ou menos e terminou em 1897 com o abandono da teoria da sedução. Freud certificou-se de que, por meio da sugestão, não poderia obrigar seus pacientes a recordarem os acontecimentos traumáticos que os levaram a neurose. Nem tão pouco a enfrentarem os conflitos inconscientes que não podiam admitir até então.

No decorrer da evolução das técnicas, descobriu-se através da colaboração direta com uma paciente, o método da associação livre e o manejo da transferência. Na qual Freud foi repreendido pela paciente que queixou-se de que ele estava interrompendo a livre sequência de suas ideias. A partir de então, decidiu respeitar o rumo associativo espontâneo de seus pacientes, pois notou que alcançavam melhores resultados. A nova técnica consistia em pedir ao paciente que falasse tudo o que viesse a sua mente, sem nenhuma restrição, lógica ou seleção consciente de ideias. Tinha como regra que o paciente deveria falar tudo o que lhe viesse a mente, mesmo que fosse doloroso ou embaraçoso ou que parecesse não ter importância.

Foi através do método da associação livre que Freud descobriu a realidade psíquica (o mundo do inconsciente e suas fantasias), levando a psicanálise a sair do mundo concreto dos fatos. E tornando o inconsciente como o cenário principal da psicanálise freudiana. Freud através das suas descobertas, aprofundou a tese de que para a realidade psíquica importavam mais as fantasias do que os "acontecimentos traumáticos". E assim encontrou a chave para o sofrimento psíquico, o inconsciente.

Consequentemente, Freud, através do caso Dora, teorizou sobre o mecanismo da transferência, defendendo a ideia de que se não houvesse transferência positiva (de amor, admiração etc.) ou negativa (de raiva, depreciativa etc.), o paciente não poderia ser tratado em psicanálise, uma vez que não se estabelecia ligação erótica com pessoas ou coisas, mantendo sua libido auto direcionada.

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