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Recurso à metapsicologia

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Por:   •  28/9/2013  •  Resenha  •  442 Palavras (2 Páginas)  •  259 Visualizações

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7. Recurso à metapsicologia (construções auxiliares, analogias,

metáforas, visualizações, especulações)

Confrontado com as dificuldades clínicas e metodológicas mencionadas e, em particular, com o problema de transpor ou mesmo traduzir o inconsciente para o consciente, Freud serviu-se, sistematicamente,

de um procedimento auxiliar, comum nas ciências naturais da época: ele

recorreu à especulação que envolve a criação de modelos dos processos inconscientes. A sua metapsicologia não é senão uma tentativa de construir

vários tipos de metáforas psíquicas, físicas, históricas, arqueológicas, etc.

que permitam visualizar o inconsciente e o psiquismo em geral. Assim

como os atos da vida psíquica em geral, esses modelos eram tidos como

estritamente causais. O caráter não-experiencial das especulações só

aprofundava o seu naturalismo. A visualização que prometiam desempenhava ainda um outro papel importante: o de garantir a verbalização dos

estados (processos) inconscientes.67

Embora tivessem uma certa utilidade sistematizadora e

heurística, as construções auxiliares, criadas pelo método especulativo,

continuam marcadas por incertezas e arbitrariedades. Em 1920, depois

de ter introduzido a pulsão de morte por meio de especulações, das mais

audaciosas, Freud escreve:

Em todo caso, a introdução dessa idéia [da compulsão à repetição]

só é possível se combinarmos repetidas vezes o fatual com o inventado e, ao fazer isso, nos afastarmos muito da observação. Sabemos que o resultado será tanto menos confiável quanto mais freqüentemente fizermos isso durante a construção de uma teoria, mas o

grau de incerteza não pode ser especificado.68

No exato momento em que introduzia a pulsão de morte, Freud

deu-se conta de uma outra dificuldade: a da não verbalizabilidade da

morte. Já em 1915, ele concordava com Schopenhauer em afirmar que a

própria morte não pode ser representada nem no inconsciente, nem no

consciente. O primeiro, que desconhece o negativo, nada sabe da própria

morte e se comporta como se fosse imortal. O segundo, que dispõe de

negação, pode fazer a tentativa de pensar a própria morte. Mas logo percebe que não sabe o que está pensando: no momento em que me penso,

conceitualmente, como já morto, eu ainda estou aí como observador, o

que deixa o meu conceito de morte vazio.69 A mesma dificuldade se repete no caso da pulsão de morte, força essencialmente “muda” (stumm), e

que só se torna perceptível se misturada

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